Veredito da primeira temporada de Hearstopper

20/04/2022 - POSTADO POR EM Séries

O novo queridinho da Netflix vem aí, e vem com toda doçura e cuidado que apenas a autora, Alice Oseman, sabe dar à série de livros/quadrinhos Heartstopper. A Netflix nos permitiu dar uma olhada na primeira temporada do título, e sem dar spoilers, viemos trazer para vocês nosso veredito.

Comédia Romântica 

A série busca ser bastante fiel aos quadrinhos, mesmo que não totalmente. Focada em nos contar a história de Charlie Spring (Joe Locke), um aluno do primeiro ano de uma escola só para garotos, e abertamente gay

A saída do armário não foi voluntária, mas junto a seus amigos, Tao (William Gao), Isaac (Tobie Donavan) e Elle (Yasmin Finney), o garoto vem conseguindo superar o trauma, ele até mesmo tem um ficante secreto. A vida vai bem, ao menos o máximo que pode ser para um adolescente que vem experimentando a própria sexualidade… Isso até Charlie conhecer Nick Nelson (Kit Connor) .

Nick é um garoto cheio de carisma e simpatia. Jogador de rugby, ele é do segundo ano da mesma escola de Charlie, e é bastante conhecido por se dar bem com todos e ser muito popular. Eles se tornam colegas muito rápido e, após Charlie ser salvo por Nick de um ataque, até mesmo amigos… Mesmo que não seja apenas isso que o mais jovem queira.

A série narra não apenas a descoberta da sexualidade na adolescência, mas foca também em primeiros amores, amizades e medos. E mesmo abordando temas como LGBTQfobia e representatividade, Heartstopper busca levar sua história de uma maneira tão leve quanto mais uma comédia romântica, mas que de raso tem apenas a ambientação.

Imagem: Divulgação

Representatividade 

De maneira suave, a série busca dar aos jovens parte da comunidade LGBTQIA+ uma representatividade forte. Quem o assistir, não estará vendo uma sofrida batalha contra o sistema ou mesmo uma vitimização que é comum ao gênero, mas sim uma obra para se fazer refletir de forma intimista qualquer ideia relacionada ao assunto.

Discussões a respeito do bullying, da escolha de palavras, e até mesmo de relacionamentos não-românticos, também recheiam o roteiro de Heartstopper. Com oito episódios com uma média de apenas 30 minutos de duração, a série dá o toque final com uma maravilhosa trilha sonora.

É importante ressaltar que, por optar não trazer os clichês hollywoodianos a respeito da comunidade LGBTQIA+, a série não aborda as questões dos personagens de forma tão realista. Dois rapazes de classe média alta, com um ótimo nível de educação e oportunidades, que ainda são apoiados pela família, parecem não conseguir englobar a representatividade como um todo. Mesmo que esteja buscando seguir a obra original, a série nem mesmo tenta abordar uma realidade mais pé no chão.

Imagem: Divulgação

Veredito

A série de Heartstopper com certeza vai agradar ao público fã e a quem o descobrir de forma aleatória. Trazendo um aquecimento especial no coração de quem assiste, vale cada cena em que trata a realidade de jovens descobrindo mais de si mesmos, e que é importante para eles.

A atuação ainda não é das melhores, com atores no elenco principal escolhidos pelo seu quase anonimato (com exceção de Kit Connor, que atuou no filme biográfico de Elton John), mas a escolha deles também trás a importância da diversidade nas telas.

Por fim, ainda não há uma confirmação de futuras temporadas, mas para quem está louco para conhecer mais sobre o universo de Heartstopper, a dica é também adquirir as HQs lançadas no Brasil pela Editora Seguinte. O título já possui três volumes publicados e o quarto está em pré-venda.

Pontos positivos

  • Representatividade 
  • Diversidade de elenco
  • Trilha sonora
  • Roteiro

Pontos negativos

  • Atuação
  • Realidade Elitizada

NOTA: 9