A história de como o homem pisou na lua na década de 1960 é bem familiar, mas já imaginou ver essa narrativa de um outro ponto de vista, envolvendo também uma teoria da conspiração? Essa é a proposta de Como Vender a Lua (2024), nova comédia da Sony Pictures. Fomos convidados para uma sessão especial e contamos nossas impressões a seguir.
Enredo
Kelly (Scarlett Johansson) é uma estrategista de marketing que foi contratada para melhorar a imagem da NASA após os incidentes de missões mal-sucedidas que resultaram na morte de alguns astronautas. A principal missão de Kelly é fazer a missão Apollo 11, que levará o homem a pisar na lua, ganhar apoio popular e do governo.
O roteiro do filme é interessante por tratar de uma história real sob um olhar fictício através das lentes do marketing. Isso traz ao enredo uma leveza que faz com que não sintamos as pouco mais de duas horas de duração do filme passarem. As piadas são boas, divertem e não são feitas de forma aleatórias, o que não torna o filme um pastelão, mas sim uma comédia divertida e elegante.
O papel de Scarlett é muito bem construído. Ela é uma mulher forte, que sabe o que quer, e que tem um ar de mistério em volta de sua pessoa, o que nos deixa intrigados e torna a trama mais interessante. O papel de Channing Tatum é o seu oposto: um homem sério que tem marcas do passado que o tornam mais sisudo. Assim, o casal protagonista acaba tendo uma química perfeita.
Imagem: Divulgação
Apollo 11
Na década de 1960 acontecia a Corrida Espacial, onde Estados Unidos e União Soviética brigavam pela maior capacidade para voos espaciais. Tudo isso dentro de um contexto onde os dois países lutavam pela influência política e bélica global.
Em 1961 a URSS teve uma missão melhor sucedida que os EUA e enviou o primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin, vencendo a primeira etapa da corrida. Entretanto, os norte-americanos não ficaram satisfeitos e começaram a desenvolver mais tecnologias para superar os soviéticos.
Assim nasceu a missão Apollo 11, que tinha como objetivo enviar três astronautas à lua. Os primeiros passos do homem na superfície lunar, em 1969, foram televisionados e transmitidos ao vivo para milhões de pessoas. Nesta transmissão foi dita a célebre frase: “um pequeno passo para o homem, mas um gigantesco passo para a humanidade”, proferida pelo astronauta Neil Armstrong.
Imagem: Divulgação
Veredito
Como Vender a Lua é uma comédia romântica de classe como não se via há algum tempo, sem piadas que levam o espectador a risada descontrolada, mas que divertem. O roteiro é bem construído mas sofre de um primeiro ato um pouco lento, que acaba conferindo um ritmo descompassado ao enredo.
Os personagens são bem interessantes, e suas personalidades são construídas de forma que dá fluidez para a trama. A química entre os dois protagonistas funciona e diverte também. A direção de Greg Berlanti foi bem sucedida ao conseguir manejar bem as pequenas fraquezas do roteiro, principalmente no primeiro ato quando o ritmo difere do restante.
Pontos Positivos:
- Direção eficaz
- Roteiro divertido e leve
- Construção de personagens
Pontos Negativos:
- Primeiro ato lento
- Diferença de ritmo entre os atos
Nota: 8,5