Veredito da 1ª temporada de Daisy Jones & The Six

26/03/2023 - POSTADO POR EM Séries

Baseada no livro homônimo de Taylor Jenkins Reid, a série Daisy Jones & The Six finalizou seus 10 episódios trazendo muito daquilo que os fãs esperavam: música, drama e relacionamentos complicados. Agora, se essa fórmula funcionou também para a adaptação você descobre neste veredito.

Uma história de amor e música

A série, que se desenrola por meio de entrevistas e flashbacks, narra o que levou ao fim da banda Daisy Jones & The Six bem no seu auge nos anos 70. Para tanto nós acompanhamos o início de tudo, vendo a trajetória dos personagens e como eles formaram o grupo, para então passar pelo seu maior momento e também a inevitável separação.

Apesar de falar sobre a banda, é óbvio que a produção, assim como havia sido feito no livro, foca em dois personagens principais: Daisy Jones (Riley Keough) e Billy Dunne (Sam Claflin). Eles representam a força motriz do sucesso e do caos desse grupo, justamente por serem muito parecidos, ao ponto de se chocarem diversas vezes.

Dito isso, vemos os outros personagens tendo menos relevância na série, mas mesmo assim com certo espaço para contarem seus lados. É louvável aqui podermos ver mais sobre Simone (Nabiyah Be), por exemplo. Ela tem uma participação mais discreta na obra original e na adaptação ganha um background necessário, que ainda traz um recorte LGBTQIA+ para uma história de época.

Imagem: Divulgação

Ritmo desbalanceado

O Prime Video optou por lançar Daisy Jones & The Six semanalmente, como anda fazendo com algumas produções com potencial de público maior, e isso pode tanto afastar quanto cativar o público.

O principal motivo é o ritmo desbalanceado dos episódios. Os três primeiros funcionam como uma óbvia introdução, mas passam de forma lenta demais para quem não conhece a história, faltam ganchos que consigam prender a atenção do público, mantendo o engajamento.

Agora, quem conseguiu passar por esse início foi recompensado, pois após isso ela segue em uma crescente até seu final emocionante. Como muitas narrativas seriadas almejam, mas nem todas conseguem, a produção tem seu auge nos dois episódios finais, levando o espectador por uma montanha-russa de sentimentos que faz toda a trajetória valer a pena.

Imagem: Divulgação

Relações complexas

Desde o seu material original Daisy Jones & The Six se propõe a tratar de relações. É como se nada daquilo tivesse acontecido se as pessoas não fossem exatamente daquela maneira e se relacionassem exatamente daquela maneira.

Um dos pontos de maior impacto é sem dúvida o relacionamento de Daisy e Billy. Você está livre para shippar os dois – inclusive a série faz até um trabalho melhor do que o livro nesse ponto, pois é mais fácil enxergar os dois como um casal aqui – mas é impossível dizer que eles são a melhor escolha um para o outro. 

E está tudo bem, isso pode ser debatido. A graça é justamente tecer pontos positivos e negativos para esse e outros relacionamentos que iremos acompanhar ao longo dos episódios. Essa complexidade e humanidade que vemos nos personagens acaba se tornando um dos maiores acertos da série.

Imagem: Divulgação

Veredito

Enquanto adaptação Daisy Jones & The Six muitas vezes tem a felicidade de superar o material original, realizando modificações e preenchendo lacunas que fazem sentido para a história. Nem tudo funciona 100%, vide o início arrastado, mas no geral entra no rol de produções que fazem jus à sua inspiração.

Os personagens, mesmo que cheios de falhas, conseguem ser fascinantes num nível em que nos preocupamos com ele e ficamos tristes com sua inevitável separação. Precisamos de mais dessa banda, mais desse grupo de desajustados que conseguiu fazer um trabalho grandioso juntos. E isso significa que a produção cumpriu seu papel.

Para quem virou da série fica a dica para ouvir o álbum Aurora completo no Spotify. Inclusive essa parte deu tão certo que existem rumores de que está sendo negociada uma turnê real com os atores. Por enquanto é só especulação, mas se o hype ficou grande assim, essa pode não ser a última coisa que veremos sobre a produção.

Pontos positivos:

  • Ótimo elenco
  • Adaptação geralmente competente
  • Abordagem humana dos relacionamentos

Pontos negativos: 

  • Ritmo desbalanceados dos episódios
  • Adaptação falha em alguns pontos

NOTA: 8,5/10