A franquia John Wick (2014 – ) se tornou um fenômeno entre o público fã de ação, e agora ganha seu primeiro spin-off nos cinemas: Bailarina (2025). Anunciado em 2022, o filme passou por alguns percalços na produção, incluindo polêmicas e mudanças de direção, mas finalmente chegou às telonas. A seguir, nossas impressões sobre o longa.
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Enredo
Após perder o pai ainda na infância, Eve (Ana de Armas) é acolhida pela Ruska Roma, o mesmo grupo de assassinos ao qual ele pertencia. Lá, ela é treinada para se tornar uma arma letal, forjando uma personalidade fria e determinada. Doze anos depois, Eve ainda carrega o trauma e a vontade de vingar a morte do pai. Movida por essa motivação, ela inicia uma perigosa guerra com um grupo rival.
O roteiro não traz grandes surpresas, mas se mantém fiel ao estilo da franquia John Wick, funcionando bem dentro da cronologia — o filme se passa entre os capítulos 3 e 4 da série original. A protagonista é bem construída, com motivações claras e convincentes. Sua sede de vingança não soa rasa ou gratuita: tem propósito e impacto direto na fluidez da história.
Com ritmo intenso e poucas pausas, Bailarina é um filme que praticamente não permite respiro. Em alguns momentos, principalmente no segundo terço, o enredo dá sinais de estagnação com cenas que parecem enrolar ou não levar a lugar algum. Felizmente, o ritmo se recupera rapidamente e a trama volta a engrenar, com várias referências ao universo já estabelecido de John Wick.
A Produção
Desde 2017, a Lionsgate demonstrava interesse em expandir a franquia. A ideia original de Bailarina, escrita por Shay Hatten, era que a personagem fizesse uma aparição já em John Wick 3 – Parabellum (2019).
Em 2019, vendo o potencial do roteiro engavetado, a produtora decidiu investir no projeto e, em 2020, iniciou a busca pela protagonista. Chloë Grace Moretz chegou a ser cotada, mas em 2021, Ana de Armas foi oficialmente anunciada como Eve.
As filmagens começaram em novembro de 2022, mas parte do material precisou ser refeito. Isso porque Chad Stahelski, diretor da franquia principal, não aprovou as escolhas criativas de Len Wiseman, o que levou à regravação de várias cenas.
Veredito
Bailarina é uma adição competente ao universo John Wick. O roteiro, ainda que com alguns tropeços no meio do caminho, entrega uma trama coesa e com desfecho satisfatório, tanto para a história da protagonista quanto para a expansão do universo da franquia.
Eve é uma personagem forte, com desenvolvimento convincente e motivação bem definida. Ana de Armas entrega uma performance sólida, explorando um lado mais duro e intenso de sua atuação. Sua entrega está totalmente alinhada ao que o papel exige.
As cenas de ação merecem destaque. A coreografia dos combates é precisa, estilizada e bem dirigida, exigindo tanto dos atores quanto da equipe técnica. Tudo é cuidadosamente coreografado para causar impacto — e consegue.
Pontos Positivos
– Enredo coeso
– Elenco bem escalado
– Coreografias de luta impressionantes
– Direção eficiente nas cenas de ação
Ponto Negativo
– Roteiro dá voltas desnecessárias no segundo terço do filme
Nota: 8,5