Seis filmes com temática LGBTQ+ que aquecem o coração

26/03/2018 - POSTADO POR EM Filmes

Por muito tempo, as narrativas no cinema que envolviam temas LGBTQ+ retrataram casos de tragédia, preconceito e até mesmo violência. No entanto, já estamos em 2018, e precisamos cada vez mais ouvir e contar histórias um pouco mais positivas, que nos mostrem a quebra de paradigma e ofereçam ao espectador novos pontos de vista. Afinal, são essas adaptações que muitas vezes inspiram as pessoas a transformar suas próprias vidas.

Em “Com Amor, Simon” (2018), o protagonista encontra no blog de fofocas da escola a publicação de um rapaz que guarda o mesmo segredo que ele: é gay, mas não tem ainda coragem de assumir. A partir de então, Simon fica praticamente obcecado para descobrir quem é o autor anônimo da postagem, e os dois começam a trocar e-mails que ora motivam, ora desanimam os jovens a operar grandes mudanças.

Separamos aqui uma lista de seis filmes de diferentes nacionalidades e que, assim como “Com Amor, Simon”, procuraram trilhar um caminho cheio de doçura, esperança e bom humor, nos quais as personagens levam seus problemas com tranquilidade e a certeza de que o amor sempre vence.

Moonlight: Sob a Luz do Luar | 2016 | EUA

O grande vencedor do Oscar de 2017, que por acaso não foi “La La Land”, acompanha a vida de Chiron (interpretado pelos brilhantes Alex R. Hibbert, Ashton Sanders e Trevante Rhodes), um jovem negro que vive em uma comunidade pobre de Miami, nos Estados Unidos. Nesta obra prima do cinema, somos introduzidos desde o bullying da infância, transitando pela crise de identidade típica da adolescência, até a descoberta dos perigos das drogas e do mundo do crime, tudo sob o ponto de vista do protagonista. Este filme é um exemplo sem igual sobre construção de um personagem, e vale a pena cada sensação.

Imagine Eu & Você | 2005 | Reino Unido, Alemanha

Rachel (Piper Perabo) está noiva de Heck (Matthew Goode), com quem mantém uma relação íntima de amor e amizade há anos. Na véspera de seu casamento, a jovem conhece Luce (Lena Headey: sabe a Cersei Lannister? Ou a Sarah Connor?), a pessoa contratada para organizar a decoração da festa. A partir daí, começa a treta maior, pois Rachel de repente se vê extremamente dividida entre continuar com o compromisso perante o noivo, sua família e ela própria ou explorar esta relação com a florista, assumidamente lésbica, um laço que a cada dia se torna mais firme. O filme trata de uma questão bem delicada de forma tão leve, que é praticamente impossível não querer acompanhar de perto essa confusão.

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho | 2014 | Brasil

Esse é praticamente obrigatório a todo brasileiro assistir. O filme, dirigido e escrito pelo cineasta Daniel Ribeiro, conta a história estendida baseada no curta “Eu Não Quero Voltar Sozinho”: Leo (Guilherme Lobo) é um jovem adolescente e estudante em uma escola de bairro de São Paulo. Em sua melhor amiga, Giovana (Tess Amorim), ele encontra uma   verdadeira parceira. A posterior chegada de um novo aluno, Gabriel (Fabio Audi), acaba transformando tudo quando Leo se encontra em crise sobre o que ele espera do futuro e o que se espera dele. O filme foi muito premiado no exterior e fez carreira mundo afora antes mesmo de estrear nos cinemas brasileiros. Não é à toa que venceu uma categoria de destaque do grande Festival de Berlim: a Berlinale Panorama 2014.

Boys (Jongens) | 2014 | Holanda

De origem holandesa, este filme representa com toque extremamente sensível e estética um tanto atraente o universo masculino, focando em dois jovens que descobrem um ao outro de maneira improvável. Sieger (Gijs Blom), um atleta dedicado, está treinando para uma importante competição de revezamento. Marc (Ko Zandvliet) acaba de chegar na rota do garoto, e logo os dois se aproximam pelos interesses em comum. A amizade vai se transformando gradualmente em algo diferente, e resta ao espectador a contemplação da história sem preocupação, livre de qualquer temor. Desafio qualquer pessoa a torcer contra esse casal maravilhoso. E uma grande vantagem: o longa está disponível na Netflix, essa danada!

A Criada | 2017 | Coreia do Sul

Uma mistura de thriller psicológico com romance de época, “A Criada” revela-se cheio de viradas na trama, desilusões e grandes amores com um final de arrepiar até a espinha. No enredo, Sookee (Kim Tae-ri) é uma jovem coreana que, durante a ocupação japonesa ocorrida nos anos 1930, é contratada para servir a uma mulher cheia de caprichos, Hideko (Kim Min-Hee), herdeira de uma fortuna exorbitante no Japão. A questão é que a garota está em conluio com um vigarista e tem um plano bem elaborado contra a dama, mas quando a tramoia de fato é posta em curso, as coisas vão se complicar muito mais dali em diante. E é só isso o que temos a dizer.

Uma Mulher Fantástica | 2017 | Chile, Alemanha e Espanha

Daniela Vega entrega uma performance fora desse mundo no filme que venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro deste ano e estreou aqui no Brasil no festival Cine Ceará, onde venceu a categoria máxima. A história pode parecer pesada em alguns pontos, e o filme realmente é denso, pois narra a trajetória da transexual Marina, uma garçonete que perde seu companheiro, Orlando (Francisco Reyes), repentinamente. A partir desse ponto, a vida da aspirante a cantora começa a mudar drasticamente quando ela precisa lidar com a família do homem que os deixou. Confie em nós: todo o esforço dos percalços que esta personagem vai cumprir vai ser recompensado no fim.