Oscar 2022: Prováveis Vencedores – Parte 2

23/03/2022 - POSTADO POR and EM Filmes E Oscar

Na Parte 1 dessa lista, nós abordamos os favoritos nas corridas pelos prêmios técnicos e de curtas. Agora, é hora das estatuetas mais aguardadas do Oscar 2022.

Quem será que vai fazer história esse ano? Enfim, uma atriz ou um ator receberá o devido mérito? Qual será a grande zebra da edição? Vamos especular!

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Melhor Animação

Sem dúvidas, um dos grupos mais fortes de animação dos últimos anos. Porém, como sempre, o vencedor já é escancarado semanas antes da premiação. A bola da vez está com Encanto (2021) devido à trilha sonora e o sucesso de “We don’t talk about Bruno”. 

Não é o melhor da lista – para mim, é o pior, inclusive -, mas o hype é fortíssimo e é quase impossível tirar o prêmio dele. Até porque, convenhamos, o Oscar de Melhor animação já poderia ter o nome da Disney gravado nele.

  • Luca
  • A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas
  • Raya e o Último Dragão
  • Encanto
  • Flee
Imagem: Divulgação

Melhor Filme Internacional

Importante destacar que, embora a Academia tenha diversificado seus votantes e o reflexo recente nas indicações seja claro, algumas escolhas ainda não fazem sentido. Por que Mães Paralelas (2021), indicado à Trilha Sonora e à Atriz, não está aqui? Lunana (2021) parece deslocado no meio de tantos pesos-pesados – tirando A Mão de Deus (2021), esse nem deveria ter entrado – e poderia abrir vaga para o longa de Almodóvar.

Enfim, embora The Worst Person in the World (2021) venha fazendo sucesso pela originalidade e sensibilidade, Drive My Car (2021) levou os “prêmios termômetros”, como Bafta, Critics e Globo, e vai garantir a Hamaguchi um reconhecimento pela sua ótima adaptação, que vai aparecer novamente mais na frente nessa lista.

  • A Mão de Deus (Itália)
  • Lunana: A Yak in the Classroom (Butão)
  • The Worst Person in the World (Noruega)
  • Drive My Car (Japão)
  • Flee (Dinamarca)

Melhor Montagem

O Sindicato dos Editores dos EUA premiaram neste ano Tick, Tick… Boom! (2021) e King Richard (2021), criando uma zona maior ainda para um prêmio importante na definição de Melhor Filme. Os cortes finais na sala de edição ditam os ritmos, fazem mágica – ou desgraça – e podem alavancar um longa medíocre a algo mais, a exemplo das duas obras supracitadas.

Ainda no embalo do lado técnico, uma forte aposta aqui é novamente em Duna (2021), pela concisão em 150 minutos do que poderia facilmente ser um épico de quase 4 horas ainda mais sem rumo do que a versão final

Porém, nossa aposta fica com Ataque dos Cães (2021) pela arte de unir o melhor da atuação com os elementos sonoros, em uma experiência que clama por revisitá-lo.

  • King Richard: Criando Campeãs
  • Ataque dos Cães
  • Tick, Tick… Boom!
  • Não Olhe Para Cima
  • Duna

Melhor Roteiro Adaptado

Uma das estatuetas mais complicadas para se apostar. Da acidez de Ferrante de um lado para o épico sci-fi de Herbert do outro, com o quase desconhecido trabalho de Savage e o ilustre Murakami batendo à porta. Muita qualidade para pouco Oscar

A tendência seria Ataque dos Cães levar para ganhar ainda mais força no prêmio principal, mas vamos apostar aqui numa onda à lá Parasita (2019) e cruzar os dedos para a curta história de Murakami transformada em um drama de 3 horas de duração garantir a estatueta.

  • Duna
  • A Filha Perdida
  • Ataque dos Cães
  • No Ritmo do Coração
  • Drive My Car
Imagem: Divulgação

Melhor Roteiro Original

Chegou a hora de Paul Thomas Anderson levar um Oscar. Oito indicações em quase 30 anos de carreira e nada ainda. Embora o Sindicato dos Roteiristas prefira Não Olhe Para Cima (2021), Licorice Pizza (2021) entra como um dos melhores de PTA, retornando ao lado cômico e mais espalhafatoso que o autor havia deixado de lado nos últimos anos. Um destaque há décadas que merece reconhecimento.

  • Zach Baylin – King Richard: Criando Campeãs
  • Paul Thomas Anderson – Licorice Pizza
  • Eskil Vogt & Joachim Trier – The Worst Person in the World
  • Kenneth Branagh – Belfast
  • Adam McKay – Não Olhe Para Cima

Melhor Ator Coadjuvante

Será lindo ver  Kotsur levar o prêmio por um trabalho com Marlee Matlin, a primeira pessoa com deficiência auditiva a ganhar o Oscar, atuando como seu marido no lindo No Ritmo do Coração (2021). O ator já garantiu o SAG, o Critics e o BAFTA, partindo com vantagem para a merecida vitória.

