Leonardo DiCaprio retorna aos cinemas no novo filme de Paul Thomas Anderson (Licorice Pizza, Trama Fantasma). Uma Batalha Após a Outra reúne também outros grandes nomes de Hollywood, como Sean Penn e Benício Del Toro. Conferimos o longa e trazemos nossas impressões.

Enredo

Bob (Leonardo DiCaprio) e Perfedia (Teyana Taylor) formavam um casal cuja vida mudou após o nascimento da filha. Ele decidiu assumir o papel de pai, afastando-se do grupo de guerrilha a que pertencia, enquanto ela se perdeu em escolhas complicadas.

Dezesseis anos depois, Bob vê sua filha Willa (Chase Infiniti) ser sequestrada e precisa resgatá-la a qualquer custo.

Um grande acerto

Uma Batalha Após a Outra tem um roteiro extremamente sofisticado, cheio de críticas sociais pertinentes ao mundo atual e com uma fluidez incrível.

A divisão em atos é precisa, criando uma crescente expectativa que culmina em um final surpreendente e satisfatório. Além disso, a direção de Anderson equilibra tensão com momentos de ironia, oferecendo respiros que enriquecem a experiência.

DiCaprio entrega uma atuação extraordinária, construindo um personagem complexo, marcado por um desespero genuíno. Seu trabalho certamente o coloca como um dos favoritos ao Oscar de Melhor Ator em 2026.

Penn e Del Toro também brilham: enquanto Penn encarna um “vilão” caricatural inspirado em certos grupos sociais, Del Toro faz o contraponto. Papéis que poderiam facilmente resvalar na caricatura ganham força e credibilidade graças ao talento dos dois.

Críticas

O filme dialoga diretamente com a realidade atual, em que acontecimentos parecem saídos de roteiros hollywoodianos distópicos. Vivemos em um cenário de ausência de políticas públicas eficazes contra a xenofobia e de esforços ainda insuficientes no combate ao racismo, frente à escalada dos preconceitos.

Paul Thomas Anderson, conhecido por explorar laços familiares e críticas sociais, vai além: expõe como organizações obscuras se articulam e se infiltram na sociedade. Sem medo de estereotipar, deixa claro quem são os agentes do caos e como eles constroem códigos próprios para preservar sua imagem.

O vínculo entre pai e filha surge como metáfora central, explorando o verdadeiro significado de família, um conceito frequentemente distorcido para justificar atrocidades. Esse poderia ser um tema piegas ou simplesmente passar batido, mas a alegoria por trás desse elo é fantástica.

Veredito

Sem exageros, Uma Batalha Após a Outra talvez seja o melhor filme do ano de 2025. Com roteiro consistente e fluido, ele consegue colocar em tela uma narrativa cheia de assuntos polêmicos, mas pertinentes a uma crítica profunda, feita de forma estratégica.

A direção de Anderson supera as expectativas: seus característicos planos longos e amplos reforçam a ideia de perseguição constante, como se cada personagem estivesse travando sua própria batalha.

O elenco é outro ponto altíssimo. DiCaprio entrega uma das melhores atuações de sua carreira, enquanto Sean Penn e Benício Del Toro assumem arquétipos difíceis, mas sem cair no ridículo, oferecendo performances marcantes.

Pontos positivos:

• Elenco
• Direção
• Roteiro
• Plot
• Críticas Sociais

Pontos negativos:

• Não tem

NOTA: 10/10