The Boys: veredito das HQs 1 a 3

18/09/2020 - POSTADO POR and EM HQs/Livros

A coleção de revista em quadrinhos The Boys (2006 – ) é uma dos enredos mais comentados da atualidade, principalmente depois de ter sido adaptado para o formato de série de pelo Prime Video. Criada por Garth Ennis e Darick Robertson, sendo publicado pela Devir, com o selo Dynamite

O enredo é uma sátira das histórias de heróis e de toda sua aura de perfeição e incorruptibilidade. Em The Boys, os super-heróis existem, tem um status de celebridade e, em sua grande maioria, são irresponsáveis e não se preocupam com o próximo. O universo das hqs é repleto de violência, corrupção e abusos morais.

Nesse post, vamos contar nossas impressões das três edições encadernadas, enviadas para a equipe do Roteiro Nerd pela editora Devir. Você também pode conferir mais sobre a série no veredito da primeira e segunda temporadas.

The Boys #1: O Nome do Jogo

Publicado originalmente em 2006, a primeira edição encadernada mostra os seis primeiros capítulos da história. O enredo apresenta um grupo que monitora e tem uma certa obsessão para mostrar quem são os heróis endeusados pela população. 

Hughie Campbell vê sua namorada morrer em um acidente brutal envolvendo um dos heróis do grupo dos Sete, aquele conhecido por ser uma equipe de elite e amada pela população. Todo o poder da mídia foi utilizado para encobrir o caso, deixando Hughie revoltado e desolado.

Enquanto isso, Billy Butcher, um ex-agente da CIA que viu sua esposa desaparece após ela se encontrar com o líder dos Sete, move uma verdadeira vingança para desmascarar a quem e encontrá-la. Ele, então, resolve “convidar” Hughie a se juntar no plano.

Butcher entra em contato com alguns colegas que também não são simpáticos ao Sete, Leite Materno (L.M), Francês e Fêmea, para destruí-los. Apesar de apenas a Fêmea ter super poderes, cada um tem uma habilidade diferente. Butcher tem contatos e é um ótimo articulador, enquanto Francês sabe lidar muito bem com armas e explosivos, já L.M é extremamente cauteloso, além de ter uma ótimo físico.  

Imagem: Divulgação

The Boys #2: Mandando Ver 

O segundo volume de The Boys nos mostra mais sobre um herói conhecido como Tecnoman, uma espécie de sátira ao Homem de Ferro, que se envolve em uma investigação de assassinato comandada por Butcher e Hughie. O novo membro dos Boys também conhece uma das fontes do grupo, O Lenda, que atuou como quadrinista das revistas criam origens fictícias para os supers. 

Em um outro momento a equipe também parte em uma missão na Rússia, que os leva a encontrar um antigo aliado e também descobrir mais sobre os planos da Vought America para os super-heróis.

Imagem: Divulgação

The Boys #3: Bom Para a Alma

No terceiro volume a HQ explora mais sobre os conflitos de Annie, uma heroína que se juntou recentemente à equipe dos Sete, mas que para isso foi abusada sexualmente por três de seus membros. A garota está frustrada com o mundo dos super-heróis e acaba se envolvendo com Hughie, sendo que nenhum dos dois tem conhecimento que estão em lados opostos dessa guerra.

A edição também conta com grandes explicações do Lenda para Hughie sobre o passado dos super-heróis e serve como uma contextualização para o público. Outra descoberta é dos demais efeitos do Composto V, droga que cria os heróis e que é usada pelos Boys para combatê-los. 

Imagem: Divulgação

Veredito

As hqs de The Boys trazem uma história densa, repleta de violência, vocabulário baixo, sexo e drogas. Se você não se sente confortável com esses temas, talvez essa não seja uma narrativa para você. Outra questão é que o quadrinho muitas vezes exagera na quantidade de informações, o que dificulta no acompanhamento dos fatos. Certamente exige muita atenção do leitor para que ele consiga ligar todas as ideias apresentadas. 

O enredo ainda coloca várias questões políticas de forma ácida, fazendo uma crítica ao sistema. Nada em The Boys é simplório ou mesmo se trata de uma questão de fazer o que é dito “certo ou errado”. São camadas que o leitor vai explorando a medida que em os capítulos vão passando.

Quanto aos personagens, eles são bastante complexos. É impossível analisar seus atos de forma isolada, o que é um mérito do roteiro e os deixa bastante interessantes, além de colocar longe da dualidade de mocinhos ou vilões. 

É explícito que o público das hqs seja de um nicho bem específico e, talvez, já esteja cansado das narrativas mais mainstream ou mesmo quer ser apresentado no entretenimento que mostra um mundo mais próximo do real, mas que não perca a magia da ficção. 

Pontos positivos

  • Enredo inovador;
  • Personagens interessantes;
  • Quebra de expectativa;
  • Roteiro bem elaborado;
  • Narrativa visual bem construída;
  • Enquadramentos interessantes

Pontos negativos

  • Existem diálogos longos e desnecessários, tornando-os repetitivos;
  • Algumas cenas são repetitivas;
  • Representações datadas de termos preconceituosos;
  • Demonstração expositiva exagerada de mulheres em situações sexuais

NOTA: 8,7