Oito indicações sinistras para o Halloween

30/10/2018 - POSTADO POR , , and EM Filmes, HQs/Livros, Jogos E Séries

Outubro é o mês das bruxas, disso nós todos já sabemos. Muito além das poderosas e perigosas mulheres cheias de talentos, porém, o feriado do Halloween sempre foi terreno fértil (ou amaldiçoado) para espíritos, pragas, lendas místicas ou outras calamidades. E é por isso que a equipe Roteiro Nerd traz aqui oito indicações de jogos, séries, filmes e livros inquietantes, todos por sua conta e risco.

Spooky’s Jumpscare Mansion, da Lag Studios
por Janine Nogueira

Saído da leva de joguinhos de terror psicológico do tipo “Slender” (2012), “Spooky’s Jumpscare Mansion” (disponível para download na plataforma da Steam ou gratuitamente se você catar por aí) é a nossa primeira recomendação para o Halloween em casa agarrado ao notebook.

A priori, o game parece uma inofensiva caminhada por uma casa mal assombrada com monstrinhos e criaturas surpreendentemente fofas, mas não se deixe enganar. O fim desse percurso vai se tornar >bem< bizarro, e se você morrer do coração a culpa não é nossa, tá?

Visage, da SadSquare Studio
por Janine Nogueira

Com uma série de referências vindas de “Silent Hills” (isso, aquele jogo de terror do Hideo Kojima com Guillermo del Toro que não vingou), em “Visage” você joga em primeira pessoa com o personagem Dwayne, que tem que lidar com uma diversas assombrações e memórias de coisas terríveis que aconteceram anteriormente no cenário.

As sombras e figuras monstruosas vão se tornando cada vez mais perturbadoras a cada cômodo explorado, condizentes com a frase utilizada pela produtora, SadSquare, para apresentar o jogo: “A morte que vem das mãos do ódio deixa um traço, como impressões digitais no tempo”. Ficou na vontade de se arriscar? O jogo está disponível com acesso antecipado pela Steam para PCs.

Over the Garden Wall, de Patrick Mchale
por Aline Ramos

A animação, com título brasileiro de “O Segredo Além do Jardim”, foi lançada em 2014 pelo canal Cartoon Network. Ela, que tem início em uma noite de Halloween, conta a história de dois irmãos, Wirt e Greg, que após saírem para o famoso ritual de pedir doces no Dia das Bruxas, acabam se perdendo em uma floresta encantada, assombrada por um ser místico conhecido como Besta, de onde precisam escapar e voltar para casa.

Apesar de ser um desenho animado, a obra não deixa de ter uma narrativa madura e, muitas vezes, assustadora. Com um tom mais pastel e obscuro, “Over the Garden Wall” compõe um ambiente que invoca o lado místico de alguns símbolos da “Noite dos Mortos”, contando com personagens instigantes e uma sensação de desconfiança a cada nova aventura. Além disso, toda a série — que conta com apenas 13 episódios — se mostra, acima de tudo, uma emocionante jornada de amadurecimento e amizade.

Corrente do Mal, de David Robert Mitchell
por Aline Ramos

Acompanhamos de perto Jay (Maika Monroe), uma jovem de 19 anos que recebe uma entidade após transar com um desconhecido. A garota se vê desgraçada da cabeça por algo que se projeta em indivíduos desconhecidos que parecem caminhar em sua direção e busca se livrar desse seu “perseguidor” antes que ele a consuma por inteiro.

Com essa premissa, “It Follows” (título original de 2014) é um terror psicológico adolescente que se destaca do perfil geral de filmes do seu gênero, trazendo uma história tensa e, às vezes, angustiante de contaminação e paranoia. Além de se destacar como uma obra excepcional, traz ótima reflexão, pois no meio de um suspense eletrizante, representa uma alegoria incisiva sobre a juventude nos tempos modernos.

Don’t Watch This, da Netflix
por Gabriel Macedo

O que você diria de uma colaboração entre a Netflix, uma empresa de entretenimento de conteúdo digital de terror chamada Crypt TV, os produtores da franquia do cinema “Uma Noite de Crime” (2013-2018) e os executivos por trás da série… “Queer Eye” (2018-)? Bem, a combinação pode parecer meio improvável por si só, mas o resultado só haveria de ser um: “Don’t Watch This”.

A aposta-surpresa do serviço de streaming — por enquanto apenas na versão gringa — foi lançada especialmente para o Halloween deste ano e traz cinco curtas-metragens sob o olhar de diferentes diretores. Na antologia, inclui-se a investida de um hacker medonho que se envolve num perigoso jogo de realidade virtual à-la-Black Mirror; o conjunto de imagens mais perturbadoras desde a famigerada fita em VHS exibida em “O Chamado” (2002); e uma paródia genial do clássico slash com Christian Bale, “Psicopata Americano” (2000), estrelado dessa vez por Antoni Porowski, o chef especialista em vinhos do reboot de “Queer Eye for the Straight Guy” (2003-2007).

The Hauting of Hill House, de Shirley Jackson e Netflix
por Gabriel Macedo

Você pode não ter ouvido muito falar em Shirley Jackson, mas essa escritora nascida em São Francisco, na Califórnia (EUA), foi uma das maiores influentes autoras do gênero de terror. Em uma edição mais recente de seu romance mais conhecido, “A Assombração da Casa da Colina”, ela até ganhou uma nota do mestre Stephen King: “A história de casa mal-assombrada mais próxima da perfeição que eu já li”.

Editado no Brasil pela Suma, o livro foi originalmente lançado em 1959 e ganhou neste mês de outubro uma adaptação para a Netflix intitulada “A Maldição da Residência Hill”. As diferenças entre as obras são consideráveis, mas tanto a leitura quanto a série oferecem uma experiência muito intensa: tratam da marca indelével que os traumas do passado deixam nos lugares, nas relações familiares e sobretudo na mente das pessoas envolvidas.

O Vilarejo, de Raphael Montes
por Thais Carneiro

Imagem: Divulgação

Este livro lançado em 2015 é de um autor brasileiro e traz sete contos de terror. Cada uma das histórias é inspirada por um demônio e seu correspondente pecado capital. O protagonista é um morador de um vilarejo pequeno e isolado durante um passado remoto, e à medida que vamos lendo, percebemos como as jornadas se interligam.

Conforme as páginas avançam, você se pega tentando descobrir sobre qual pecado aquela história vai falar ou como será o desfecho dos personagens. Raphael Montes consegue criar um bom clima de suspense, além de reviravoltas interessantes. Vale destacar como a diagramação da Suma de Letras está bem feita: as páginas têm cantos rabiscados e respingos de sangue, além de ilustrações bizarras para cada conto.

A Bruxa, de Robert Eggers
por Thais Carneiro

Dirigido pelo norte-americano Robert Eggers, o filme de 2015 conseguiu chamar atenção da crítica após seu lançamento por fugir de clichês básicos de terror. A história se passa no meio do século XVII e segue uma humilde família de sete, que vive em uma fazenda perto de uma floresta sombria. Por uma série de fatores que se desenrolam ao longo da narrativa, incluindo o desaparecimento do bebê da casa, Thomasin (Anya Taylor-Joy), a filha mais velha, é acusada de bruxaria e logo se inicia uma histeria religiosa entre os demais parentes.

O longa consegue criar muito bem uma constante atmosfera de tensão, se valendo de muitos simbolismos para mostrar a natureza dura da vida daquelas pessoas e como eram extremamente guiadas pela religião. O final consegue surpreender e você percebe que ficou assustado o tempo inteiro mesmo sem ter passado por um único jump scare.