Oscar 2021: Prováveis Vencedores – Parte 2

22/04/2021 - POSTADO POR and EM Filmes E Oscar

Em meio a um cenário um tanto difícil para o mundo, a temporada de premiações este ano tem acontecido de forma um pouco diferente do que estamos acostumados. Depois de ser adiada e com adaptações no formato da cerimônia, o maior prêmio do cinema, o Oscar, finalmente acontece no próximo domingo, dia 25 de Abril.

Depois de passar pela primeira parte da nossa lista de apostas para os vencedores da premiação, chegamos enfim aos principais prêmios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, incluindo Melhor Filme. Confira!

Melhor Animação

Imagem: Divulgação

Com dois títulos no páreo esse ano, a Netflix cresce sua representatividade após quase levar o prêmio de Melhor Animação em 2020 por Klaus. Este ano, porém, quem desafia a hegemonia Disney+Pixar é um concorrente irlandês: Wolfwalkers. Distribuída pela Apple TV+, a animação desenhada à mão é um mergulho no folclore da Irlanda e um ar fresco em meio a produções cada vez mais “computadorizadas”.

Entretanto, é a viagem de um professor de música ao mundo metafísico das almas em Soul que tem conquistado a maioria dos prêmios de animação, incluindo o Globo de Ouro, o BAFTA, e o Annie – maior honraria do gênero. Com o filme de Pete Docter e Kemp Powers sendo indicado em outras duas categorias este ano (Melhor Trilha Sonora e Melhor Som), parece que a Disney+Pixar vai abrir mais um espaço na longa galeria de Oscars.

  • Soul
  • A Caminho da Lua
  • Shaun, o Carneiro, o Filme: A Fazenda Contra-Ataca
  • Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica
  • Wolfwalkers

Melhor Filme Internacional

O candidato mais badalado aqui é claro: a indicação de Vintenberg à Melhor Direção já indica que Druk se sobressai na visão dos votantes da Academia e que deve garantir o prêmio, apesar de não ser o melhor da lista.

Collective se torna apenas a 2ª produção na história a pintar na lista de Melhor Documentário e de Filme Internacional, feito conquistado por Honeyland na premiação passada. Porém, não deve desbancar o dinamarquês.

Quem não recebeu o devido destaque nesse ano foi o representante bósnio Quo vadis, Aida?, que traz, talvez, a melhor interpretação feminina do ano, com Jasna Djuricic no papel de uma tradutora à serviço da ONU em missão durante a Guerra da Bósnia no começo dos anos 1990. Um drama histórico muito pesado com uma atuação esnobada.

  • Druk – Mais uma rodada (Dinamarca)
  • Shaonian de ni (Hong Kong)
  • Collective (Romênia)
  • O homem que vendeu sua pele (Tunísia)
  • Quo vadis, Aida? (Bósnia e Herzegovina)

Melhor Montagem

Imagem: Divulgação

Sem dúvidas, esta é a categoria mais difícil do ano. Com exceção de Bela Vingança, todos têm chances similares de vencer aqui. O trabalho de edição do que entra no produto final, por quanto tempo cada cena dura, as perspectivas apresentados à audiência e a simbiose com o aparato sonoro tornam a Montagem um processo fundamental em qualquer filme.

Nomadland e O Som do Silêncio nos inserem na perspectiva de seus protagonistas e confiam em uma abordagem mais contemplativa para o ambiente pessoal de suas histórias.

A edição confusa de Meu Pai é intencional para simular a demência do protagonista em casa e com sua família, levando a experiência da obra para outro nível.

Em Os 7 de Chicago, a dinâmica frenética entre as cenas de manifestações e as disputas discursivas no tribunal dão o tom rápido que tem levado a Academia a premiar os filmes mais agitados e velozes nos últimos anos. Como o longa de Sorkin não deve levar mais nada na noite, é justo imaginar que pelo menos esta categoria vá para a produção da Netflix

  • Nomadland
  • Bela Vingança
  • O Som do Silêncio
  • Os 7 de Chicago
  • Meu Pai

Melhor Roteiro Adaptado

Adaptação do livro homônimo de 2017 da jornalista Jessica Bruder, a estatueta já está quase garantida para Nomadland como uma das adaptações mais intimistas da temporada e que ganhou forças nos últimos meses. O concorrente mais próximo é Meu Pai, adaptação da peça do francês Florian Zeller, também diretor do longa, mas que não investiu tanto na divulgação recente para se destacar melhor nessa altura.

  • Borat: Fita de Cinema Seguinte
  • Uma Noite em Miami
  • O Tigre Branco
  • Meu Pai
  • Nomadland

Melhor Roteiro Original

Imagem: Divulgação

A disputa deste ano parece estar dividida entre dois concorrentes bem distintos. De um lado, Emerald Fennell escreveu e dirigiu Bela Vingança, um conto progressista de uma jovem traumatizada que busca se vingar de quem cruza seu caminho. Com uma confiança admirável, o roteiro de estreia de Fennell no cinema traz uma série de plot twists entre momentos de tensão, romance, revolta e catarse.

Do outro lado, temos o veterano Aaron Sorkin com Os 7 de Chicago, longa que ele também assina a direção. Com uma vitória no currículo em 2011 por A Rede Social, Sorkin é um roteirista de mão cheia que interliga diversas narrativas em um drama de tribunal eficiente, retratando um julgamento histórico da década de 1980.

Por um histórico de premiar visões arrojadas e originais, a categoria provavelmente deve premiar Fennell. Sorkin levou o Globo de Ouro, mas Bela Vingança acumula vitórias no BAFTA, Critics Choice Awards e, mais importante, o prêmio do Writers Guild, concedido pelos próprios roteiristas.

