Não é mais segredo para ninguém que a série Paper Girls (2022 – ) é baseada nos quadrinhos homônimos de Brian K. Vaughan, publicados no Brasil pela editora Devir. Agora, como toda boa adaptação, ela acumulou diferenças do material original, algumas mais relevantes, já outras nem tanto. Nesse texto viemos apresentar as principais, confira.
ATENÇÃO! O TEXTO A SEGUIR POSSUI SPOILERS DA 1ª TEMPORADA DE PAPER GIRLS.
1. Monstros e mais monstros
Diferente das HQs, que pegam pesado na ficção científica, trazendo monstros, robôs, naves, clones e muito mais, a série prioriza os diálogos e cenas intimistas.
Provavelmente por uma falta de orçamento, toda a loucura apresentada nos quadrinhos teve de ser atenuada. Por exemplo, logo no começo vemos diversos pterodátilos invadindo a cidade e caçando os cidadãos, enquanto o seriado só mostra um único espécime do final da temporada.
2. Encontro de gerações
Outra diferença acontece nos momentos em que as meninas encontram suas contrapartes de outras épocas. Enquanto a Erin (Riley Lai Nelet) da série e sua versão mais velha, interpretada por Ali Wong, entram em conflito quase que instantaneamente, nos quadrinhos há uma cumplicidade orgânica entre eles.
O mesmo vale para as Tiffany’s, interpretadas pelas atrizes Camryn Jones e Sekai Abenì, que acabam encontrando diferenças entre si depois de um tempo. Nas HQs esse conflito ainda existe, porém, de forma bem mais suave. Isso faz com que a obra perca em qualidade dramática, ponto que o seriado soube aproveitar bem, deixando a interação mais verossímil.
3. Personagens exclusivos ou adaptados
Os personagens Larry (Nate Corddry) e Juniper (Celeste Arias) são adições novas na série. Eles fazem parte do STF Underground, que no seriado é uma organização que tenta ajudar as garotas a voltar para casa. Larry em especial acaba fornecendo muitas das explicações dadas de forma mais espaçada nas HQs.
Enquanto isso, Dylan (Cliff Chamberlain), irmão mais velho de Mac e responsável por algumas das cenas mais emocionantes da série, aparece brevemente nos quadrinhos, mas não reencontra a garota no futuro após sua morte.
4. Separação do grupo
Na série do Prime Video, Eric, Mac, Tiffany e KJ ficam unidas durante boa parte dos episódios, separando-se apenas em momentos pontuais. Isso é positivo para reforçar os laços entre elas e trazer mais empatia para os seus conflitos.
Nos quadrinhos, porém, esta dinâmica de quarteto é mais entrecortada nos primeiros volumes. Quando as garotas são transportadas para o futuro, KJ acaba se separando das outras três, o que faz com que sua missão principal seja reencontrar a amiga perdida. Mais adiante o mesmo acontece, fazendo com elas sempre se dividam em duplas ou trios.
5. A descoberta da sexualidade de KJ
Em algum momento da série todas as garotas passam por um confronto com seu futuro, fazendo com que reflitam bastante sobre quem são agora. Para KJ essa ocasião vem quando ela invade a própria casa alguns anos no futuro e se depara com seu eu mais velho beijando uma garota.
Isso leva KJ a ficar pensando sobre como chegou até aquele momento, como se sente sobre isso e ainda quais são os seus sentimentos em relação a Mac. Nos quadrinhos há bem menos drama sobre isso, a garota acaba descobrindo a sua sexualidade através de uma visão do futuro que mostra ela beijando Mac, alguns volumes depois a jovem já parece confortável com a ideia.