Fragmentado: quantas personalidades cabem numa mente?

16/05/2017 - POSTADO POR EM Filmes

Um monstro, uma médica e várias vítimas. Em “Fragmentado”, novo filme do diretor M. Night Shyamalan, de “Sexto Sentido” (1999) e “Corpo Fechado” (2000), é apresentado os bastidores e consequências do Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) no comportamento humano. Para isso, James McAvoy se transforma num homem com mais de 23 personalidades distintas, o Kevin, que sequestra três estudantes em um shopping da Filadélfia, nos Estados Unidos. A partir disso, o enredo promete boas horas de suspense e adrenalina, causando um verdadeiro terror psicológico.

Para não perder nenhuma dessas emoções, comentamos as principais características dos personagens principais: Kevin, o paciente, Betty Buckley, a médica, e Casey Cooke, a vítima.

Lembrando que este texto contém spoilers.

O monstro da história

Vocês já pararam para pensar quais efeitos um trauma na infância pode causar na saúde mental de uma pessoa adulta? Em “Fragmentado”, isso é apresentado de forma bem clara por meio da trajetória de dois personagens. Embora isso ocorra, vamos focar no mais instável (ou não) da história. Estamos falando de Kevin, um jovem de 30 anos (ou mais) que possui 23 personalidades distintas e consegue alterná-las quimicamente em seu organismo apenas com a força do pensamento.

Assim, o homem passa por inúmeros estágios e humor, sendo capaz de “viver” como uma criança de nove anos ou “atuar” como um adulto com mania excessiva de limpeza (essa personalidade é diagnosticada com Transtorno Obsessivo-Compulsivo – TOC). Por sua vez, existe algo mais obscuro e negro dentro de Kevin: o “Monstro”, uma criatura com força e resistência sobrenatural.

Inicialmente, o próprio personagem tem medo desse lado “desconhecido”, mas, aos poucos, conhece as habilidades da 24º personalidade. O fato é que ele sequestra três estudantes para participar de um ritual misterioso ligado à figura sombria.

Foto: Divulgação

Uma médica determinada

Fugir de um cativeiro parece uma “ação” simples para a médica Karen Fletcher, interpretada por Betty Buckley. Afinal, seu objetivo é muito mais difícil: provar a existência de “habilidades” nas pessoas com Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI). Ela acredita que os pacientes com esse distúrbio psíquico consigam superar determinadas sequelas do corpo.

Uma pessoa cega com essa doença, por exemplo, pode apresentar uma personalidade na qual não tenha problemas oculares, favorecendo o regeneramento da visão. Posteriormente, esse mesmo indivíduo pode voltar a enxergar normalmente. Isso tudo acontece devido ao “poder” do pensamento no organismo.

Parece mentira, né? Mas uma prova disso é o Kevin, principal paciente de Betty. Por isso, a médica faz de tudo para provar essa teoria.

Foto: Divulgação

A jovem líder

Logo nos primeiros minutos do filme, notamos uma jovem triste e solitária perante uma festa de aniversário num shopping movimentado da Filadélfia, nos Estados Unidos. Com um olhar frio e cheio de medos e traumas, a estudante Casey Cooke, interpretada por Anya Taylor-Joy, parece não se importar com nada ao seu redor. Mas é depois dessa “comemoração” que as coisas começam a mudar. A estudante é sequestrada junto com outras duas meninas de seu colégio.

A partir disso, ela ganha a missão de descobrir como escapar do cativeiro de Kevin, conquistando, automaticamente, o papel de líder da ocasião. O interessante é que a adolescente sempre apresenta “meios” e ideias diferentes das demais companheiras de “cela”, o que lhe dá mais tempo de sobrevivência no abrigo desconhecido. Embora isso seja positivo, Casey aprendeu da pior maneira como driblar os problemas em situações adversas, assim como acontece com o vilão da história.

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Foto: Divulgação