Análise de Star Wars Jedi: Survivor

20/05/2023 - POSTADO POR EM Jogos

Após o sucesso de Star Wars Jedi: Fallen Order (2019), o público ficou se questionando se teria ou não uma continuação. Afinal, o jogo entregou pela primeira vez em muitos anos uma história e gameplay de extrema qualidade, deixando Star Wars Battlefront II (2017) e Star Wars: Squadrons (2020) no chinelo. Felizmente, fomos surpreendidos com o anúncio de Star Wars Jedi: Survivor para Xbox Series X|S, PlayStation 5 e PC. 

Agora, com o jogo já disponível nas plataformas, a Electronic Arts enviou uma chave do jogo e tivemos a oportunidade de testar. Confira o que achamos do título! 

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História envolvente

O jogo começa cinco anos após os eventos de Star Wars Jedi: Fallen Order. Cal Kestis continua dando dor de cabeça ao Império, e vencendo grandes batalhas com novos amigos. Mesmo sobrevivendo, o nosso protagonista enfrenta perdas e dores a todo momento, abrindo questionamento se deve ou não continuar a enfrentar o lado sombrio da Força. Mas seria possível existir um lugar seguro para um Jedi descansar e ficar em paz? Este é o ponto que coordena a campanha e garante cerca de 20 horas de aventura

Star Wars Jedi: Survivor explora temas de coragem, perseverança, redenção e esperança. Os personagens são testados em suas convicções e forçados a tomar decisões difíceis em um mundo em colapso. A história também mergulha nas profundezas da Força, explorando os conceitos de luz e sombra, e como um Jedi pode encontrar seu verdadeiro propósito em tempos tão sombrios.

Através de reviravoltas emocionantes e momentos de ação eletrizante, a Electronic Arts e a Lucasfilm levam os jogadores numa jornada envolvente digna de Star Wars. Não há dúvidas que este título supera seu antecessor na narrativa, sendo uma das melhores coisas dos últimos anos da franquia. A nova trilogia, por exemplo, não chega aos pés! 

Imagem de Star Wars Jedi: Survivor

Uma galáxia para explorar 

Talvez o maior problema deste jogo seja o desejo de expandir o que vimos em Star Wars Jedi: Fallen Order. Os planetas possuem uma série quase infinita de objetivos secundários, com roupas, visuais e peças de sabre para serem desbloqueados. Tem muita, mas muita coisa para fazer, e isso pode prender sua atenção por mais de 50 horas de jogatina, caso queira completar 100%. 

O problema é porque a “rota” para esses objetivos secundários se “confundem” com a rota principal. Então, facilmente, a pessoa se perde e fica “presa” sem saber para onde ir. Tive essa sensação diversas vezes e o gosto não foi nada doce na boca. Em uma fase x, por exemplo, você desbloqueia vários pontos de atalho, o que te ajuda a se perder ainda mais se você não estiver focado. Então, o conselho que dou é: se você começou a jogar uma missão, vá até o fim e não pare. Porque se você salvar e voltar no dia seguinte, vai ficar rodando em círculos devido ao número excessivo de pontos de atalho.  

A única coisa boa de tudo isso é porque agora temos viagens rápidas no mapa. Isso é uma mão na roda diante desse caos. Então, quando você se perder, basta ir no mapa e selecionar o ponto de origem para retornar e fazer tudo de novo com calma e atenção, para tentar se achar. 

Em relação à fauna e flora dos planetas, é perceptível um número até que considerável de inimigos. Alguns você não dá nada pela aparência, mas tiram uma boa parte da sua vida quando lhe acertam. Os cenários são visualmente estimulantes e evocam a sensação de desolação e perigo, proporcionando bons easter eggs da franquia. É importante ressaltar que você vai passar muito tempo pulando de um lado para outro, subindo em grades e descobrindo passagens secretas

Imagem de Star Wars Jedi: Survivor

Jogabilidade frenética 

Aqui, o acréscimo de novas habilidades e modos de batalha foram bem-vindos. Diferente do que aconteceu com o elemento de “exploração”, a jogabilidade conseguiu incluir com perfeição mecânicas inéditas. Não vou falar aqui quais armas ou modos são liberados por causa de spoilers, mas posso dizer que você ficará surpreso e satisfeito com cada um deles. 

O combate continua frenético sem dar qualquer tipo de chance para pensar. Isso é bom, porque os botões fluem naturalmente e agem como se realmente fôssemos um Jedi. Os movimentos acrobáticos e os duelos de sabre de luz são especialmente emocionantes, proporcionando momentos intensos de ação. A sensação é realista demais, principalmente por causa das vibrações empregadas no DualSense do PS5. É como se estivéssemos com um sabre de luz na mão o tempo todo, e isto é algo que qualquer fã de Star Wars sonha desde criança. 

Uma novidade é o trabalho em equipe com os parceiros. Assim como vimos em Marvel Guardiões da Galáxia (2021), Star Wars Jedi: Survivor disponibiliza um comando específico para o amigo realizar um ataque especial. A dinâmica é legal, mas acaba ficando no esquecimento, porque normalmente você consegue dar conta do inimigo sozinho sem ajuda. Mesmo assim, não poderíamos deixar de comentar essa novidade! 

Além da tradicional árvore de habilidades (que está bem recheada), o jogo também introduz os talentos, que podem ser adquiridos ao longo das missões. Eles servem basicamente como runas que dão um benefício extra, e você pode usar até preencher os três slots. Outra novidade é o poder de “indução” de animais, permitindo que possamos usar os diferentes bichos e explorar os mapas. Em linhas gerais, podemos montar e voar em momentos estratégicos. 

Performance conturbada  

Mesmo jogando no PS5, posso dizer que a minha experiência não foi satisfatória em relação à performance. Claramente, o jogo não foi bem polido para o seu lançamento, lembrando bastante os antigos jogos da Ubisoft. Enfrentei bugs dos mais simples aos mais complexos. Tipo: quando escolhi um planeta e coloquei a nave em rota, o jogo ficou “carregando” e travou na tela de carregamento. Isso não aconteceu só uma ou duas vezes comigo. Tive que fechar totalmente o jogo e abrir de novo para conseguir driblar o bug

Fora isso, trechos do cenário ainda ficam “piscando” e se montando bem na frente dos seus olhos. Confesso que não esperava nada disso de um jogo que pode custar mais de R$ 400 reais. Muita gente se frustrou com isso, e eu sou uma delas. Star Wars Jedi: Fallen Order foi um primor técnico sem igual, mas Star Wars Jedi: Survivor foi um episódio repleto de altos e baixos.

E digo mais: os problemas acontecem em qualquer modo de jogo, seja desempenho ou gráfico. Até o momento, nenhuma atualização conseguiu corrigir essas instabilidades. Cal Kestis não merecia esse desfecho da Electronic Arts.

Imagem de Star Wars Jedi: Survivor
Imagem de Star Wars Jedi: Survivor

Veredito 

Star Wars Jedi: Survivor tinha potencial para se tornar um dos melhores jogos de 2023. O título consegue entregar uma história incrível, combate frenético e exploração repleta de missões secundárias.

Porém, o seu problema de performance e “falha” na construção das rotas do mapa tiram uma parte considerável do seu brilho, comprometendo a experiência de qualquer jogador. 

Pontos positivos: 

  • História envolvente 
  • Combate frenética 
  • Exploração divertida 

Pontos negativos: 

  • Diversos problemas de performance 
  • Rotas do mapa confusas 

NOTA: 7.8/10