House of the Dragon: Veredito da 2ª temporada

05/08/2024 - POSTADO POR EM Séries

Depois de dois anos de espera recebemos em 2024 a segunda temporada de House of the Dragon (A Casa do Dragão). Prometendo fogo, sangue e guerra, os novos episódios não seguiram exatamente essa linha, o que causou reações controversas no público. Para saber nossa opinião sobre a produção, confira este veredito.

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As peças se encaixam

Após a morte de seu filho Lucerys (Elliot Grihault) em um ataque de Aemond (Ewan Mitchell) e Vaghar, Rhaenrya (Emma D’Arcy) está processando seu luto enquanto precisa afirmar sua posição como herdeira legítima de Westeros. Para isso, ela conta com o apoio de seu marido, Daemon (Matt Smith), e da princesa Rhaenys (Eve Best).

Enquanto isso, no lado dos Verdes, o recém-coroado Aegon (Tom Glynn-Carney) não vê a hora de derrotar a meia-irmã para acabar com sua pretensão ao Trono de Ferro. Porém, a falta de experiência como governante e a relutância em aceitar orientações de seu conselho desestabilizam seu jovem governo.

Imagem: Divulgação

A Guerra que Nunca Foi

Assim como Rhaenys é chamada de “a Rainha que Nunca Foi”, a segunda temporada de House of the Dragon ensaiou uma guerra que ainda não aconteceu. No início, a ausência de um conflito direto era compreensível, dada a inaptidão de Aegon como líder e o luto vivido por Rhaenyra. No entanto, com o passar dos episódios, ficou mais difícil manter desculpas plausíveis para a falta de confrontos.

Na metade da temporada tivemos a esperança nos embates renovada, com um episódio consistente e que trouxe a memorável batalha entre Aegon, Aemond e Rhaenys. Porém, logo em seguida, o ritmo voltou a esfriar.

Sim, tivemos bons momentos individuais, mas isso não é o bastante para segurar o público engajado por uma temporada inteira, tampouco o deixa no hype para acompanhar o que vem a seguir.

Imagem: Divulgação

Avançando lentamente

Olhando em retrospecto, um dos maiores problemas da temporada anterior, a meu ver, foi o excesso de saltos temporais. Mal nos acostumávamos a uma situação, e ela já mudava. Agora, ao final do segundo ano da produção, é inevitável perguntar: foi para isso que corremos tanto?

O novo ano fez exatamente o oposto do anterior, colocando o pé no freio de tal forma que pode até passar a sensação de que a história parou de avançar. O que não é verdade, mas só de criar essa impressão já revela um problema narrativo.

Basta olhar para os ciclos repetitivos que vimos durante os episódios: Rhaenyra hesitando em começar uma guerra que já havia se iniciado, Daemon questionando a legitimidade da esposa, mesmo após já ter se ajoelhado a ela, e Alicent (Olivia Cooke) percebendo sua insignificância diante dos homens que justamente desprezaram a ideia de uma mulher no trono. Tudo isso criou uma temporada repleta de obviedades narrativas, competindo com tramas que realmente precisavam de mais espaço, mas que tiveram menos do que o necessário.

Imagem: Divulgação

Queremos mais

Com a confirmação de que House of the Dragon chegará ao fim na sua 4ª temporada, estamos oficialmente na metade da história da Dança dos Dragões, mas não é essa a sensação que fica no fim da segunda temporada. Falta impacto. Falta grandiosidade. Falta fogo e sangue. Não foi isso que nos prometeram? Queremos.

Felizmente, algumas cenas se salvam e o início da temporada foi mais bem-sucedida do que seu final. Além disso, não podemos ignorar o impacto da greve dos roteiristas como um dos fatores agravantes dos problemas deste segundo ano. Mesmo que os roteiros estivessem prontos antes das gravações, muitas alterações e correções costumam ser feitas durante as filmagens, o que não foi possível aqui.

O valor de produção ainda compensa também. A quantidade de dragões em cena é algo difícil de realizar, e todos eles se destacam quando aparecem, com composições majestosas que justificam a imponência da Casa Targaryen em relação às demais famílias. Que venham mais cenas com essas feras no próximo ano.

Imagem: Divulgação

Veredito

House of the Dragon encerra seu segundo ano com um gosto bem mais amargo do que o anterior (e isso considerando que a primeira temporada terminou com a morte de uma criança), mas por motivos diferentes.

Parece faltar um consenso entre produtores, roteiristas e diretores sobre o ritmo que desejam dar à narrativa, pois a irregularidade mata o desejo de se manter engajado com a trama. A parte boa é que ainda há dragões para nos encantar e performances marcantes de grandes atores para nos entreter. Contudo, isso não será suficiente para nos segurar para sempre.

Pontos positivos:

  • Boas atuações
  • Valor de produção
  • Dragões

Pontos negativos:

  • Irregularidade no ritmo
  • Tramas cíclicas
  • Lentidão da narrativa 

NOTA: 6/10