Chega hoje (04/08) aos cinemas o novo filme de David Leitch, mesmo diretor de Deadpool 2 (2018), Atômica (2017) e John Wick (2014). Estrelado por Brad Pitt, o longa Trem-Bala mistura comédia com muitas cenas de ação. Conferimos o título e vamos contar nossas impressões.
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Ação a mil
Ladybug (Brad Pitt) é um assassino de aluguel muito atrapalhado e azarado. Ele recebeu a missão de roubar uma maleta dentro de um trem-bala que vai de Tóquio a Kyoto. Sua estratégia é realizar o trabalho da forma mais pacífica possível, evitando violência. Apesar de soar simples, ele não contava que mais quatro criminosos estariam na viagem para atrapalhar os planos.
O filme é baseado no livro japonês Maria Beetle (2010) de Kōtarō Isaka. Apesar disso, o seu roteiro é bem bagunçado e se perde em alguns momentos, principalmente da metade para o final, com a necessidade de ter um plot twist a cada cinco minutos. Além disso, ele repete a mesma piada sobre destino e azar várias vezes, o que deixa o espectador cansado. Porém, a metáfora que é feita com um desenho infantil é bem interessante e faz sentido.
As cenas de ação são bem legais e com uma coreografia impressionante, sendo um prato cheio para quem gosta desse gênero. Aliás, se você não gosta de filmes muito frenéticos passe longe desse título, porque o que não falta é energia em tela. De toda forma, a produção é interessante de deve agradar quem gosta de ação e comédia.
Embranquecimento
Sabemos que Hollywood é conhecidíssima por polêmicas sobre o embranquecimento de histórias originalmente asiáticas. Um dos casos mais emblemáticos é o live-action de Ghost in The Shell (2017), que foi bastante criticado por colocar Scarlett Johansson como protagonista em uma adaptação de um dos maiores sucessos do mundo dos animes. E o problema persiste.
Em entrevista a AsAmNews, David Inoue, diretor executivo da Liga de Cidadãos Japoneses Americanos, apontou como principal problema a escalação dos atores. “Ver um filme ambientado no Japão com japoneses aparecendo só no fundo é ofensivo […]. Os envolvidos deveriam ter feito perguntas sobre isso. Alguém da estatura de Brad Pitt tem a capacidade de fazer isso e ele não disse qualquer coisa”, afirmou.
É claro que filme e livro são mídias completamente distintas, mas é impossível não imaginar, após assistir, que houve problemas de adaptação. Para um filme ambientado no Japão são poucos os personagens asiáticos relevantes, então você sente que foi retirado o protagonismo japonês.
Veredito
Trem-Bala é um filme que tenta pegar um público que já tem uma afinidade com esse gênero e por isso acaba pecando bastante no roteiro. É cansativo demais ver cena de pancadaria, por mais bem coreografada que seja, a cada cinco minutos.
A trama vê uma necessidade inexistente de ter um plot twist a cada cinco minutos. Além disso, o filme com toda certeza foi alongado de forma desnecessária, talvez uns 40 minutos a menos seria o ideal e conquistasse até mesmo aquelas pessoas que não gostam de ação, já que o fator comédia consegue ser interessante.
Sobre as atuações, nada de novo sob o sol, o elenco entregou um ótimo trabalho, apesar de uma escalação que não combinou em nada com a adaptação do livro. As cenas de luta são bem pensadas e a coreografia impressiona.
Pontos positivos
- Coreografia de luta bem feita
- Humor que funciona
- Boas atuações
Pontos negativos
- Roteiro perdido
- Piadas que se repetem muito
- Embranquecimento
NOTA: 7