Enfim chegamos na semana do Oscar, período tão esperado por artistas, produtores e, claro, cinéfilos. No próximo domingo (4), a partir das 22h no horário de Brasília, o Teatro Dolby, em Hollywood, recebe os principais nomes da indústria cinematográfica mundial. Neste ano, o comediante Jimmy Kimmel será novamente o apresentador da cerimônia.
A equipe do Roteiro Nerd não poderia deixar de contar suas apostas para os vencedores desta edição. Assim como fizemos duas matérias para os possíveis indicados, esta é a primeira parte onde mostramos quem deve levar as estatuetas nas categorias mais técnicas. (Ah, e se você ainda não viu os principais indicados, fizemos uma lista de quais filmes você não pode deixar de conferir, então cuida!)
Melhores Efeitos Visuais

Foto: Divulgação
Numa categoria com grandes obras de ficção científica (e Kong), “Blade Runner 2049” brilha com uma construção de mundo fantástica. Mesmo com “Os Últimos Jedi” carregando o nome de uma franquia amada, “Planeta dos Macacos – A Guerra” tem a aclamação consistente de uma trilogia que chega ao fim trazendo grandes avanços para a tecnologia de captura de movimento, e pode render a Joe Letteri (“Avatar”, “Senhor dos Anéis”), seu quinto Oscar.
- “Star Wars – Os Últimos Jedi”
- “Planeta dos Macacos – A Guerra”
- “Guardiões da Galáxia Vol.2”
- “Kong – A Ilha da Caveira”
- “Blade Runner 2049”
Melhor Fotografia
Indicado pela 14° vez, Roger Deakins parece não ser consenso entre os membros da Academia, embora o mesmo seja um dos maiores nomes relacionados à cinematografia mundial. Podendo ter levado a estatueta em diversas oportunidades, os concorrentes deste ano parecem menos desafiadores na disputa pelo prêmio. Com dois longas mostrando diferentes contextos da Segunda Guerra Mundial (“Dunkirk” e “O Destino de uma Nação”), o mais próximo de incomodar Deakins é Dan Laustsen por “A Forma da Água”.
Deakins já trabalhou com o diretor Denis Villeneuve em três produções (“Os Prisioneiros”, “Sicario” e “Blade Runner 2049”), e foi indicado ao Oscar pelos três filmes. A parceria, já consolidada, deverá render um fruto há muito aguardado – e merecido.
- Roger Deakins (“Blade Runner 2049”)
- Bruno Delbonnel (“O Destino de Uma Nação”)
- Rachel Morrison (“Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi”)
- Hoyte van Hoytema (“Dunkirk”)
- Dan Laustsen (“A Forma da Água”)
Melhor Trilha Sonora Original

Foto: Divulgação
Com alguns dos maiores nomes da história do cinema no páreo, como John Williams e Hans Zimmer, a categoria de Trilha Sonora promete ser uma das mais disputadas. A curiosa trilha de “Trama Fantasma” é quase que uma personagem extra no filme, contribuindo para a excentricidade da obra.
Mas é o francês Alexandre Desplat que tem se saído vencedor nas premiações até agora, pelo magnífico trabalho em “A Forma da Água”. A melodia composta casa perfeitamente com o tom romântico e melancólico do campeão em indicações desse ano, e deve levar a estatueta aqui.
- John Williams (“Star Wars – Os Últimos Jedi”)
- Carter Burwel (“Três Anúncios Para um Crime” )
- Hans Zimmer (“Dunkirk” )
- Alexandre Desplat (“A Forma da Água”)
- Jonny Greenwood (“Trama Fantasma” )
Melhor Canção Original
Com o sucesso de “Viva – A Vida é uma Festa”, que levou várias plateias ao choro, a canção “Remember Me” é forte candidata à estatueta, fazendo jus à tradição da Disney de ter músicas marcantes em suas animações. Já Sufjan Stevens, com “Mystery of Love”, merece destaque por sua contribuição em “Me Chame pelo seu Nome”, deixando o longa ainda mais tocante.
Porém, o impacto que “This is Me” traz em sua letra pode levar a Academia a premiar “O Rei do Show”. Assim como o longa, a canção explora o modo como não devemos nos esconder por vergonha de nossas diferenças, aceitando quem somos, tema em voga que já conquistou o público e deve conquistar os membros da Academia.
- “Remember Me” – Kristen Anderson Lopez e Robert Lopez (“Viva – A Vida é uma Festa”)
- “This is Me” – Benj Pasek e Justin Paul (“O Rei do Show”)
- “Mighty River” -Mary J. Blige, Raphael Saadiq e Taura Stinson (“Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi”)
- “Mystery of Love” – Sufjan Stevens (“Me Chame Pelo Seu Nome”)
- “Stand Up for Something” – Diane Warren e Lonnie R. Lynn (“Marshall”)
Melhor Mixagem de Som

Foto: Divulgação
Como explicado na Parte 1 dos possíveis indicados, a Mixagem de Som se refere à montagem dos efeitos sonoros captados durante as gravações, sendo parte da pós-produção. Nesta categoria, o longa “Em Ritmo de Fuga” de Edgar Wright é o franco favorito. Com uma narrativa quase completamente conectada com ritmos musicais e efeitos sonoros, a proposta que a produção traz é diferente e empolgante, o que o torna um dos melhores filmes de ação do ano.
- “Em Ritmo de Fuga”
- “Blade Runner 2049”
- “A Forma da Água”
- “Star Wars – Os Últimos Jedi”
- “Dunkirk”
Melhor Edição de Som
Já no que concerne à Edição de som, ou seja, a captação dos efeitos sonoros do filme, “Dunkirk” sai na frente. Com uma experiência sensorial realista, o espectador é jogado na Operação Dínamo, durante a Segunda Guerra, com vários efeitos sonoros que nos pegam de surpresa. Pelo alto número de sons ocasionados pelas Guerras, filmes desse gênero normalmente levam a vantagem nesta Categoria, e com “Dunkirk” não deve ser diferente.
- “A Forma da Água”
- “Star Wars – Os Últimos Jedi”
- “Em Ritmo de Fuga”
- “Dunkirk”
- “Blade Runner 2049”
Melhor Montagem

