A nova versão de O Sobrevivente (2025), estrelada por Glen Powell, acaba de chegar aos cinemas. O filme adapta o livro O Concorrente, de Stephen King, publicado em 1982. Edgar Wright (Baby Driver, Noite Passada em Soho) assume a direção, o roteiro e a produção. Mas afinal: o longa funciona? Confira nossas impressões.
Enredo
Ben Richards (Glen Powell) vive desempregado e lutando para sustentar sua família em uma sociedade distópica, violenta e economicamente devastada.
Sem alternativas, ele se inscreve em um programa televisivo no qual precisa fugir de caçadores profissionais e sobreviver por 30 dias. Se conseguir, receberá uma recompensa capaz de mudar completamente sua vida.

Crítica superficial
O Sobrevivente aborda questões extremamente atuais, como manipulação da informação, desigualdade social e pobreza, mas não se aprofunda em nenhuma delas. A narrativa levanta provocações interessantes, porém permanece na superfície da crítica social. Ainda assim, algumas cenas conseguem causar impacto e estimular reflexão.
Glen Powell entrega um personagem cujo sofrimento e preocupação com a família soa crível, além de aparentar bom condicionamento para lutar contra as adversidades. O roteiro constrói bem sua motivação, reforçando a sensação de que ele fará o possível (e o impossível) para escapar da situação extrema em que vive.
O elenco, em geral, é bem sólido, mas Colman Domingo se destaca ao interpretar o apresentador do programa: um personagem carismático e repulsivo na medida certa.

Remake
Apesar de partir do romance de Stephen King, O Sobrevivente já havia ganhado uma versão para o cinema em 1987, estrelada por Arnold Schwarzenegger e ambientada em um futuro distópico situado em 2017. Na época, o longa dividiu a crítica, principalmente pelo visual exagerado, o que foi considerado por muitos uma sátira involuntária do futuro.
A nova adaptação aproveita melhor sua premissa do que o filme de 1987, mas ainda deixa a desejar. O roteiro não explora plenamente os temas que introduz e desperdiça a chance de se tornar uma obra realmente marcante.

Veredito
O Sobrevivente é interessante, embora raso nas críticas que se propõe a fazer. Além disso, a obra se perde um pouco em seu ato final, se prolongando mais do que deveria e comprometendo o ritmo da narrativa.
Por outro lado, as cenas de ação são bem executadas, com direção precisa, coreografias envolventes e escolhas visuais muito características de Edgar Wright. Os ângulos e enquadramentos escolhidos para retratar os momentos de ação são perfeitos. A trilha sonora também segue o estilo inconfundível do diretor, elevando várias sequências.
Pontos positivos:
- Elenco
- Trilha sonora
- Direção
Pontos negativos:
- Roteiro raso
- Final estendido
NOTA: 7/10