Depois de muita expectativa, a Netflix finalmente lançou Fate: A Saga Winx, sua adaptação original em live action da animação O Clube das Winx, criada por Iginio Straffi. Aqui no Roteiro Nerd, nós já temos o veredito fresquinho para você. Confira!
Dentro De Solaria
É bom deixar claro desde o início que a série não possui qualquer intenção de seguir o mesmo caminho da animação original. Optando por um tom mais sombrio e misterioso, Fate possui como protagonista Bloom (Abigail Cowen), uma garota recém chegada à Escola de Alfea para seu treinamento como fada do fogo. Lá, ela é orientada ao seu dormitório e tem que dividi-lo com outras quatro garotas: Musa (Elisha Applebaum), Terra (Eliot Salt), Stella (Hannah van der Westhuysen) e Aisha (Precious Mustapha).
As fadas têm que dividir o campus com os especialistas, e é quando somos apresentados a Sky (Danny Griffin), ex-namorado de Stella e um dos melhores especialistas do campus; Riven (Freddie Thorp), o delinquente; e Dane (Theo Graham), um novato que parece bem perdido.
Imagem: Divulgação
As garotas não parecem se dar bem de primeira e sua relação com os rapazes parece bem arisca (além de forçada), com diálogos pouco inovadores e que tentam emplacar um texto de cunho feminista quando não há qualquer tipo de cena ou contexto para tal. Isso gera até certo desconforto, principalmente entre Sky e Bloom, já que é usado como flerte.
O mistério gira em torno principalmente do núcleo adulto da série (menos dos pais terrestres de Bloom, que são lembrados de forma desnecessária várias vezes), contando com a diretora Dowling (Farah Dowling), o treinador Silva (Robert James-Collier), o professor Callum (Harry Michell) e a malvada rainha Luna (Kate Fleetwood).
De qualquer forma, a temporada foca em apresentar os personagens nessa nova perspectiva, introduzindo os cenários e poderes sem buscar alterar muito o plano de fundo como o conhecemos. Há ainda uma criatura para se derrotar: os queimados.
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Falhas e Acertos
Como toda nova aposta, a Netflix conseguiu fazer bastantes acertos, mas também errou bastante com Fate – e nem estou falando da questão da adaptação, porque já havia sido deixado claro que o roteiro não seria fiel à animação.
Beatrix (Sadie Soverall) foi um dos acertos dessa adaptação. A ideia de juntar as Trix em uma só personagem pode não ter agradado de início, mas acabou dando muito certo. Soverall conseguiu não apenas trabalhar bem o papel, como houve um destaque especial para ela em suas cenas.
Os efeitos especiais também estão muito bem trabalhados, e é notável que a Netflix buscou dar atenção a esse detalhe, para que o público não trouxesse qualquer tipo de apontamento nessa questão (com asas ou não).
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Agora em questão de roteiro, por outro lado, houve diversos erros a serem apontados que deixam muita margem para melhora. Erros de continuidade simples, como citarem “tempos de paz por séculos em Solaris” em um episódio, e no restante da temporada ser outra linha temporal, ou a incerteza de que Sky e Riven talvez sejam meio irmãos nessa versão (?). As gravações de sequências de combate corporal ficaram muito mal feitas e dá para notar os atores parados esperando o golpe.
Depois, temos a estereotipagem mal construída dos personagens. Tudo bem uma série adolescente utilizar de estereótipos, mas no século atual, colocarem personagens minoritários como Terra (estereótipo da menina gorda romântica e inocente) iludida por Dane (o cara bonito gay) é preguiçoso.
Isso sem contar no bullying irresponsável trazido pelo roteiro, que é “justificado” quando Beatrix pergunta a Riven (que está em algum tipo de relacionamento amoroso com a garota) o que ele está fazendo e ele responde basicamente que está ajudando alguém a entender do que gosta. E depois Dane ainda fica amigo dos dois, totalmente subserviente, sem qualquer explicação.
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Gregos e Troianos
A série foi feita para agradar aqueles que se sentiam órfãos de uma série como O Mundo Sombrio de Sabrina, que chegou ao fim há menos de um mês. Fate : A Saga Winx não tem qualquer pretensão a prêmios como o Emmy, então ao assisti-la é bom você ter em mente que estará assistindo uma série feita e pensada para adolescentes como motivações questionáveis e referências ao mundo pop (olá, quem nunca fez mais de uma vez o teste da casa de Hogwarts se acuse agora! Porque sim, a Bloom e a Aisha tem suas casas citadas).
Mesmo assim, a série buscou sim agradar gregos e troianos, adicionando um clima sombrio com vilões reais (depressão, insegurança, abuso, etc) e míticos, enquanto tem espaço enorme para o drama adolescente acontecer.
Pontos Positivos
- Efeitos especiais
- Beatrix
- Fadas
Pontos Negativos
- Estereotipagem Mal Construída
- Erros de Continuidade
Nota: 6.5