Veredito da 1ª temporada de Gen V

03/11/2023 - POSTADO POR EM Séries

Já consagrado com um dos carros-chefes do Prime Video e uma das séries mais populares da atualidade por seu tom ácido e niilista, The Boys (2019 – ) acaba de ganhar o seu primeiro spin-off: a série Gen V. Ambientada em uma universidade para super-humanos, esse derivado aposta em uma geração mais jovem e menos fdp de supers, ainda descobrindo sobre as manipulações da Vough.

Descubra nesse veredito se a empreitada do Prime Video funcionou e se a nova série conseguiu se sair tão bem quanto a original.

Um lugar complicado

Em Gen V, acompanhamos um grupo de jovens estudantes da Universidade Godolkin, uma instituição comandada pela Vough para moldar desde cedo a próxima geração de heróis. Nesse campus os alunos se dividem entre aqueles que serão puramente celebridades e outros que vão almejar um lugar como protetores de cidades.

Marie Moreau (Jaz Sinclair) é uma adolescente que saiu do reformatório direto para Godolkin. A jovem teve problemas com seus poderes no passado e agora quer se provar como uma verdadeira heroína. Acontece que ela vai se envolver com os alunos no Top 5 da universidade, o que não seria um problema até um deles cometer suicidio logo depois de matar o professor mais respeitado do local. Assim, mesmo sem querer, Marie vai descobrir o que de mais podre a instituição está escondendo.

Imagem: Divulgação

Nova geração

Assim como em The Boys, aqui acompanhamos um grupo bem singular de personagens. Além de Marie temos Luke (Patrick Schwarzenegger), o queridinho da faculdade e cotado para ser o próximo a entrar n’Os Sete; seu misterioso irmão Sam (Asa Germann); Cate (Maddie Phillips), a poderosa namorada de Luke com um passado traumático; Andre (Chance Perdomo), seu melhor amigo e filho de um herói já consagrado; Jordan, adolescente bigênero que está tentando se provar; e Emma (Lizze Broadway), uma jovem influencer com problemas de aceitação.

Cada um desses personagens tem uma linha narrativa própria que se desenrola ao longo da temporada e que em algum momento também se interliga à trama principal. Alguns recebem mais destaque que outros, mas em geral é fácil simpatizar ou antipatizar eles, isso vai depender, é claro, da visão pessoal de cada espectador. Uma das coisas que esse universo melhor faz é apresentar pessoas de moral dúbia, com as quais você pode empatizar, mas nem sempre concordar.

Além disso, a escolha de colocar protagonistas super-humanos nos faz ir para o lado opostos dos Boys, questionando o quão certo seria eliminar toda uma espécie, por mais membros problemáticos que existam. Cada vez mais o cerne do problema se revela como o sistema que impõe regras à vida (e mesmo nascimento) desses seres.

Imagem: Divulgação

Ritmo inconstante

O derivado tem bastante semelhanças com a produção principal, o suficiente para entendermos que se passa no mesmo universo, principalmente por conta das referências e cameos que surgem ao longo da temporada. Mesmo assim, a trama principal consegue ter vida própria, e os personagens são interessantes o suficiente para captar nossa atenção.

Apesar disso, nem sempre a série se sai da melhor maneira. Algumas tramas secundárias não ganham o devido desenvolvimento e o episódio final caiu em soluções simplistas, parecendo apenas querer entregar cenas chocantes. Ficou a sensação de que os protagonistas não sabiam direito o que fazer, gerando trinta minutos de caos e um gancho gigantesco para a próxima temporada, o que felizmente teremos

Imagem: Divulgação

Veredito

Gen V garantiu um bom ano de estreia, sendo uma grata surpresa para quem estava sentindo falta de The Boys. A série parece ter recursos o suficiente para andar com as próprias pernas, construindo uma mitologia própria, mas que ainda assim se encaixa com o universo do qual faz parte. Ela nos força a empatizar com um número ainda maior de supers e buscar respostas para qual seria a melhor solução para eles.

Infelizmente o final apressado deixa um gosto amargo na boca, pois toda a construção até ali merecia um desfecho mais coeso para os personagens. Sim, o que acontece faz total sentido, mas parece que várias etapas foram puladas para chegar até ali, com várias facilitações e convenientes mudanças de pensamento.

Enfim, isso não apaga os méritos da temporada, mas nos deixará sem algumas respostas por mais um bom tempo. No mínimo, até sair o 4º ano de The Boys, que ainda não tem previsão de estreia, ou então a nova safra de episódios desse spin-off.

Pontos positivos:

  • Trama envolvente
  • Personagens bem construídos

Pontos negativos:

  • Tramas secundárias mal desenvolvidas
  • Final apressado

NOTA: 9/10