Doctor Who 60 anos: Veredito do especial A Risadinha

10/12/2023 - POSTADO POR EM Séries

Doctor Who (1963 – ) finalizou sua trilogia de especiais comemorativos de 60 anos da série com direito ao retorno de personagens icônicos, regeneração e final feliz.

O segundo episódio “A Imensidão Azul” trouxe uma aventura focada no Doutor (David Tennant) e Donna Noble (Catherine Tate) sozinhos em uma nave espacial no fim do mundo tentando desvendar um mistério para conseguir voltar para casa. Ele serviu basicamente como ponte para tudo o que aconteceria no capítulo subsequente.

Vamos agora contar o que achamos do episódio “A Risadinha”, desfecho desse mini-arco que trouxe a dupla dinâmica de volta à ação.

ATENÇÃO! O TEXTO CONTÉM SPOILERS DO EPISÓDIO ESPECIAL A RISADINHA.

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Toymaker está de volta

O grande vilão fez a sua primeira aparição, com Michael Gough no papel, na terceira temporada da Era Clássica e enfrentou o Primeiro Doutor (William Hartnell), obrigando o Senhor do Tempo a participar de uma série de desafios e, caso ele falhasse, seria transformado em brinquedo para sempre.

Dessa vez, Neil Patrick Harris interpreta o malvadão, que conseguiu adentrar ao nosso mundo, deixando tudo um grande caos. Harris é um dos grandes espetáculos do episódio que, com seu sotaque alemão carregado e uma expressão facial e corporal, ele entrega um personagem crivelmente sádico, que se interessou pelos humanos e decidiu se divertir com eles. 

Para detê-lo, o Doutor e Donna se juntam à UNIT, sob o comando de Kate Stewart (Jemma Redgrave), para entender o que raios estava acontecendo e pensar numa estratégia para salvar a humanidade. O Senhor do Tempo ainda é surpreendido ao reencontrar uma velha amiga que agora trabalha para a organização.

O episódio segue a velha receita do vilão tomando conta de tudo, até que acontece uma reviravolta que faz com que os mocinhos fiquem com a vantagem e consigam derrotar a força maligna.

Com a inevitável e esperada regeneração, perdas podem acontecer mas, dessa vez, somos apresentados a um novo conceito. E esta novidade pode até estar diretamente ligada à origem do Doutor e dos Senhores do Tempo, que foi mostrado na temporada anterior com a Décima Terceira Doutora (Jodie Whittaker).

Felizes para sempre

Vilão derrotado, humanidade salva, uma regeneração diferentona e um gancho sobre quem pode aparecer muito em breve, chegou a hora de ter os porquês revelados. E a resposta estava com Donna desde o começo, só bastava o Doutor entender e aceitar.

Como esperado e merecido, depois de ter tido um dos finais mais tristes como companion do Doutor, dessa vez, o jogo virou e ela agora pode ter uma vida plena ao lado de todos quem ama (como num grande comercial de margarina).

Da mesma forma simples que Russel T. Davis resolveu o problema da energia da TARDIS no corpo de Donna, o autor deu para o arco um desfecho até fofo, mas previsível, ainda que coerente para a proposta apresentada desde o início.

Porém nem tudo ali faz total sentido, levando em consideração quem sabemos quem é o Doutor. Ou talvez faça bastante sentido, se Davis tiver sido perspicaz o suficiente para que essa escolha que ele tomou estar relacionada a um personagem que já apareceu no passado.

Veredito

A sensação que se pode ter é que a trilogia apresentada por Russel T. Davis, existiu mais para comemorar a era de Tennant como Doutor do que os 60 anos de existência da série. Algumas referências estavam lá, ainda que breves, mas ao homenagear o legado da produção e relembrar pessoas marcantes, ficou a sensação de que faltou alguma coisa.

Apesar de o roteiro manter a coerência ao que foi proposto, o episódio inicial reabriu o arco de uma forma incrível, talvez em nome da nostalgia e carinho dos fãs pelos personagens e atores. Porém, a continuidade da história foi perdendo um pouco o fôlego com o passar dos episódios. O fechamento pode até ser convincente ao explicar porque tudo aconteceu daquela forma, mas não deu pra emocionar tanto, nem no temido e esperado momento da regeneração, trazendo só um felizes para sempre como deveria ser.

Ncuti Gatwa, apresentado como o novo Doutor, e sua atuação trazem a energia e o revigoramento que a série quer propor daqui pra frente, entrando numa nova fase. Ele facilmente poderia ser considerado como um novo “Primeiro Doutor”, já que a próxima leva de episódios também vai zerar a contagem, sendo denominada como “Temporada 1”. Por outro lado, isso poderia deixar os fãs mais “eloquentes” de nariz torcido.

E vamos aguardar também o Especial de Natal, que logo estará entre nós.

Pontos positivos:

  • Atuação de Neil Patrick Harris
  • Ncuti Gatwa como o novo Doutor

Pontos negativos:

  • Ausência de referências importantes
  • Fechamento sem muita emoção

NOTA: 7.5/10