Veredito de Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin

27/03/2022 - POSTADO POR EM Jogos

Com quase 35 anos de história, a franquia Final Fantasy sempre apostou no modelo tradicional de RPG, trazendo pequenas inovações ao longo de cada lançamento. Desta vez, a Square Enix decidiu sair da zona de conforto e apostar em algo totalmente novo cheio de ação: Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin, que já está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X, Xbox Series S e PC.

O jogo foi desenvolvido em parceria com Team Ninja e Koei Tecmo, conhecidas por títulos de ação frenéticos como Marvel Ultimate Alliance 3 The Black Order (2019), Nioh (2017 – 2020) e Hyrule Warriors: Age of Calamity (2020). Mas será que essa fórmula vai funcionar com Final Fantasy? Confira o nosso veredito.

P.S: Tivemos a oportunidade de jogar no PS5.

História clichê 

Antes de qualquer coisa precisamos dizer que a história é baseada no primeiro Final Fantasy, lançado no Japão em 1987 para o videogame Famicom. Tudo é muito simples e gira em torno da equipe liderada por Jack Garland, os Guerreiros da Luz. Os quatro integrantes são destinados a derrotar uma força maligna, chamada Chaos, para salvar o mundo das trevas. Pronto, isso é o que você precisa saber. 

O começo é clichê e apresenta diversos diálogos ruins, o que não motiva nenhum um pouco a continuar jogando. Somente depois de algumas provações a história finalmente melhora um pouco e responde muitas dúvidas, porém não engrena e nem constrói personagens cativantes. Temos a sensação que o roteiro nunca foi uma prioridade, e isso pode decepcionar fãs de longa data de Final Fantasy. 

Basicamente, temos os mesmo elementos de todas as histórias: o protagonista esforçado, a princesa e os amigos. Mas não conseguimos nos importar com nenhum. Claramente o foco de Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin está no gameplay e não na história. E para os fãs brasileiros, ainda temos um problema maior: o jogo não está localizado em português, apenas em inglês e espanhol. Não entendemos o critério da Square Enix em traduzir uns jogos e outros não, mas essa decisão deixa qualquer um desmotivado. 

Imagem: Divulgação

Gameplay frenético 

O gameplay é o ponto que mais brilha e encanta no jogo, com referências claras a jogos como Nioh (2017) e Dark Souls (2011). Por isso, o sistema de batalha conta com ataques leves, pesados, defesa, contra-ataques e esquiva, além da possibilidade de realizar inúmeras combinações de poderes. É tanto botão que você certamente só vai decorar e usar a metade, e tá tudo bem. 

O jogo é desafiador e não deixa tempo para descansar, pois é muito frenético. Se você não gosta de morrer, fique tranquilo porque o título possui diferentes níveis de dificuldade: casual, história, ação, difícil e caos (que é desbloqueado após sua primeira jogada). Neste aspecto temos essa grande diferença em relação ao gênero souls-like, onde não há essa flexibilização dos níveis como em Elden Ring (2022). 

Uma dica simples para vencer os inimigos fortes é sempre fazer as missões secundárias, tanto para aumentar os níveis dos personagens quanto para dropar equipamentos. Faça isso inúmeras vezes até finalmente se sentir poderoso para avançar na história, que obriga níveis elevados a cada nova missão. Só quem viveu sabe! 

Agora, em relação a classes, Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin entrega tudo. Como todo bom RPG de ação, cada uma tem sua própria árvore de habilidades com ataques únicos. Porém, há uma grande diferença aqui. Para mudar de classe basta mudar a arma equipada, e todo o processo para upar é muito rápido e ágil, incentivando o jogador a sempre inovar nas batalhas.  

Durante toda a jornada, podemos controlar apenas o protagonista Jack, mas isso não limita a oportunidade em explorar vários modos de combate. É possível selecionar duas classes simultaneamente para Jack, sendo disponibilizada a opção de alterar de um estilo para o outro com apenas um botão. Isso abre margem até para combinações de ataque! 

Sim, e os inimigos? A Square Enix aproveitou bem esse universo fantástico e criou inúmeras criaturas e cenários, com golpes que deixam qualquer um maluco. Então, não vai faltar novidades e nem elementos para motivar sua aventura pelo fim do Chaos.  

Imagem: Divulgação

Gráficos e performance 

Desde seus primórdios, Final Fantasy sempre foi conhecido pelos seus belíssimos gráficos, trazendo sempre inovações ao mercado gamer. Em Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin, não vimos isso acontecer, o que é bastante frustrante para qualquer fã. Os gráficos não são feios, mas estão longe de surpreender ou aproveitar o potencial da nova geração de consoles. Inclusive, jogamos no PlayStation 5 e não foi justificado o uso de uma versão para essa plataforma. Tudo que foi visto poderia e deveria ser jogado apenas no PlayStation 4. Infelizmente, nada brilhou os olhos. 

E a performance? Particularmente, não tivemos nenhum problema. As telas de carregamento são breves e não demoram. Apesar disso, é possível ver comentários na internet, principalmente no Twitter, falando de problemas técnicos. Então, não fique surpreso se algo travar aí. 

Imagem: Divulgação

Veredito

Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin é sim um passo para novos caminhos da franquia. Mesmo com jogabilidade frenética sensacional e sistema de personalização maravilhoso, o jogo tropeça ao errar naquilo que mais trouxe renome à franquia: história com personagens cativantes. E para os fãs brasileiros, ainda há mais um problema com a ausência da localização em português

O título não é de todo mau e deve entreter ao menos por 20 horas, mas está longe de ser um sucesso como Final Fantasy 7 Remake (2020) ou Nioh. O gosto que fica é amargo, mas esperamos que a Square Enix lapide melhor nos próximos meses assim como fez com Final Fantasy XIV (2013). O jogo tem um futuro promissor! 

Pontos positivos

– Gameplay frenético

– Performance satisfatória

– Sistema de personalização rico 

Pontos negativos

– História clichê 

– Ausência de localização em português 

– Gráficos datados 

NOTA: 8