  • Jesse Plemons – Ataque dos Cães
  • J.K. Simmons – Apresentando os Ricardos
  • Kodi Smit-McPhee – Ataque dos Cães
  • Ciarán Hinds – Belfast
  • Troy Kotsur – No Ritmo do Coração

Melhor Atriz Coadjuvante

Aqui, DeBose é quem tem a dianteira, com Dunst no encalço. Destaque no pouco badalado Amor, Sublime Amor (2021) de Spielberg, a atriz faz trilha semelhante a Kotsur, arrastando prêmios – Globo de Ouro, SAG, Critics Choice, BAFTA – e já é praticamente a vencedora do Oscar.

  • Judi Dench – Belfast
  • Kirsten Dunst – Ataque dos Cães
  • Aunjanue Ellis – King Richard: Criando Campeãs
  • Jessie Buckley – A Filha Perdida
  • Ariana DeBose – Amor, Sublime Amor
Imagem: Divulgação

Melhor Ator

Essa vai ser polêmica. É de praxe que a Academia reconheça a história de um(a) artista e “conceda” o prêmio pelo seu passado de esforço. Will Smith tem um baita histórico no cinema dos EUA merece muitos méritos. Porém, não por King Richard.

Ele nem é a melhor coisa do longa biográfico, apesar do protagonista. Aunjanue Ellis chamou muito mais holofotes e, quando ele sai de cena e deixa as filhas tomarem a pressão, o ritmo melhora. 

Se fosse para “presentear” pelo trabalho bem feito, que pelo menos fosse para Cumberbatch, em sua melhor performance, ou para Garfield, que salva Tick, Tick… Boom!. Com exceção de Bardem, todos os outros estão melhor que Smith, mas, infelizmente, é ele quem deve levar aqui.

  • Andrew Garfield – Tick, Tick… Boom!
  • Will Smith – King Richard: Criando Campeãs
  • Denzel Washington – A Tragédia de Macbeth
  • Javier Bardem – Apresentando os Ricardos
  • Benedict Cumberbatch – Ataque dos Cães

Melhor Atriz

Embora o hype do público seja por Kristen Stewart – que inclusive esnobou o Oscar -, o hype das premiações, assim como na categoria anterior, também tem um alvo: Jessica Chastain.

Ela claramente acumula trabalhos consistentes na última década e dessa vez protagoniza a produção biográfica de uma celebridade da TV e da música dos EUA. Da mesma forma, há opções melhores, mas pelo “conjunto da obra”, Chastain terá seu momento como queridinha da indústria.

  • Penélope Cruz – Mães Paralelas
  • Nicole Kidman – Apresentando os Ricardos
  • Kristen Stewart – Spencer
  • Jessica Chastain – The Eyes of Tammy Faye
  • Olivia Colman – A Filha Perdida

Melhor Diretor

Primeiro, é triste não ver Maggie Gyllenhaal aqui no lugar de Branagh. Segundo, deve ser a 9ª vez em uma década que um norte-americano não levará o prêmio – exceção de Damien Chazelle em 2017. Campion é franca favorita aqui e vai levar sua 2ª estatueta, dessa vez pelo belo trabalho em Ataque dos Cães, seu retorno às telonas depois de mais de 11 anos. 

  • Jane Campion – Ataque dos Cães
  • Steven Spielberg – Amor, Sublime Amor
  • Ryusuke Hamaguchi — Drive My Car
  • Paul Thomas Anderson – Licorice Pizza
  • Kenneth Branagh – Belfast

Melhor Filme

Enfim, o peixe grande. A vitória de No Ritmo do Coração no Sindicato de Produtores balança o mercado de apostas, mas, para nós, não deve tirar o poder do Ataque dos Cães na premiação, apesar do longa sobre PCD ser muito tocante e merecedor de mais admiradores. 

Campion e sua equipe fizeram um dos trabalhos mais consistentes na temporada e devem coroar, após tantas tentativas, a Netflix com o prêmio mais almejado. 

Nos meses de isolamento, vimos como as plataformas de streaming podem nos salvar de lugares obscuros e ainda entreter com alta qualidade. Que continuem investindo nesse tipo de conteúdo depois do próximo domingo. A cinefilia agradece.

  • No Ritmo do Coração
  • Não Olhe Para Cima
  • Drive My Car
  • Belfast
  • King Richard: Criando Campeãs
  • Licorice Pizza
  • O Beco do Pesadelo
  • Duna
  • Ataque dos Cães
  • Amor, Sublime Amor
Imagem: Divulgação