Lista: 5 Filmes para conhecer o Cinema Japonês

30/05/2021 - POSTADO POR EM Filmes

Do outro lado do mundo, o centenário cinema japonês nunca ficou atrás das produções ocidentais no nível de suas obras. Berço de icônicos melodramas, grandes batalhas de samurais e alguns dos mais perturbadores filmes de terror, o Japão não para de alçar inventivos cineastas com estilos marcantes a cada década.

Por isso, após as listas de recomendações do cinema sul-coreano e italiano, o Roteiro Nerd separou cinco obras interessantes para conhecer parte da vasta produção da Terra do Sol Nascente.

A Cura (1997)

Exemplo da nova onda do J-horror (obras do gênero de terror sob a ótica do país), A Cura, de Kiyoshi Kurosawa, se destaca pelo tom de mistério sobre a psique humana em uma série de assassinatos em que os culpados estão próximos da vítima, confessam o crime, mas não lembram do motivo que os levou àquilo.

O detetive Takabe encontra o indivíduo que conecta os casos, um jovem que não se lembra de seu passado e se interessa mais pela vida do investigador, o indagando acerca de seus traumas durante seus encontros. Um filme que aos poucos revela as obscuras motivações do vilão enquanto o “herói” se despedaça mentalmente, gerando teorias sobre seu dúbio final.

Pais & Filhos (2013)

Antes de Assunto de Família (2016), seu maior sucesso até aqui, o cineasta Hirokazu Kore-eda já havia impressionado a audiência com outra história difícil de digerir em Pais & Filhos, um drama familiar em que um casal rico descobre que seu verdadeiro filho foi trocado na maternidade. 

Ao conhecerem o garoto e seus parentes de um bairro pobre, o bem-sucedido arquiteto Ryota, pai do pequeno Ryusei, entra em conflito com sua família e consigo mesmo sobre uma recomendada troca entre as crianças tão diferentes. Uma aula de interpretações e de controle do calmo – Kore-eda também foi o editor – mas tenso ritmo do longa, disponível na Globoplay.

Harakiri (1962)

As tradicionais histórias de samurais não poderiam faltar na lista. Porém, a escolhida aqui foge um pouco do tradicionalismo das icônicas lutas. Harakiri, de Masaki Kobayashi contesta o código de honra samurai através de um quebra-cabeça montado por Tsugumo, um ronin que almeja cometer seppuku, um ritual suicida que honrava as almas dos samurais há centenas de anos. 

O homem consegue a permissão de um respeitado clã para realizar o ato na presença dos mestres, mas rememora o que ocorreu com outro samurai que fez o mesmo pedido no local. Aos poucos, Tsugomo explica suas reais intenções aos presentes, expondo as causas de seu plano de vingança contra um sistema de hierarquia desumano e sem moral. 

Audição (1999)

Takashi Miike dirigiu dezenas de filmes de diversos gêneros diferentes, porém um mais controversos e conhecidos continua sendo Audição, um misto de suspense/romance/investigação e com um toque de horror nos minutos finais.

Ayoama é um produtor de cinema viúvo que tenta encontrar a mulher perfeita para um encontro ao forjar um teste de elenco. Durante o processo, conhece a misteriosa Asami, uma jovem com um passado obscuro e que desperta no homem fortes sentimentos apesar do pouco contato. Contar mais sobre a trama pode prejudicar a experiência, mas fica o alerta para uma das sequências finais mais perturbadoras do cinema.

Céu e Inferno (1963)

Para fechar a lista, nada melhor que Akira Kurosawa. O diretor mais conhecido do cinema japonês marcou época com seus épicos confrontos de samurais e um senso de conflito constante desde Rashomon a Ran. Porém, seu representante, dessa vez, não foca nas histórias do Japão antigo, mostrando que o cineasta podia trabalhar no mesmo nível em outros gêneros.

Em Céu e Inferno, vemos o mesmo senso ajustado de espaço em tela, ritmo frenético de ação e paciência para extrair o máximo do contexto da trama durante uma extorsão de um criminoso que raptou o filho do motorista de um grande empresário. A minuciosa investigação após uma tentativa falha de negociação envolve autoridades locais na ansiosa escalada em busca de encontrar o suspeito.