Análise de The Rogue Prince of Persia

30/08/2025 - POSTADO POR EM Jogos

Prince of Persia é uma das franquias mais icônicas da história dos videogames. Com The Rogue Prince of Persia, a Ubisoft decidiu experimentar algo diferente: entregar o bastão a um estúdio parceiro, a Evil Empire, já conhecida pelo suporte de peso a Dead Cells. O resultado é um jogo que mistura tradição e reinvenção, trazendo o DNA da franquia para dentro de uma estrutura roguelite.

História

Diferente de outros títulos da franquia, aqui o Príncipe está preso em um loop temporal causado por um artefato que o impede de morrer de forma definitiva. Sempre que cai em batalha, ele retorna ao Oásis, ponto de partida de sua jornada, mas carrega consigo o aprendizado das tentativas fracassadas. Seu objetivo é resistir à invasão do exército huno, protegendo o império persa de um colapso iminente.

É uma abordagem narrativa mais simples do que as tramas grandiosas vistas em Sands of Time, mas ela funciona bem dentro da proposta roguelite. A repetição, que poderia ser um incômodo, é justificada pela própria lógica da história. Além disso, há recompensas narrativas espalhadas nos cenários, nos NPCs e nos diagramas coletados ao longo das partidas, dando uma sensação de progressão contínua e deixando espaço para interpretações e descobertas a cada nova tentativa.

Imagem de The Rogue Prince of Persia

Jogabilidade

É na jogabilidade que The Rogue Prince of Persia brilha mais. O estúdio Evil Empire soube combinar dois elementos poderosos: a punitividade viciante do roguelite e a fluidez de movimentos e parkour que sempre definiram a franquia. O Príncipe se move com leveza, salta pelas paredes, escala plataformas e executa manobras que tornam a exploração tão prazerosa quanto os combates.

Cada partida é composta por sete camadas de biomas, sendo três delas arenas de chefes. O ritmo é dinâmico: o jogador precisa explorar cada canto do mapa em busca de recursos, equipamentos e atalhos, mas sem nunca se sentir completamente seguro. A morte é frequente, e aceitá-la como parte do aprendizado é essencial.

As armas possuem estilos próprios, o que dá ao jogador liberdade para se adaptar ao seu ritmo de combate. Os medalhões acrescentam outra camada estratégica, permitindo criar “builds” diferentes a cada sessão, ainda que dependam bastante do fator sorte. Essa mistura entre improviso e estratégia torna cada partida única.

Há também uma boa variedade de recursos: moedas para gastos imediatos com mercadores, centelhas espirituais para melhorias permanentes e pontos de experiência que liberam habilidades e bônus duradouros. Esse equilíbrio entre frustração momentânea e progresso constante é o que dá longevidade ao jogo.

Imagem de The Rogue Prince of Persia

Gráficos

O estilo visual gerou debates durante seu acesso antecipado, mas a versão final mostra um resultado refinado. O jogo aposta em arte colorida e estilizada, com cenários que transmitem a grandiosidade da Pérsia ao mesmo tempo em que se mantêm vibrantes e vivos. Os biomas são variados e cheios de detalhes, convidando o jogador a explorá-los sem pressa.

O protagonista também ganhou um redesign que combina bem com a proposta do jogo: menos realista e mais estilizado, o que reforça a ideia de uma fábula em constante repetição. É um visual que se afasta da dramaticidade cinematográfica da trilogia Sands of Time, mas que se encaixa perfeitamente dentro do espírito roguelite.

Imagem de The Rogue Prince of Persia

Trilha sonora

A trilha sonora acompanha bem o tom híbrido do jogo. Há composições que evocam a atmosfera persa tradicional, mas mescladas a batidas mais modernas e intensas durante os combates, remetendo à ação acelerada que a jogabilidade exige. Os efeitos sonoros também contribuem bastante para a imersão: o impacto das armas, os sons do parkour e até os pequenos detalhes no ambiente reforçam o ritmo ágil da aventura.

Não chega a ser uma trilha memorável como as de outros jogos da franquia, mas cumpre bem seu papel de sustentar a ambientação e dar energia aos momentos de maior tensão.

Imagem de The Rogue Prince of Persia

Veredito

The Rogue Prince of Persia é uma reinvenção ousada que não vai agradar a todos os fãs da série, especialmente aqueles que esperavam uma nova epopeia no estilo Sands of Time. Ainda assim, é um título sólido, que entrega jogabilidade fluida, desafio viciante e progressão recompensadora.

Pontos positivos:

  • Movimentos ágeis e bem trabalhados, fiéis à identidade da franquia
  • Estrutura roguelite viciante, que incentiva tentativas repetidas
  • Visual estilizado e cativante
  • Progressão constante, mesmo após derrotas

Pontos negativos:

  • Fator sorte pode frustrar, dependendo dos equipamentos e medalhões encontrados
  • Loadings demorados e dependência de conexão com conta Ubisoft
  • Dificuldade pode afastar fãs mais casuais ou apenas interessados no nome da franquia

Nota: 8/10