A nova sequência de Pânico estreou recentemente nos cinemas, mostrando que a franquia continua sendo relevante e bem recebida. O trio de sobreviventes originais volta mais uma vez – Sidney Prescott (Neve Campbell), Dewey Riley (David Arquette) e Gale Weathers (Courteney Cox) – para mais um embate contra o misterioso Ghostface, junto com um novo elenco que promete dar uma renovada na franquia.

Mas o que deu tão certo na obra de Wes Craven e Kevin Williamson para ter feito a cabeça dos fãs de fãs de filmes de terror, em especial, os famosos slashers, desde a década de 1990? Se você quer entender como Pânico se tornou uma franquia essencial para o gênero, confira a nossa análise a seguir.

ATENÇÃO: Contém spoilers dos 4 primeiros filmes!

Mudando as regras

O que é mais notável em Pânico é que ele foi capaz de mudar as regras de todos os filmes de terror existentes até sua estreia, em 1996, a começar por ter entrado em cartaz bem na época de Natal. Já pensou?

Para além dos famosos bordões “Qual seu filme de terror favorito” e “Olá, Sidney!”, sua caraterística principal é tirar sarro de títulos do gênero, inclusive de si próprio, ao enumerar as regras de como se fazer um filme de terror perfeito e, ao mesmo tempo, subvertendo todos esses conceitos que, talvez, a gente ainda nem tinha reparado.

E isso tudo se dá de forma bem natural, fazendo o público entender mais sobre os “do’s and don’ts” que ditam expectativas do gênero, ao termos o personagem Randy (Jamie Kennedy) inserido na história como um expert em filmes de terror, para ajudar a descobrir quem é o assassino mascarado ou, pelo menos, a sobreviver.

Final Girl

A protagonista que sobrevive dessa vez não é só mais uma loira virgem, preocupada em curtir a vida com os amigos. Sidney, que tem cabelos escuros, está tentando lidar com problemas reais, como o trauma recente do assassinato da mãe.

Ela ainda chega nos finalmentes com namorado, sem saber que ele era ninguém menos que o assassino. Isso faz ela desconfiar do outro namorado, no segundo filme, e a vida praticamente solitária que ela tem que encarar em seguida. Poxa, que sacanagem, hein?

O desenvolvimento da protagonista é claro e real no decorrer dos filmes. Sidney surge como uma garota indefesa, mas com carisma suficiente para você torcer por ela até o fim. Com o tempo ela se transforma em alguém que quer fugir de tudo, até perceber que precisa mesmo enfrentar aquela ameaça, tornando-se uma mulher corajosa, pronta para o que vier.

(Fun Fact: Em Pânico 2, Derek, namorado de Sidney, entrega-lhe um colar como proteção. No terceiro filme, ao chegar em Hollywood depois que uma nova matança começou, Sidney aparece usando o mesmo amuleto. Não custa nada, né?)

O filme dentro do filme

Outra forma de tirar sarro de si mesmo foi o filme que passou a existir dentro do universo. Com o título de A Apunhalada, a história era baseada no livro escrito pela jornalista Gale Weathers após os acontecimentos de Pânico.

A franquia fictícia fez o maior sucesso, principalmente entre os residentes de onde tudo aconteceu, Woodsboro, chegando a ter, pelo menos, 7 filmes. Com enredos cada vez mais bizarros a cada sequência, tivemos até a aparição especial de Kristen Bell e Anna Paquin se esfaqueando na tradicional cena inicial.

(Fun Fact: No primeiro longa, durante uma conversa sobre sua história acabar virando um filme, Sidney comenta que seria provável que a atriz Tori Spelling a interpretasse na produção. Na sequência de Pânico, Spelling faz uma participação especial como ela mesma, interpretando Sidney, em A Apunhalada).

Ghostface

O que é mais divertido (sim, por que não?) sobre o assassino com a cara de fantasma vestido em uma mortalha preta é que todos eles são extremamente desastrados. Quando eles não estão caindo, tropeçando, estão passando direto pela porta durante uma tentativa de facada.

Pensando nisso, devemos lembrar que eles são pessoas comuns que resolvem começar uma matança e não assassinos treinados para matar. Além do mais, o figurino que eles escolheram não dá muita visão e mobilidade, né?

Mas o auge mesmo foi a proeza de lançar uma faca em direção a cabeça de Dewey e o acertar justamente com o cabo?! Será que ele usava algum amuleto da sorte?

Casal Vinte

Sim, no meio de toda a matança também pode rolar uma paquera. A relação do tímido policial Dewey Riley e a destemida repórter e Gale Weathers é a cereja do bolo na franquia de Pânico.

Apesar de o relacionamento dos dois ser um pouco conturbado, é notável a tensão sexual entre eles desde o começo e, por ser bastante verossímil, a gente fica na expectativa de que eles vão ficar juntos e felizes para sempre, coisa que só acontece de fato no terceiro filme da franquia.

Como Pânico não é um conto de fadas, em Pânico 4, vemos o casal lidando com questões dentro um relacionamento matrimonial, mas também mostrando o desenvolvimento dos dois personagens, que fecham a trinca dos protagonistas. E a nossa torcida continua sendo para que eles se acertem no fim das contas.

(Fun Fact: Os intérpretes, David Arquette e Courteney Cox tiveram um relacionamento fora do set e chegaram a se casar de verdade, ficando juntos de 1999 a 2013. Existe até um episódio de Friends, série estrelada por Courteney, que a abertura mostra o nome dos atores com “Arquette” acrescentado no final, em homenagem ao recém-casal.)

Pânico 5?

Depois de um grande hiato na história de Sidney Prescott e cia, o quinto filme da franquia chegou às telonas e muita gente se perguntou o porquê do novo longa não ter o número na contagem. De acordo com o produtor, Kevin Williamson, “chamá-lo de apenas ‘Pânico’ funciona, porque é novo. Há o legado do elenco e como eles infundem esse novo mundo, e há uma nova geração e um novo elenco que é extremamente divertido”.

Nessa matéria, abordamos a franquia como um todo, focando apenas nos 4 primeiros filmes. Caso você queira saber mais sobre o novo Pânico, confira o nosso veredito do longa clicando aqui.