Legion: uma série de herói incomum

19/08/2017 - POSTADO POR EM Séries

Um jovem adulto diagnosticado com esquizofrenia desde criança; uma viciada em drogas e álcool otimista e cheia de boas energias; uma terapeuta de mente afiada e métodos pouco convencionais; um cínico prodígio que se sente preso ao passado: estes são alguns dos personagens da nova série dos X-Men, mas não se preocupe se não os reconhece por essas descrições. “Legion”, produção da Marvel Television em parceria com o canal por assinatura FX, não será baseada estritamente em alguma história já conhecida dos mutantes.

Composta por oito episódios de uma hora, a primeira temporada de “Legion” chegou ao Brasil no dia 9 de fevereiro. Destacamos alguns motivos que vão fazer valer a pena conferir esta série:

História fresca

Conhecido como Legião, Haller é de fato o filho do lendário Charles Xavier, mas todos os outros personagens que compõem a história ao redor são novas invenções. O criador da série, Noah Hawley, quis fazer uso do material de origem como um trampolim para contar a sua própria narrativa. “Eu sou um fã de todas as histórias em quadrinhos e dos enredos dentro delas, mas achei que havia algo muito bom a mais para contar usando-os como modelo”, relata. Assim, diferente das mais de dez séries adaptadas de quadrinhos que temos no ar, de “Legion” teremos algo pelo qual não antecipar ou comparar.

Diferentes aspectos dos poderes psíquicos de David Haller são explorados na forma como a história é contada na série. Dessa maneira, o tom da série acaba se tornando um divertimento à parte. Às vezes é até difícil precisar em que período a história se passa. Ela é toda estilizada como num filme norte-americano dos anos 1960 ou 1970, mas ao mesmo tempo podemos notar algumas tecnologias mais avançadas. Esse fenômeno é proposital, uma vez que a intenção é nos colocar dentro da mente do protagonista. “Você experimenta o que David está vivenciando. A percepção da realidade dele é esta: alguma parte é meio retrô; outra parte é futurística”, comenta o criador da série.

Elenco distinto

Logo de cara, o espectador não pode deixar de notar que toda a sequência de fatos é contada sob o ponto de vista meio enlouquecedor do protagonista, que está muito bem acompanhado por alguns rostos familiares e outras revelações promitentes. Os destaques vão para Aubrey Plaza (“Parks and Recreation”), que interpreta a perturbada Lenny, Rachel Keller (“Fargo”), como a misteriosa e bela Syd, e Jean Smart (“Samantha Who?”), no papel da exigente e durona Melanie Bird.

Foto: Divulgação

Produção dedicada

Além do criador Noah Hawley (um nerd assumido, vencedor do Emmy e Globo de Ouro pela série baseada no filme homônimo dos irmãos Coen – “Fargo”), “Legion” tem como ponto de partida as criações de Chris Claremont (“Os Fabulosos X-Men”) e Bill Sienkiewicz (“Elektra: Assassina”). Na produção executiva, temos dois nomes de peso: Bryan Singer e Lauren Shuler Donner, diretor e produtora de quase todos os filmes dos X-Men nos cinemas. Além deles, destacam-se também Simon Kinberg, roteirista dos últimos filmes dos mutantes, e John Cameron, que produziu “Fargo” junto com Hawley.

Casa de hospedagem

Enquanto “Legion” ainda não se estabelece como uma ponte entre as recentes criações da Marvel e os fabulosos X-Men dos cinemas (quem sabe no futuro esquecido?), tente esquecer todos esses heróis e veja por um lado diferente: o canal que adotou o seriado é o mesmo que transmite para mais de 20 países produções aclamadas como “American Horror Story”, “The Strain”, “Archer” e “It’s Always Sunny in Philadelphia”. Ainda não sabemos se a série vai emplacar uma segunda temporada, mas só o fato de ter sido aprovada pela FX já é um bom sinal de que tem futuro promissor.

Foto: Divulgação