Veredito de Voice of Cards: The Beasts of Burden

25/09/2022 - POSTADO POR EM Jogos

Em menos de um ano, Voice of Cards já está lançando seu terceiro título para Nintendo Switch, PS4 e PC via Steam. Intitulado The Beasts of Burden, o RPG da Square Enix segue o mesmo conceito dos seus antecessores e mantém o sistema consolidado de cartas de tabuleiro.

Como nem tudo são flores, o título reabre aquela velha discussão entre a base de fãs: É possível criar algo bom em pouco tempo ou temos apenas um produto reciclado? Confira agora o que achamos do jogo! 

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P.S: Este jogo não é uma sequência direta de Voice of Cards: The Isle Dragon Roars, nem de Voice of Cards: The Forsaken Maiden e pode ser jogado como uma aventura independente.

História

Com cerca de 10 horas de duração, a história segue Al’e, uma garota que jurou vingança contra os monstros que invadiram seu vilarejo. Após perder sua casa, ela se une a um garoto misterioso e parte em direção ao desconhecido. Com o mesmo conceito de Pokémon ou Cardcaptor Sakura, a nossa protagonista descobre como domar e capturar criaturas em cartas, para que possam ser utilizadas em batalhas.  

A campanha mantém os mesmos moldes já estabelecidos no passado, oscilando entre momentos bons e enfadonhos com grandes diálogos que não agregam tanto à narrativa central. Um ponto de atenção é que o jogo não está localizado em português, sendo possível jogar apenas em espanhol ou inglês. Particularmente, acho que isso afasta demaisssss qualquer novato que tenha interesse na franquia. Até hoje não sei porque a Square Enix não traduz essa franquia para o português! 

E aí, a história vale a pena? Apesar dos clichês e personagens com conceito “reciclados”, a narrativa consegue entregar uma experiência satisfatória, embora ache que The Isle Dragon Roars seja mais interessante e divertido. 

Imagem: Voice of Cards The Beasts of Burden

Gameplay

Em Voice of Cards: The Beasts of Burden, todo o gameplay permanece idêntico aos seus antecessores. E isso pode deixar muito jogador desmotivado para entrar nessa aventura, já que eram esperadas melhorias para deixar as batalhas mais divertidas. A única tentativa realmente de inovar é a implementação das criaturas, que agora tomam o lugar das habilidades. Cada monstrinho possui poderes específicos e custo de invocação. 

Como nada mudou significativamente, me vejo obrigado a explicar a mesma lógica que falei lá em fevereiro com Voice of Cards: The Forsaken Maiden. Basicamente, você estará explorando um grande tabuleiro, onde encontrará cidades, monstros, equipamentos e bons amigos. Como todo bom RPG, o sistema de combate é baseado em turnos, onde ocorrem batalhas de 3 aliados contra 3 inimigos. 

Cada personagem pode carregar até quatro cartas de ação, que variam entre ataques com armas, feitiços e curas. A progressão acontece de forma simples, e facilmente você consegue upar os seus protagonistas ao andar pelas florestas.

Não poderia deixar de comentar que os combates normalmente são fáceis, e não apresentam grandes dificuldades. Então, se você procura desafio, não vai encontrar em The Beasts of Burden. 

Imagem: Voice of Cards The Beasts of Burden

Gráficos e trilha sonora 

Sem dúvidas, os gráficos e trilha sonora continuam a entregar tudo e um pouco mais. Todas as cartas, cenários e personagens são belíssimos e garantem bons suspiros de amor. Neste aspecto, vale até ressaltar que não temos uma repetição de cenários como tivemos no passado. É visível uma preocupação em exibir novos locais e criaturas para criar uma atmosfera mais rica e mágica. 

As músicas seguem a mesma dinâmica, e elevam a qualidade geral do jogo, tampando o buraco para clichês e recursos reaproveitados. É incrível notar que a música é quem conduz seus sentimentos, seja paz ou ansiedade (rsrs). Aqui, tudo funciona muito bem e merece aplausos. 

Imagem: Voice of Cards The Beasts of Burden

Veredito

Com a crise do mercado, é notável o esforço da Square Enix em fazer dinheiro com jogos de menor investimento. Em menos de um ano, tivemos três jogos de Voice of Cards, e apesar dos esforços,  a qualidade vem caindo em pontos importantes, como história e gameplay. Prefiro até que demore um ano para desenvolver um título do que criar algo em menos de seis meses e não trazer grandes inovações

The Beasts of Burden não é um jogo ruim, mas está longe de ser um grande título obrigatório para os fãs da franquia. Tudo é muito bonito visualmente e sonoramente, mas não consegue prender atenção por muito tempo devido seus clichês. A minha sugestão é que você espere alguma promoção e compre somente quando estiver bem barato. 

Pontos positivos:

  • Gráficos e trilha sonora 
  • História apenas satisfatória

Pontos negativos:

  • Sem localização em português 
  • Gameplay sem grandes desafios
  • Muitos elementos reciclados

NOTA: