A Disney e a Lucasfilm emplacaram uma jogada de mestre em 2019 logo quando a franquia Star Wars mais precisava. A recepção fracassada de Ascensão Skywalker nos cinemas quase foi compensada quando a 1ª temporada de O Mandaloriano terminou semanas depois, com o sucesso de Grogu – o eterno Baby Yoda – e de Pedro Pascal no papel do caçador de recompensas.
A temporada seguinte manteve o nível de excelência, explorando novos universos e propondo relações pouco vistas antes em Star Wars – algo que, de certa forma, se mantém nos episódios lançados em 2023. Será que o estúdio ainda tem cartucho para gastar com a série ou estão satisfeitos com o trabalho? Vamos discutir.
*P.S: Esta matéria pode conter SPOILERS da trama de The Mandalorian
Unindo uma tribo
Desde o episódio inicial, o criador e roteirista da obra, Jon Favreau, deixa claro qual será a linha a ser seguida: a tribo de mandalorianos ganhará o destaque necessário dentro do universo de Star Wars.
Com Din Djarin e Grogu já bem estabelecidos, chegou a hora da série culminar os principais contratos firmados com diversos personagens para achar o devido lar ao povo mandaloriano.
Para isso, Bo-Katan (Katee Sackhoff) assume o papel de protagonista ao lado de Mando contra sua vontade, sendo forçada a sair de seu castelo na lua Kalevala para resolver missões pela galáxia junto ao colega.
Aos poucos, a antiga líder de Mandalore assume a responsabilidade de tentar unir novamente os mandalorianos em busca de retomar seu planeta destruído.
Mais pé no chão
O maior trunfo das últimas temporadas era a liberdade para viajar pelos planetas, conhecer diversas culturas, resolver um problema e zarpar para uma nova aventura, tudo em apenas um episódio.
Nessa temporada, a questão é outra: agora que Mando e Grogu não precisam mais se provar como dupla, vemos como os outros personagens se desenvolvem em volta deles. Greef Karga (Carl Weathers) e Paz Vizsla (Tait Fletcher), por exemplo, ganham muito tempo para conflitos pessoais, com a cidade de Nevarro se estabelecendo como lugar de conforto para a dupla principal.
Os capítulos que mais fogem dessa proposta “caseira” são o 3º e 6º, quando a série apresenta contextos políticos na capital Coruscant com personagens esquecidos – um pouco fora dos trilhos da linha da temporada – e durante uma missão menor no planeta Plazir-15, no que devem ser os minutos mais divertidos da temporada.
Veredito
Apesar de ter o mesmo número de episódios (oito) das temporadas passadas, a terceira deixa uma impressão de correria na reta final com o retorno de Moff Gideon e a retomada de Mandalore.
Talvez fosse o caso de acrescentar um capítulo para encaixar as encruzilhadas de Bo-Katan e de Mando contra o Império a tempo de equilibrar o devido contexto das tradições da raça na antiga casa com a nova tribo.
De qualquer forma, o final da temporada poderia tranquilamente encerrar a história com chave de ouro. Há força e sensibilidade nos momentos oportunos, apostando em uma conclusão contente para todos os lados, da história e do público.
Porém, devido ao alcance na cultura pop, esses nomes não devem ficar no congelador por muito tempo. Durante o Star Wars Celebration, evento em que foram anunciadas novas produções da franquia, foi confirmado um filme que se passa na linha do tempo de Mandaloriano, focado na luta entre Império e Nova República. O longa terá direção de Dave Filoni, sem data prevista para chegar aos cinemas. Parece que Mando e Grogu não terão o merecido descanso tão cedo.
Pontos negativos
- 3º episódio deslocado da trama principal
- Correria com a história nos dois últimos capítulos
Pontos positivos
- Maior investimento em outra protagonista
- Conclusão excelente para a série
Nota: 8