Análise de Armored Core VI: Fires of Rubicon

03/09/2023 - POSTADO POR EM Jogos

No mundo dos videogames, a FromSoftware é uma marca que ecoa respeito e admiração por todos os lados. Conhecida por desafiar os jogadores com experiências difíceis e enigmáticas, a empresa conquistou legiões de fãs ao longo das décadas. Às vésperas de celebrar 36 anos de existência, o estúdio nos presenteia com Armored Core VI: Fires of Rubicon para PlayStation 5, Xbox Series, PlayStation 4, Xbox One e PC.

O título se distancia da renomada série “Soulsborne“, trazendo-nos para um mundo de mechas, ação intensa e uma narrativa que explora temas distópicos e corporações poderosas. Ao longo desta análise, mergulharemos nos detalhes deste jogo, examinando sua história, gameplay, performance e, por fim, entregando o nosso veredito.

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Mesma história de sempre

Armored Core VI: Fires of Rubicon nos transporta para o planeta Rubicon, uma rica fonte de um recurso energético chamado Coral. Este planeta tornou-se o epicentro de uma disputa acirrada entre várias corporações, cada uma lutando para garantir o controle do Coral. Nesse cenário, também emerge uma resistência liderada por cidadãos nativos. No papel do mercenário 621, os jogadores embarcam em uma jornada repleta de segredos, ação, estratégia e desafios.

A narrativa, embora promissora, não se destaca como uma inovação no cenário dos videogames. Ela abraça elementos típicos de mundos distópicos e corporações poderosas, mas talvez falte um toque de originalidade para se destacar verdadeiramente. Pra mim, pareceu mais um jogo de mecha com o mesmo enredo, o que me fez lembrar bastante de Daemon x Machina, que saiu em 2019 para Nintendo Switch.

A história até tentar oferecer caminhos ramificados e escolhas morais para tentar se diferenciar, mas não consegue atingir o engajamento esperado. Mesmo assim, você pode levar entre 20 a 40 horas para finalizar a campanha principal, e o tempo pode aumentar muito mais se desejar descobrir todas as ramificações do arco.

imagem de Armored Core VI: Fires of Rubicon

Gameplay desafiador

Se a história deixa a desejar em parte, o brilho de Armored Core VI: Fires of Rubicon reside em sua jogabilidade. A ação de mecha é o destaque, proporcionando uma experiência acelerada e emocionante. Os mechas foram equipados com boosters de alta potência, o que permite saltos épicos, manobras no ar e movimentos ágeis. A personalização é profunda e abrangente, com inúmeras peças à disposição para adaptar às necessidades individuais de cada jogador.

No entanto, a curva de aprendizado é íngreme, o que pode afastar os iniciantes na série. A dificuldade característica da FromSoftware é uma barreira para alguns, mas oferece uma sensação gratificante de realização para os jogadores dispostos a enfrentar desafios. A abordagem não linear do jogo, onde os jogadores têm liberdade para escolher a ordem das missões e as configurações de seus mechas, contribui para a diversidade da experiência de jogo.

Inclusive, as missões são relativamente curtas, algumas duram menos de 5 minutos, mas desafiadoras. A dificuldade aumenta ao longo do jogo, e o jogador pode gastar até 20 ou 30 minutos em uma missão. É sempre importante reforçar que o jogo mantém o alto padrão de dificuldade da FromSoftware nas batalhas contra chefes. Os embates apresentam táticas de ataque variadas e podem ser intensas. A apresentação visual é sólida, com exceção de alguns ambientes abertos que revelam discrepâncias gráficas.

imagem de Armored Core VI: Fires of Rubicon
imagem de Armored Core VI: Fires of Rubicon

Modo desempenho é o melhor para performance

Em termos de desempenho, Armored Core VI: Fires of Rubicon entrega uma experiência sólida em todas as plataformas suportadas. Os gráficos são interessantes, com ambientes bem detalhados e mundos expansivos que acrescentam profundidade à experiência.

No PS5, optei pelo Modo Desempenho durante a maior parte da minha jornada, e fiquei surpreso com a estabilidade dos impressionantes 60 quadros por segundo. Essa fluidez manteve-se inabalável mesmo nos momentos mais caóticos, quando a tela se enchia de tiros, explosões e inúmeros inimigos.

No entanto, algo que me deixou perplexo foi a inclusão do chamado Modo Qualidade. A princípio, a ideia de desfrutar de gráficos mais nítidos e recursos de ray tracing é tentadora. No entanto, ao testá-lo, deparei-me com uma trava de quadros a 30 FPS que não proporcionou uma melhoria perceptível na qualidade visual. Pior ainda, esse modo, aparentemente vantajoso, está intimamente ligado aos menus de configuração do mecha, o que significa que optar pelo desempenho superior é praticamente uma obrigação, já que a diferença em termos visuais não justifica abrir mão da fluidez e da jogabilidade suave.

imagem de Armored Core VI: Fires of Rubicon

Veredito

Armored Core VI: Fires of Rubicon é, sem dúvida, um retorno bem-sucedido à série, oferecendo uma experiência de mecha empolgante e uma profunda personalização. A narrativa, embora promissora, não consegue se destacar no cenário atual dos videogames, mas garante ao menos 20 horas em frente às telas. Porém, a falta de conexão com os jogos anteriores da franquia pode alienar os fãs de longa data em busca de continuidade.

A dificuldade elevada pode ser um obstáculo para os recém-chegados, mas oferece uma experiência gratificante para os jogadores dispostos a enfrentar desafios. Com uma performance sólida e otimização para várias plataformas, o jogo é uma recomendação bacana para os entusiastas de mechas e ficção científica. No entanto, fica o recado: FromSoftware não inovou como fez com Elden Ring, então mantenha as exceptivas sob controle.

Pontos positivos:

  • Legendas localizadas em português brasileiro
  • Gameplay insano
  • Personalização dos mechas
  • Performance satisfatória

Pontos negativos:

  • História genérica
  • Modo qualidade sem ganho nítido no PS5
  • Dificuldade pode afastar os jogadores iniciantes

NOTA: 8/10