Soul: sobre música e propósito

30/12/2020 - POSTADO POR EM Filmes

O Disney + deu um super presente de Natal para seus assinantes, o lançamento do novo filme da Pixar, Soul (2020). A primeira previsão de lançamento era para junho nos cinemas, mas por causa da pandemia, precisou ser adiado e sua estreia foi exclusiva no streaming. Conferimos o filme e vamos contar tudo o que achamos. 

Encontrando seu rumo

Joe Gardener é um professor de música de meia idade e apaixonado por jazz, mas que não está muito satisfeito com a sua realidade, já que ele sonha em tocar em clubes e fazer sucesso. Além disso, seus alunos não são tão motivados quando ele, o que torna o seu trabalho mais enfadonho.

Um dia, ele recebe a chance da sua vida quando é convidado para substituir um pianista em uma apresentação com uma famosa musicista. Infelizmente, ao sair do ensaio, sofre um acidente e acaba separando sua alma do corpo, indo para um local onde as almas ainda não-nascidas se reúnem. Lá ele recebe a missão de ajudá-las a encontrar suas paixões.

Seria tudo fácil, se ele não tivesse que treinar a alma mais teimosa de todo o além, a 22. Ela é conhecida por “enlouquecer” seus treinadores e não querer “descer” para Terra e viver. 22 é completamente diferente de Joe, dona de uma personalidade forte e com muitas opiniões sobre tudo.

Imagem: Divulgação

Um filme muito sensível   

Quando o tema é vida após a morte nos cinemas, tenho certeza que a maioria das pessoas pensam logo no longa Ghost (1990) ou em outro filme com fantasmas inquietos, porém Soul é completamente diferente. Não que um seja melhor que o outro, mas que as abordagens são diversas e tocam as emoções também de forma distinta.

A sensibilidade de Soul está em trazer a reflexão sobre o que fazemos em nossa vida e o que seria o tal do “sentido” dela. O filme pode ser entendido como uma crítica também ao estilo e formas tão prontas de como viver, porém de uma forma bem sutil, certamente por isso o título está fazendo tanto sucesso.

A grande verdade é que o principal motivo do encanto está em como o mundo espiritual é retratado, como uma comédia e de forma lúdica, mas que no fundo é bem séria. Talvez esse seja o filme que você pode mostrar para uma criança e ela entenderá algo.

Outro atrativo é como a cultura do jazz foi mostrada, além de uma representatividade negra bem coerente. O filme teve em sua produção de roteiro e na codireção Kemp Power, um conhecido cineasta negro. Tudo isso contou para que enredo não fosse nada forçado e estivesse todo amarradinho.

Imagem: Divulgação

Veredito

As animações da Pixar são conhecidas pela grande qualidade técnica. Aqui não é diferente.  Mais uma vez, o estúdio soube como falar com as nossas emoções e evitar que o título passasse em branco mesmo sem a estreia nos cinemas. 

O roteiro e a direção de Soul são de Pete Docter e posso te dizer com todas as letras que os dois aspectos estão perfeitos. Os diálogos são engraçados ao mesmo tempo que fazem o espectador refletir. A beleza visual das cenas torna a experiência melhor ainda, sem contar que é um deleite para os olhos.

A trilha sonora também é incrível e é impossível não falar. Já que o protagonista é um professor de música e gosta de jazz, seria no mínimo coerente que as músicas representassem e comunicassem o universo. Nos créditos é possível observar o nome de conhecidos musicistas que trabalharam para a boa realização da trilha.

Pontos positivos

  • Excelente roteiro
  • Diálogos coerentes 
  • Trilha sonora arrebatadora
  • Direção bem executada

Pontos negativos

  • Da metade para o final, o filme fica um pouco corrido.

NOTA: 10