  • Bela Vingança
  • O Som do Silêncio
  • Minari
  • Os 7 de Chicago
  • Judas e o Messias Negro

Melhor Ator Coadjuvante

É no mínimo inusitado que os dois rostos centrais de Judas e o Messias Negro estejam concorrendo entre si na categoria de Melhor Ator Coadjuvante. Alguém há de se perguntar: se eles não são os protagonistas, quem são? Algo parecido aconteceu com Os 7 de Chicago: a Netflix submeteu todo o grande elenco masculino do filme como coadjuvantes, fazendo com que concorressem entre si – e apenas Sacha Baron Cohen chegou na lista final de indicados.

Políticas de indicação de lado, seria uma das grandes surpresas da noite se Daniel Kaluuya não levasse a estatueta para casa. Indicado anteriormente por Corra!, o intérprete de Fred Hampton já acumulou nesta temporada o Globo de Ouro, o BAFTA, o Critics Choice Awards, e o SAG.

  • Leslie Odom Jr. – Uma Noite em Miami
  • Daniel Kaluuya – Judas e o Messias Negro
  • Lakeith Stanfield – Judas e o Messias Negro
  • Sacha Baron Cohen – Os 7 de Chicago
  • Paul Raci – O Som do Silêncio

Melhor Atriz Coadjuvante

Imagem: Divulgação

Outra categoria difícil de cravar pelo ótimo nível de Youn, Colman e de Bakalova. A primeira, com grande experiência na Coreia do Sul, já venceu o SAG e o BAFTA, impulsionando uma possível vitória com a interpretação de um avó sul-coreana que veio ajudar a família nos EUA em Minari

Bakalova roubou todas as atenções no novo longa de Borat e mostrou capacidade surpreendente em sua transformação no filme e ao manter a personagem improvisando nas loucuras ao lado de Sacha Baron Cohen, como na icônica cena com o ex-prefeito de Nova York, Rudy Giuliani.

Por outro lado, a consagrada Colman não fica muito atrás como a filha que cuida do pai com demência em Meu Pai, podendo levar sua 2ª estatueta. Nossa aposta, porém, fica com Youn pelo histórico recente de premiações e pelo tom de humor e de drama que consegue entregar com naturalidade em Minari.

  • Glenn Close – Era uma Vez um Sonho
  • Olivia Colman – Meu Pai
  • Maria Bakalova – Borat: Fita de Cinema Seguinte
  • Amanda Seyfried – Mank
  • Yuh-Jung Youn – Minari

Melhor Atriz

Certamente a categoria mais imprevisível entre as de atuação este ano. Vamos aos fatos: O Globo de Ouro abriu os trabalhos premiando Andra Day. O Critics Choice Awards, por sua vez, entregou o prêmio para Carey Mulligan.  Já o SAG escolheu Viola Davis. Para terminar de complicar as coisas, o BAFTA foi de Frances McDormand. Dessa forma, só Vanessa Kirby ainda não tem um prêmio na temporada. Fica a dica, Academia.

Contra Andra Day, há o fato de não ter sido indicada no SAG nem no BAFTA. Pesando as chances de Frances McDormand, está o fato da atriz já ter 2 Oscars na prateleira. Os indícios apontam que a disputa deve ser decidida entre Mulligan e Davis, mas é uma corrida aberta.

Melhor Ator

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Difícil tirar o Oscar de Boseman. O ator deverá ser apenas o 2º na história a receber o prêmio póstumo desta categoria, seguindo Peter Finch em 1977, por Rede de Intrigas. Além da homenagem à então insurgente carreira, pesa o bom trabalho que Boseman havia feito em Da 5 Bloods de Spike Lee.

Entretanto, não podemos esquecer uma das melhores interpretações dos últimos anos e a maior de Hopkins em Meu Pai, carregando o longa de Zeller nas costas e destruindo o emocional de qualquer um pelo sofrimento de seu personagem. 

  • Gary Oldman – Mank
  • Steven Yeun – Minari
  • Chadwick Boseman – A Voz Suprema do Blues
  • Anthony Hopkins – Meu Pai
  • Riz Ahmed – O Som do Silêncio

Melhor Direção

Outra vitória praticamente certa para Nomadland, e novamente merecida. Zhao, em apenas seu 3º longa na carreira, expõe um vasto e problemático EUA com as trajetórias da nômade Fern, interpretada por Frances McDormand, que também produziu a adaptação. Arrastando prêmios, a potência de Zhao pode ser um bom indício para a categoria principal, a última da noite.

  • Lee Isaac Chung – Minari
  • Chloé Zhao – Nomadland
  • Emerald Fennell – Bela Vingança
  • Thomas Vinterberg – Druk: Mais uma Rodada
  • David Fincher – Mank

Melhor Filme

Imagem: Divulgação

Será que alguém consegue tirar o prêmio de Nomadland? A produção contemplativa de Chloé Zhao tem acumulado o prêmio principal em diversas premiações ao longo da temporada. A abordagem semi-documental do longa apresenta não-atores ao redor de McDormand, interagindo com verdadeiros nômades ou pessoas da comunidade pelas quais as gravações passaram. O casual e profundo retrato dos EUA após a Grande Recessão tem conquistado ampla admiração da indústria.

O que influencia na decisão final é o sistema de voto rankeado utilizado pela Academia. Como os votantes precisam fazer uma relação com todos os indicados em ordem de preferência, alguns títulos por serem uma constante entre posições média-altas podem assumir a dianteira. Podem ser beneficiados este ano títulos como Os 7 de Chicago e Minari, mas a expectativa ainda é que Nomadland leve o prêmio para casa.

  • Bela Vingança
  • O Som do Silêncio
  • Mank
  • Minari
  • Os 7 de Chicago
  • Meu Pai
  • Judas e o Messias Negro
  • Nomadland