Foto: Divulgação
A montagem ágil e um tanto inusitada de “Eu, Tonya” tem dividido o público. “Dunkirk”, por ser um filme de guerra não-linear, que consegue montar sequências de tirar o folêgo, desponta como a aposta mais segura. Porém “Em Ritmo de Fuga”, com sua edição cuidadosa e minimamente sincronizada, está na disputa e pode ameaçar o favorito.
- “A Forma da Água”
- “Três Anúncios Para um Crime”
- “Dunkirk”
- “I, Tonya”
- “Em Ritmo de Fuga”
Melhor Direção de Arte
Dois fortes concorrentes batalham pelo prêmio de direção de arte. Em referência aos sets elaborados, “A Forma da Água” assume a liderança por tão minuciosamente construir ambientes de um período da guerra fria, em harmonia com a temperatura do filme e a cor verde em predominância. Por sua vez “Blade Runner 2049” apresenta uma sociedade futurística crível e de encher os olhos. Pelo contexto, o filme de Del Toro deve levar a melhor.
- “Dunkirk”
- “A Forma da Água”
- “Blade Runner 2049”
- “O Destino de Uma Nação”
- “A Bela e a Fera”
Melhor Maquiagem e Cabelo

Foto: Divulgação
Com duas transformações físicas marcantes nessa categoria (Jacob Tremblay em “Extraordinário” e Gary Oldman em “O Destino de uma Nação”), o prêmio deve ir para o longa dirigido por Joe Wright, tanto pela semelhança que conseguiram com Winston Churchill como por ser uma produção mais forte e mais presente na premiação.
- “Victoria e Abdul – o Confidente da Rainha”
- “O Destino de Uma Nação”
- “Extraordinário”
Melhor Figurino
Numa categoria onde abundam filmes com figurinos de época, nada mais justo que consagre a produção cujo tema seja o mundo da moda. “Tama Fantasma” apresenta suntuosos vestidos que conseguem ser belos sem ser chamativos na Londres dos anos 50. A elegância de uma obra que honra os tecidos e a arte da costura deverá ser impossível de resistir.
- “A Forma da Água”
- “Victoria e Abdul – o Confidente da Rainha”
- “A Bela e a Fera”
- “O Destino de Uma Nação”
- “Trama Fantasma”
Melhor Documentário em Longa-Metragem
Foto: Divulgação
Após ser premiado em Cannes e em diversas associações de críticos, o documentário “Faces Places”, sobre um projeto artístico móvel na França, ganha força e assume a liderança da categoria. Agnes Varda, com 88 anos, além de protagonista e co-diretora do documentário, já recebeu um prêmio honorário da Academia no ano passado, o que conta muito a seu favor. O documentário sobre a Síria “Last Men in Aleppo” corre por fora.
- “Faces Places”
- “Abacus: Small Enough to Jail”
- “Icarus”
- “Last Men in Aleppo”
- “Strong Island”
Melhor Documentário em Curta-Metragem
Ano passado a Netflix levou o prêmio pra casa com o documentário sírio “White Helmets”. Esse ano, a companhia de streaming também está na disputa com o “Heroin(e)”, que traz um recorte sobre a epidemia de opioides. Fora da distribuidora, quem chama muita atenção é “Edith+Eddie”, um documentário sobre o casal interracial mais velho dos Estados Unidos e sobre como sua relação é testada até hoje.
- “Edith+Eddie”
- “Heaven is a Traffic Jam on the 405”
- “Heroin(e)”
- “Knife Skills”
- “Traffic Stop”
Melhor Curta em Animação

Foto: Divulgação
Kobe Bryant, um dos astros do basquete mundial, produziu e narrou o curta “Dear Basketball”, que ganhou destaque entre os amantes do esporte, conseguindo chegar à tão almejada cerimônia de premiação. O desafio, entretanto, será disputar contra a poderosa Pixar e seu curta “Lou”, trazendo mais uma história simples porém comovente e com mensagens reconfortantes. Difícil competir.
- “Dear Basketball” – Glen Keane e Kobe Bryant
- “Garden Party” – Victor Caire e Gabriel Grapperon
- “Lou” – Dave Mullins e Dana Murray
- “Negative Space” – Max Porter e Ru Kuwahata
- “Revolting Rhymes” – Jakob Schuh e Jan Lachauer
Melhor Curta-Metragem
Com todos os indicados tendo alguma ramificação política, dois curtas que lidam com educação emergem como principais concorrentes. O britânico “The Silent Child” apresenta uma comovente criança surda sendo auxiliada por sua mentora. Contudo, tendo em vista as últimas notícias, é o americano “DeKalb Elementary” que chama a atenção, por retratar um adolescente prestes a iniciar um tiroteio em uma escola.
- “DeKalb Elementary”
- “The Eleven O’Clock”
- “My Nephew Emmett”
- “The Silent Child”
- “Watu Wote/All of Us”