Veredito de Dash & Lily

15/12/2020 - POSTADO POR EM Séries

Chegou a época mais fofa do ano, o Natal e, com ele, estreou na Netflix a série Dash & Lily (2020 – ), produzida por Nick Jonas. Adaptada do livro bestseller do The New York Times O Caderninho de Desafios de Dash & Lily (2016) de David Levithan e Rachel Cohn. Que tal conferir o que achamos da produção?

Desafios de Natal

Lily (Midori Francis) é uma garota super otimista, sonhadora e carinhosa. Sua época favorita do ano é o Natal. Ela passou durante a infância/adolescência por momentos bem difíceis, além de ter sofrido bullying na escola. Mesmo assim, isso não a desanimou, Lily desenvolveu uma personalidade forte, se expressando da forma mais sincera possível.

Dash (Austin Abrams) é o total oposto dela. Detesta o Natal e todas as formas de comemoração. Tem problemas com os pais e é exatamente o que pode ser chamado de ‘garoto padrão’, apesar disso ele é bem solitário.

A única coisa que Lily e Dash têm em comum é gosto pelos livros e é exatamente por causa disso que eles se encontram. Para fugir de todo o espírito natalino de Nova Iorque, ele vai até uma livraria, onde acha um caderninho, preparado por Lily, e dentro tem vários desafios

Para Dash conhecer a autora, ele precisa completar tudo. O caderno acaba se tornando um meio por onde os dois se conectam e acabam sabendo um pouco mais do outro. Algumas das atividades envolvem coisas que normalmente ele não faria, como procurar um Papai Noel em uma loja de departamento.

Imagem: Divulgação

Um Natal leve

Depois de um ano difícil, acho que uma série de oito episódios rápidos, em média 25 minutos de duração cada, cai bem para quem gosta dessa época do ano. Aqui temos uma comédia romântica, com alguns clichês, mas que também foi pensada para transcender o conceito que temos de produções natalinas.

Lily é uma protagonista asiática, que não é estereotipada, além disso ela tem um irmão gay e os dois possuem uma relação maravilhosa, de cumplicidade e muito companheirismo. Tudo é muito natural, assim como a vida, não é nada forçado. Aqui somos poupados de todos os problemas que Emily em Paris (2020 – ) teve com preconceitos, sem fazer piadas que diminuam alguém.

É claro que algumas lágrimas podem rolar, principalmente porque acabamos refletindo sobre as relações humanas, porém a série não “força a barra” para fazer você ter alguma emoção. Mas calma, na esmagadora maioria do tempo, Dash & Lily vai arrancar sorrisos e talvez até uma gargalhada. 

Assim como o livro, a série também é meio atemporal, mesmo que ambientada no Natal, ela dá para assistir depois que dezembro passar sem ficar totalmente “deslocada” no tempo. Outra coisa bem interessante é que se você não curte muito Natal, mas gosta de comédias românticas, provavelmente o seriado vai te interessar, só precisa largar o preconceito.

Imagem: Divulgação

Veredito

A leveza do enredo é, com certeza, aquilo que mais atrai o público, essa não é o tipo de série profunda como a também recente The Crown (2016 – ). Ela foi escrita para um público jovem, mas que chama atenção de todas as idades por lidar com questões importantes sem parecer que está forçando esses assuntos.

O roteiro tem alguns tropeços, um pouquinho previsíveis, mas nada que atrapalhe a experiência do espectador. Uma característica positiva da série e que deu muito certo é que ela às vezes mostra as consequências das ações antes de mostrar o que aconteceu, poderia ter dado bem errado, mas isso gera curiosidade em quem está assistindo.

Sobre as atuações, são interessantes e muito bem executadas. Aqui chamo atenção para a Midori Francis, que mostrou um carisma incrível e que realmente merece ser protagonista. Francis está super confortável como Lily e, em alguns momentos, ela absorve tanto papel que nem parece outra pessoa.

As locações também chamam a atenção. Logo no começo da série, e ao longo dela, é mostrado Nova Iorque durante o Natal, com aquela decoração fofa e as feirinhas nas praças. Realmente, a adaptação do livro não pecou, fez o seu melhor e foi bem sucedida. 

Pontos positivos

  • Episódios rápidos e leves
  • Assuntos atuais
  • Enredo simples, mas amarradinho
  • Boa adaptação do livro

Pontos negativos

  • Alguns diálogos são previsíveis
  • Oito episódios pareceram poucos, poderiam ter mais dois para trazer uma melhor fluidez para a série

NOTA: 8