Análise de A Plague Tale: Requiem

31/10/2022 - POSTADO POR EM Jogos

Lançado em 2019 pelo estúdio francês Asobo Studio em parceria com Focus Home Interactive, A Plague Tale: Innocence chamou a atenção de todos com sua história extraordinária e gráficos surpreendentes. O que ninguém esperava era que o jogo ganhasse sua continuação este ano para PlayStation 5, Nintendo Switch (Via Cloud), PC, Xbox Series X e Series S

Como qualquer sequência de um jogo aclamado, A Plague Tale: Requiem chega com a importante missão de superar o seu antecessor e firmar de vez a franquia no coração dos fãs. 

Confira o que achamos do jogo! 

Ajude o Roteiro Nerd e contribua com até R$ 1.

>> Leia também a análise de Call of Duty: Modern Warfare 2

História inesquecível 

Após os acontecimentos de Innocence, Amicia parte em uma jornada para encontrar a cura da doença que assola seu irmão, Hugo. Para quem não acompanha a franquia, a enfermidade é responsável pelo surgimento de uma grande praga com ratos que vem destruindo cada vez mais cidades pela França Medieval. E detalhe importante: a cada dia que passa sem um remédio eficiente a criança vai ficando mais fraca e os ratos aumentando sua quantidade. 

Com 17 capítulos, Requiem oferece bons momentos de suspense, horror e drama, garantindo cerca de 15 horas de campanha. Para motivo de comparação, o seu antecessor tinha quase a mesma quantidade de capítulos, porém a duração variava entre 8 e 10 horas. É nítido o empenho do Asobo Studio em ofertar capítulos mais longos e fechados dentro da narrativa central. Então, você sempre terá um começo, meio e fim

Não vou entrar em detalhes para evitar spoilers, mas posso dizer que o roteiro do jogo realiza apostas arriscadas e corajosas para a trama. Isso fica evidente desde pequenas coisas até grandes acontecimentos que mudam o rumo da história. É difícil dizer se um estúdio maior teria essa mesma coragem.

No geral, posso falar sem medo que Requiem é superior a Innocence e garante uma história digna, que deve render diversas indicações ao The Game Awards. Pra mim, fica claro que a franquia não se trata apenas de Amicia e Hugo, mas sim de todo o mistério e caos em torno da maldita doença chamada Mácula

Imagem de A Plague Tale: Requiem

Gameplay aprimorado

Como estamos falando de um estúdio de menor porte, é normal que o primeiro título da franquia tenha suas limitações em relação ao gameplay. Em Requiem, vemos que a maioria das críticas e sugestões foram aceitas e implantadas no jogo. Agora, temos uma variedade maior de itens, equipamentos e habilidades que permitem a Amicia sair da linha defensiva e assumir um papel mais agressivo

Por exemplo, anteriormente, precisávamos ficar boa parte do tempo escondidos para conseguir passar das fases e tínhamos praticamente zero poder de fogo. Hoje podemos escolher entre seguir um caminho mais furtivo ou matar os soldados, deixando o gameplay mais dinâmico e divertido. 

Além da nossa protagonista, um ponto que chamou atenção foi o uso dos personagens secundários no campo de batalha. Todos possuem suas habilidades específicas que agregam positivamente e fazem a diferença para passar da fase. O próprio Hugo também ficou mais interessante com seus novos poderes. A criança tá com os “cão nos couro”, viu! 

Também curti como novas mecânicas e puzzles são inseridos gradativamente ao longo dos 17 capítulos, o que ajuda a dar ritmo à história “pesada”. Na minha opinião, o jogo nunca fica monótono ou cansativo, pois sempre estimula experiências diferentes e formatam um “todo” rico para uma grande aventura. Porém, não há como negar que o título ainda tropeça em questões básicas do combate. Às vezes, fica perceptível que o personagem está engessado e predestinado a seguir apenas o caminho que o estúdio deseja, tornando determinados momentos nada orgânicos. 

Imagem de A Plague Tale: Requiem

Experiência de nova geração 

Tive oportunidade de jogar no PlayStation 5 utilizando o tradicional controle DualSense e o fone de ouvido Pulse 3D. Os dois acessórios são aproveitados perfeitamente para criar uma atmosfera realista e, até mesmo, assombrosa para o jogador. 

Por exemplo, em um ambiente rodeado de ratos assassinos, o controle vibra como se a criatura tivesse “pinicando” ou “andando” nas suas mãos. Então, mesmo que você não veja o rato logo de cara, ao sentir essa vibração você já para e fica olhando para os lugares. Já o fone de ouvido ajuda no processo de situar o jogador dentro da França Medieval, onde os barulhos e sons são otimizados para sabermos com precisão de onde vem. 

Como nem tudo são flores, é preciso dizer que notei algumas situações onde tive queda de quadro. Normalmente isso acontecia quando muitos ratos apareciam em tela, o que é frustrante já que o jogo colocava a pessoa na posição de fugir dos bichos, mas não entregava fluidez necessária para criar uma atmosfera mais aterrorizante. Se temos 17 capítulos, pude presenciar esse problema ao menos em seis deles. Não é algo que vai estragar a sua joganativa, mas certamente vai dar um gosto amargo na boca. 

Em relação aos gráficos, o Asobo Studio aprimorou elementos importantes como a iluminação, e ainda deu mais profundidade aos cenários. Também há uma mescla interessante entre ambientes sombrios e “coloridos”, dando mais peso aos momentos de horror e felicidade. É tão louco isso que sabemos quando estamos seguros ou não só pelo tom e energia daquele ambiente. É inegável que o estúdio realizou um trabalho brilhante!

Imagem de A Plague Tale: Requiem

Veredito

A Plague Tale: Requiem é a melhor sequência que poderíamos ter para a nova jornada de Amicia e Hugo. A história certamente deve lhe causar momentos de felicidade, aflição e medo, e nunca vai te decepcionar. O gameplay não fica para trás e resolve inúmeras questões que tínhamos em Innocence, como usabilidade de personagens secundários e “modo agressivo”. 

O título está com o preço sugerido de R$ 299,90 na edição padrão, e mesmo que seja um jogo bom, aconselhamos esperar mais um tempo para que pegue em alguma promoção de final de ano. Mas se você está ansioso por Requiem, só vai e se joga, pois não vai se arrepender de cada centavo investido. 

Imagem de A Plague Tale: Requiem
Imagem de A Plague Tale: Requiem

Pontos positivos:

– História inesquecível 

– Gameplay aprimorado 

– Gráficos e trilha sonora 

Pontos negativos:

– Queda de performance em determinados momentos 

– Combates poderiam funcionar melhor

NOTA: 9/10