Veredito de Noite Passada em Soho

18/11/2021 - POSTADO POR EM Filmes

Veio aí o novo filme com a rainha Anya Taylor-Joy (O Gambito da Rainha, A Bruxa) e dirigido por Edgar Wright. Noite Passada em Soho é um thriller psicológico e cheio de mistério que mistura o momento atual e viagem no tempo, deixando os fãs da década de 1960 bem animados. Conferimos o longa e vamos contar tudo que achamos.

Modo vintage

Eloise Turner (Thomasin McKenzie) é uma jovem britânica apaixonada pelos anos 1960, sonhadora e com talento para moda, mora em uma pequena cidade do interior junto de sua avó. Ao completar a escola, ela acaba sendo aceita para ser bolsista em uma das mais prestigiadas universidades de moda do mundo, a UAL (Universidade de Artes de Londres).

Turner sempre quis morar em Londres, mas não fazia ideia de como a cidade era de verdade e logo alguns problemas começaram a aparecer. A garota não se adaptou tão bem ao apartamento universitário, já que seu gosto mais vintage acabou se tornando um empecilho para se enturmar, e, por isso, ela precisou procurar um novo lugar para morar.

A jovem então encontra um lugar perfeito para ela no Soho, bem aos moldes que ela procurava. Arquitetura e decoração antiga, em um lugar bem boêmio dos anos 1960. É então que Eloise começa a viajar no tempo e encontra Sandie (Anya Taylor-Joy).

Imagem: Divulgação

Construção do mistério

Todo filme de mistério que se preze precisa conseguir deixar pelo menos o espectador preso na história e atiçar a curiosidade dele. Pois bem, eis exatamente o que Edgar Wright faz com sua direção dinâmica, cheio de cortes e enquadramentos que ajudam a evidenciar detalhes do roteiro.

Não se pode deixar de falar o quanto as expressões de Anya Taylor-Joy ajudam a construir uma certa dúvida, curiosidade e empatia pela personagem. A jovem Thomasin também não pode ficar de fora, já que o roteiro parece ter caído como uma luva para ela. Eloise cresce à medida que o filme vai passando, somos envolvidos muito fácil por sua história e o mistério por trás de sua personagem.

As escolhas feitas pela direção de arte também ajudaram muito na montagem da aura de mistério. A escolha da paleta de cores para as cenas foi muito acertada, além do figurino que ajuda a compor uma narrativa cheia de detalhes a serem desvendados.

É interessante também observar como o passado é retratado, a nostalgia não chega a ser perfeita, mas sim algo que pode até mesmo ser um problema e talvez deva ser deixado de lado.

Imagem: Divulgação

Veredito

Valeu a pena esperar tanto por outro filme de Edgar Wright. os fãs do trabalho do diretor vão ficar bem contentes com tudo que foi mostrado na telona. Apesar de ser completamente diferente do último filme, Em Ritmo de Fuga (2017), ainda é possível encontrar elementos bem característicos da forma de conduzir o enredo.

As protagonistas Anya e Thomasin simplesmente foram ótimas e entregaram exatamente o que o roteiro pedia delas. Taylor-Joy consegue apenas com um olhar penetrar na alma do espectador e assim mantê-lo apaixonado por cada segundo em que ela aparece na tela.

Mas, apesar de todos esses acertos, Noite Passada em Soho peca em alguns diálogos expositivos ou que não fazem tanto sentido para a cena ou mesmo para o desenrolar de toda trama. 

Mesmo assim, para quem gosta de música dos anos 1960, talvez esse seja um dos filmes que mais vai conquistar o coração esse ano. A trilha sonora é simplesmente uma volta ao passado, sendo capaz de dar um gostinho de nostalgia. Para quem quiser, essa é uma playlist no Spotify com a trilha.

Pontos positivos

  • Boa direção
  • Roteiro interessante
  • Ótimas atuações
  • Excelente trilha

Pontos negativos

  • Alguns diálogos são expositivos e desnecessários

NOTA: 9