Veredito de Guerra Civil

18/04/2024 - POSTADO POR EM Filmes

Chegou aos cinemas brasileiros Guerra Civil, o primeiro blockbuster da A24, produtora que ficou conhecida por filmes de caráter independente e com orçamentos enxutos como Moonlight (2016), Hereditário (2018) e Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (2022). 

O longa tem direção de Alex Garland, responsável por Ex Machina: Instinto Artificial (2014), além de ser protagonizado por Wagner Moura (Tropa de Elite), Kirsten Dunst (Maria Antonieta) e Cailee Spaeny (Priscilla). Nós conferimos a produção e agora vamos contar nossas impressões, acompanhe.

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Enredo

Em uma realidade alternativa distópica, os Estados Unidos estão vivendo uma sangrenta guerra civil. No meio do conflito, um grupo de jornalistas se propõe a tenta cruzar o país para entrevistar o presidente. 

A equipe recebeu informações confidenciais que poderiam alterar o curso da guerra, porém devem enfrentar o cenário caótico se desejarem avançar.

Imagem: Divulgação

Cenário distópico

Guerra Civil é uma distopia fortemente influenciada pelos acontecimentos atuais. A forma como o filme explica o que aconteceu com os Estados Unidos, ao ponto dele ser tomado por conflitos paramilitares, é bem sutil, correndo o risco do espectador perder a informação caso não esteja concentrado. 

Essa sutileza permeia todo o texto do filme, pois aquilo que não é expresso verbalmente talvez seja ainda mais relevante do que o que é explicitamente comunicado.

Outros aspectos positivos incluem a edição de som e os efeitos sonoros, que conseguem ser bastante impressionantes mesmo se a pessoa não estiver vendo em IMAX. As cenas de conflito são verdadeiramente emocionantes e bastante verossímeis dentro do contexto apresentado.

Imagem: Divulgação

Elenco forte

Entretanto, o que mais chama atenção é a química entre os protagonistas. Wagner e Kirsten conseguem retratar dois jornalistas exaustos pelo conflito, mas com perfis completamente distintos, onde um completa o outro. Mesmo assim, o longa poderia ter alguns minutinhos a mais destinados a aprofundar cada um.

O elenco como um todo é muito bem selecionado, os atores se encaixam perfeitamente em seus papéis. Contudo, a personagem interpretada por Cailee Spaeny carece de profundidade suficiente e, em certos momentos, parece ser apenas chata.

Imagem: Divulgação

Veredito 

As distopias não são uma tendência recente; elas frequentemente resgatam narrativas antigas e as revitalizam em novos contextos. O gênero nada mais é que uma especulação de um cenário de opressão e desespero extremo. O longa de Alex Garland se aproveita de acontecimentos recentes,  como a constante polarização que estamos vivenciando, para explorar um desses potenciais cenários.

Guerra Civil é mais um exemplar excelente do gênero, apresentando um roteiro muito bem elaborado, repleto de sutileza e habilidade ao abordar um tema que poderia facilmente parecer inverossímil.

Os aspectos técnicos do filme são excelentes, com destaque especial para a fotografia e a captação e edição de som, proporcionando uma experiência imersiva para o expectador. 

Pontos positivos:

  • Roteiro 
  • Edição de som
  • Fotografia 

Pontos negativos:

  • Falta de aprofundamento em alguns personagens

NOTA: 9/10