Análise de A Ascensão do Ronin

25/03/2024 - POSTADO POR EM Conteúdo E Jogos
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Após o sucesso de Ghost of Tsushima (2020), a Sony se une à equipe da Team Ninja para nos levar em uma viagem ao Japão do século 19 em A Ascensão do Ronin. Nesta aventura exclusiva para PlayStation 5, os jogadores são imersos em uma era marcada por tumultos políticos e conflitos de clãs, onde a honra é tão preciosa quanto a própria vida.

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A história e seu ritmo problemático

Em A Ascensão do Ronin, controlamos um ronin, cujo destino se entrelaça com os acontecimentos turbulentos de uma nação em transformação. Nosso personagem fazia parte do clã da Espada Secreta, mas após uma missão fracassada que resultou na perda de um dos membros do clã, somos forçados a seguir em frente sozinhos. Com o clã desfeito e o Japão enfrentando mudanças significativas com a crescente influência das nações ocidentais, embarcamos em uma jornada para encontrar nosso propósito em meio ao caos.

A história se desenrola em três capítulos e um epílogo, nos colocando diante dos eventos históricos que moldaram a nação. Desde conflitos entre aqueles que apoiam a abertura do país até disputas entre clãs e confrontos contra o xogunato Tokugawa, cada escolha que fazemos tem um impacto na narrativa. Navegamos por alianças políticas complexas e enfrentamos as consequências de nossas decisões enquanto buscamos nosso lugar em um Japão em transformação.

O jogo nos leva a uma jornada de coragem, redenção e autodescoberta em meio ao turbilhão da história japonesa. Com uma duração de jogo estimada em cerca de 40 a 50 horas para completar todas as principais atividades, incluindo missões principais e secundárias, o jogo oferece uma experiência substancial para os jogadores.

Porém, nem tudo são flores ou espadas (rsrsrs). O ritmo da primeira parte é bastante lento, o que pode desmotivar muitos jogadores a continuarem avançando na jornada. Por outro lado, no terceiro capítulo, a rapidez com que os acontecimentos se desenrolam pode deixar os jogadores confusos e desconectados da história, prejudicando a imersão e o envolvimento emocional com os personagens e os eventos.

Jogabilidade divertida

A jogabilidade é um dos pontos de destaque do jogo. Baseada na reputação já estabelecida pela Team Ninja com a série Nioh, o sistema de combate é fluido e complexo, proporcionando aos jogadores uma ampla variedade de opções táticas.

A mecânica central do combate gira em torno da postura e do uso estratégico dos diferentes estilos de luta e armas disponíveis. Cada arma possui seus próprios movimentos e combos, e os jogadores podem alternar entre estilos para se adaptar às situações de combate. Além disso, o sistema de parry adiciona uma camada adicional de profundidade, permitindo que os jogadores contra-ataquem os inimigos com precisão no momento certo.

A variedade de inimigos e chefes desafia os jogadores a dominarem suas habilidades e a explorarem diferentes estratégias para enfrentar cada desafio. O jogo também oferece um sistema de progressão robusto, permitindo que os jogadores personalizem seus personagens com habilidades e equipamentos diversos.

Além do combate, a exploração desempenha um papel importante na jogabilidade. O mundo aberto oferece uma variedade de atividades, desde missões principais até eventos aleatórios. A mobilidade do personagem, incluindo o uso do gancho e do planador, adiciona uma dimensão vertical à exploração, permitindo que os jogadores alcancem novas áreas e descubram segredos escondidos.

Apesar da jogabilidade sólida, a inteligência artificial dos inimigos poderia ser mais desafiadora em determinadas situações, e a variedade de missões secundárias poderia ser mais diversificada para evitar a sensação de repetição.

Gráfico e trilha sonora

Os gráficos do jogo são bonitos, mas não são tão excepcionais a ponto de justificar seu lançamento exclusivo para o PS5. Cada detalhe, desde as paisagens até as roupas dos personagens, é bem feito, criando uma experiência visual envolvente. Durante as batalhas, os movimentos dos personagens e os golpes são bem animados, o que torna as lutas mais realistas.

Quanto à música, ela é emocionante e combina bem com o clima do jogo. Com uma mistura de músicas tradicionais japonesas e modernas, a trilha sonora consegue transmitir diferentes emoções, seja a calma das paisagens ou a empolgação das batalhas. Especialmente durante as lutas, a música de fundo é empolgante e faz você se sentir parte da ação.

Imagem de A Ascensão do Ronin

Um assunto mais técnico

A performance de A Ascensão do Ronin é geralmente boa, proporcionando uma jogabilidade fluida na maioria das vezes. No entanto, jogadores podem enfrentar problemas ocasionais, como quedas na taxa de quadros, especialmente em áreas densamente povoadas ou durante cenas de ação intensa. Esses pequenos contratempos podem afetar a imersão e a experiência geral do jogo, mas, felizmente, não são tão frequentes a ponto de prejudicar gravemente a jogabilidade.

O uso do controle DualSense proporciona uma experiência mais imersiva, permitindo sentir nuances sutis durante as batalhas, como o impacto dos golpes ou a tensão de puxar um arco. Além disso, os gatilhos adaptáveis oferecem resistência variável, tornando as interações mais realistas e envolventes. Embora esses recursos adicionem uma camada interessante à jogabilidade, sua implementação às vezes pode parecer um tanto superficial e não tão integrada quanto o esperado, como vimos em Horizon Forbidden West (2022).

Imagem de A Ascensão do Ronin

Veredito

A Ascensão do Ronin oferece uma experiência sólida no universo dos jogos de aventura samurai, porém peca onde os jogos exclusivos da Sony geralmente brilham: na narrativa. Enquanto o jogo apresenta uma jogabilidade desafiadora e trilha sonora impressionantes, a história muitas vezes falha em manter o mesmo nível de envolvimento e profundidade encontrados em outros títulos exclusivos, como Ghost of Tsushima (2020).

Pontos positivos:

  • Jogabilidade fluida;
  • Trilha sonora emocionante;
  • Sistema de escolhas e consequências que adiciona profundidade à narrativa, permitindo que os jogadores influenciem o curso da história;
  • Variedade de missões e atividades secundárias, proporcionando uma experiência de jogo rica e diversificada.

Pontos negativos:

  • Narrativa inconsistente;
  • Falta de originalidade em certos aspectos da jogabilidade;
  • Pequenas quedas na taxa de quadros e loops repetitivos na música;
  • A implementação superficial do DualSense.

Nota: 8.0