Veredito de Tempo

04/08/2021 - POSTADO POR EM Filmes

Depois de Fragmentado (2017) e Vidro (2019) fecharem a “trilogia de super-heróis” de M. Night Shyamalan, a nova obra assinada pelo diretor de altos e baixos chegou aos cinemas: Tempo

Assim como seus outros trabalhos, o longa vem levantando questionamentos entre o público por seu estilo e pelo já esperado plot twist no fim. Vale a pena voltar aos cinemas para conferir o filme? Veja em nosso veredito abaixo.

Premissa fabular

Diferentes famílias são convidadas a aproveitar uma praia isolada em um hotel de luxo, mas não conseguem sair do local, enquanto o tempo parece passar de forma estranha ao longo do dia. Desesperados, todos procuram maneiras de fugir de um destino iminente sem perder a sanidade.

Adaptação da HQ Castelo de Areia, de Pierre Oscar Lévy (roteiro) e Frederik Peeters (arte), Tempo é a cara de Shyamalan. De início, uma história simples que muda de tom de repente e adquire proporções por vezes exageradas ao longo de seus 110 minutos.

O misticismo envolto em um espaço que transforma horas em anos é semelhante à estrutura desenvolvida em A Dama na Água (2006) e na trilogia citada anteriormente. A partir do momento em que a obra assume sua consciência menos realista e se joga ao seu lado sobrenatural, é mais fácil curtir a tensa jornada e seu estilo “confuso” de mostrá-la.

Imagem: Divulgação

Estilo agitado

A confusão aqui é intencional, tanto no aspecto narrativo quanto no formal. Vemos a câmera girando pelos personagens em meio às velozes reviravoltas forçadas pelo contexto e também por meio dos movimentos pendulares, como os de um relógio de parede, suprimindo do público imagens importantes

Shyamalan usa muito bem dos aspectos técnicos ao seu dispor para nossa imersão no suspense, expondo pelo som e pelo grafismo visual – ou pela falta deles – o ambiente caótico dos protagonistas, que, assim como nós, não sabem em quem ou no que focar à sua frente. Esse senso de aflição contribui para a proposta ansiosa de uma ficção que brinca com o tempo e suas consequências, porém em curtíssimo prazo.

Imagem: Divulgação

Veredito

Tempo não hesita em expor tudo mastigado para o público em seu clímax, como quase todo filme de Shyamalan. Há quem deteste, há quem respeite e há quem admire. Não há dúvidas de que as várias explicações na conclusão tiram o charme místico em prol de uma história mais pé no chão e com intenções surpresas. 

Porém, em seu entremeio, a produção cresce como um suspense direto e eficaz por meio de seu formalismo para uma experiência ousada e marcante dentre as obras do diretor. Não está entre suas melhores, mas também está longe de suas piores.

Pontos positivos

  • Aspectos formais que sustentam bem a tensão

Pontos negativos

  • Final muito expositivo 

NOTA: 7