Precisamos conversar sobre Halloween Ends

17/10/2022 - POSTADO POR EM Filmes

Halloween Ends (2022) chegou aos cinemas na última semana e, infelizmente, não conseguiu trazer um final digno para uma das franquias de terror mais famosas do cinema. Por isso, precisamos conversar sobre alguns pontos dessa conclusão que deixa um gosto amargo no paladar dos fãs. Para quem ainda não assistiu ao novo filme, recomendo ler primeiro o veredito sem spoiler AQUI e só então voltar nesse texto.

Atenção: o texto a seguir contém SPOILERS.

Personagens fracos

Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) é talvez a personagem do mundo de terror mais sensacional e empolgante, além de ser muito amada pelo público. No novo filme, ela consegue ser a única personagem bem feita e suficientemente inteligente, além de conseguir quebrar alguns poucos dos vários clichês do roteiro.

Infelizmente, o restante do elenco é extremamente enfadonho. Allysson (Andi Matichak), neta de Laurie, não passa de uma adulta boba e mimada que não entrega nada que faça o espectador ter o mínimo de empatia. Além disso, seu envolvimento com um suposto assassino de criança é forçado e até em certos momentos um tanto improvável.

Imagem: Divulgação

Um vilão irritante

Diferente dos outros filmes da franquia, Halloween Ends parece em um momento seguir o rumo de uma passagem de bastão (frustrada) para um possível substituto de Michael Myers. O escolhido foi um jovem que é acusado injustamente do assassinato de um garotinho e que acaba passando alguns anos na cadeia.

A premissa é até interessante e faz sentido, já que por causa dessa injustiça ele passou a sentir aversão da sociedade e acaba conhecendo Myers. Essa característica ajudaria – e muito – na construção de um serial killer. Porém, o roteiro não consegue desenvolvê-lo de forma a torná-lo alguém que pudesse realmente ser temido e não sabe o que fazer com ele, por isso a única solução que resta é matá-lo da forma mais ridícula possível: com uma facada no pescoço.

Imagem: Divulgação

Falta do clima de terror

Uma das características da franquia Halloween é conseguir deixar o espectador apreensivo apenas com a sugestão da presença de Myers. Bem, esse não é o caso deste filme. O roteiro erra ao tentar construir uma aura medonha ao redor do novo vilão e acaba sendo extremamente enfadonho: são cerca de 50 minutos só nessa tentativa.

Quando finalmente temos o embate entre Laurie e Myers, percebemos como ele se tornou um vilão fraco que é facilmente vencido. O fato de Michael não sobreviver no filme não é algo ruim. Pelo contrário, é o ápice do longa e poderia deixar o fã feliz, mas a facilidade do acontecido acaba deixando o espectador meio frustrado.

Imagem: Divulgação

Encerrar sem chances de retorno

O que não falta no cinema são franquias que voltam quando menos se espera. Halloween mesmo é um exemplo disso. Porém, dessa vez, Myers morreu e teve seu corpo moído, o que impossibilita completamente qualquer comeback dele. Além disso, a chance dele passar o bastão também foi frustrada, já que o roteiro não desenvolveu esse ponto e resolveu matar o possível sucessor – algo que de fato alegra o público.

Esse é talvez o motivo pelo qual o filme não seja um fracasso completo, já que no quesito “por um ponto final” ele funciona bem e não cai no lugar comum de deixar pontas abertas para uma continuação ou reavivamento da franquia – o que não impede que daqui alguns anos ela passe por um reboot.

A única chance da franquia voltar como uma continuação direta seria caso alguém se inspirasse em Myers e resolvesse tomar seu lugar. Porém, o filme não dá nenhum indício de que isso ocorrerá, para alegria dos fãs.

Imagem: Divulgação