Depois de sua aclamada performance em Barbie (2023), Ryan Gosling surge interpretando um personagem completamente diferente no novo filme de David Leitch (Trem-Bala, Atômica), O Dublê (2024). Conferimos o longa e vamos contar nossas impressões.
Enredo
Colt Seavers (Ryan Gosling) é um dublê aposentado que precisa voltar ao set de gravação após o sumiço de Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson), um ator famoso.
A grande questão é que o astro interpreta o papel principal do filme dirigido por sua ex-namorada, Jody Moreno (Emily Blunt), e por isso Colt acaba imerso em uma trama sinistra para resolver o caso.
Ação que se destaca
O roteiro de O Dublê é simples, cheio de piadas que funcionam muito bem e cheio de referências ao cinema, utilizando principalmente o artifício do metafilme (um filme falando sobre fazer um filme). A série Miami Vice (1984-1990) é referenciada de forma escancarada. Além disso, o roteiro adapta outra série da década de 1980: Duro Na Queda (1981-1986).
O enredo mistura ação com comédia e Ryan Gosling se destaca, entretanto, Emily Blunt não. A atriz não combina com o papel que mistura meiguice com força, deixando a personagem dela muito forçada em determinados momentos, coisa que Gosling faz com naturalidade. A verdade é que falta carisma, não talento. Talvez uma atriz mais familiarizada com a comédia romântica funcionaria melhor.
Algumas curiosidades
O enredo de O Dublê caiu nas mãos justamente de um ex-profissional do ramo. O diretor David Leitch exerceu o perigoso trabalho durante anos em Hollywood, atuando ao lado de Brad Pitt e de Jean-Claude Van Damme, o que o fez acumular uma grande experiência no mundo dos filmes de ação.
Agora, sobre a produção do longa em si, em entrevista ao The Tonight Show com Jimmy Fallon, o protagonista Ryan Gosling revelou que o recorde de capotagem no cinema foi batido por seu dublê Logan Holladay, no qual ele capotou 8,5 vezes. O recorde anterior pertencia a 007: Cassino Royale (2006).
Além disso, Gosling revelou em outra entrevista, dessa vez ao Canal Fandango, dois momentos do longa em que ele não fez uso de dublês. A primeira foi em uma cena de surfe na rua e a segunda foi a cena inicial do filme. Nesta última, segundo ele, o ator escolheu utilizar óculos escuros durante a queda para esconder a cara de medo.
Veredito
O Dublê é um filme divertido que mistura ação e comédia romântica, com um roteiro cheio de referências ao cinema. O problema do texto está em poucas cenas, onde um ou outro diálogo é mais fraco. Além disso, a escolha de Emily Blunt não foi muito boa para sua personagem.
Diferente do último filme de Leitch, Trem-Bala (2022), o caos e as sequências de ação parecem funcionar muito bem. Dessa vez, a ação faz sentido e o protagonista não é caricato, tendo um carisma natural e que tem uma história facilmente comprada – metade disso se deve ao talento de Ryan Gosling.
A montagem do filme é muito bem feita, intercalando momentos mais suaves com ação e cenas em que o espectador até prende a respiração de tão imersiva que é. Por último, é inegável como a trilha sonora está incrível.
Pontos positivos:
- Cenas empolgantes
- Referências bem feitas
- A interpretação de Ryan Gosling
- Montagem
- Trilha sonora
Pontos negativos:
- A escolha de Emily Blunt para um papel que não casa bem com seu perfil de atuação.
- Alguns diálogos são expositivos demais.
NOTA: 9/10