Depois do sucesso de Duna (2021), a continuação do filme de Denis Villeneuve chega para mostrar a ascensão de Paul Atreides (Timothée Chalamet) e sua vingança contra os Harkonnen.
Nessa matéria viemos dar nosso veredito de Duna 2, um dos longas mais aguardados pelos fãs de adaptações de livros, e para quem curte uma ação distópica. Acompanhe.
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Onde parou
O segundo filme começa onde o primeiro parou, sem qualquer surpresa. Paul Atreides e sua mãe, Lady Jessica (Rebecca Ferguson), estão agora junto com os Fremen, no planeta Arrakis, e sendo caçados pelos Harkonnen.
Chani (Zendaya) está ao lado de Paul para guiá-lo em combate, mas quando a questão religiosa se torna pauta, ela deixa bem claro sua aversão à visão dos eventos, enquanto Lady Jessica, como Bene Gesserit, fermenta o fundamentalismo.
No centro da discussão está Paul, que de início não deseja poder como Muad’Dib, mas sim vingança pela sua casa e pai, assassinados a mando de um Imperador velho e ciumento. Vendo que a única possibilidade de conseguir apoio dos Fremen é abraçando a possibilidade de ser o seu salvador, o rapaz se encontra em uma encruzilhada.
A grandiosidade
Enquanto a primeira parte do filme é mais contemplativa, e pode deixar quem assiste um tanto entediado, a segunda parte é ação atrás de ação, e nos faz entender o porquê o longa de 2021 precisava ser tão introdutório. O universo de Duna é distópico e futurista, com uma grandiosidade complexa, podendo até mesmo ser interpretado como uma releitura bíblica, mas que não se limita à questão religiosa.
Sem focar em tecnologia e nem em magia, a história nos fala sobre a capacidade humana de gerar atritos filosóficos baseados em lendas, fanatismo e fome de poder. O maior exemplo é a própria Lady Jessica, que crê fielmente ter gerado o Messias, que sua ordem, as Bene Gesserit, tanto aguarda.
Outro ponto positivo para o filme está nos efeitos especiais e direção, impecáveis. Enquanto os efeitos são tão bem executados que não há como fugir da fantasia do filme em momento algum, a direção de Villeneuve nos orienta para cenas extraordinárias e muito bem executadas, tanto dos personagens, como dos cenários e adaptação.
Personagens
Por falar em personagens, desde já é necessário apontar como Chalamet como Paul Atreides segurou o protagonismo em todos os momentos, não sendo ofuscado em momento algum, ou até mesmo sem deixar o nível de atuação cair. Os questionamentos levantados pelo roteiro, e extraídos pelo ator, são executados sem qualquer defeito.
Outro brilho que há na tela é tanto de Zendaya, como de Rebecca Ferguson, que são responsáveis pelas possibilidades de Timothée em tela. Enquanto Rebecca trás a ambiciosa mãe do protagonista, Zendaya nos mostra que o interesse amoroso de um protagonista não precisa ser uma pessoa submissa e limitada.
Os vilões também brilham. Enquanto Stellan Skarsgard, como Barão Vladimir Harkonnen, já havia sido apresentado na primeira parte, agora é com Austin Butler e Florence Pugh a responsabilidade do antagonismo perante Paul.
Butler nos entrega o psicopata sanguinário Feyd-Rautha, sobrinho do Barão, que irá herdar o planeta Arrakis do mesmo. Em poucos minutos de tela ele já aparece mostrando para o que veio. Já Pugh, a filha do Imperador bastante influenciada pelas Bene Gesserit, vemos uma personagem que ainda não sabemos direito qual será seu papel na história até quase o final, e mesmo assim não é possível dizer que há qualquer disparidade de tela.
Veredito
Duna 2 chegou com dois chutes na porta para aqueles que achavam que seria mais um filme nas salas de cinema, ou que não conseguiria manter o nível de seu antecessor.
Muito bem adaptado, com atuações fortes, um diretor brilhante e efeitos especiais impecáveis, o longa tem tudo para ganhar mais sequências, tendo em vista que o universo de Duna possui mais livros, e a história de Paul Atreides garante ainda muitas camadas a serem discutidas.
Pontos positivos:
- Direção
- Atuação
- Roteiro
Pontos negativos:
- Não tem
NOTA: 10/10