Kingdom – Uma série sobre reis, guerreiros e zumbis

20/02/2019 - POSTADO POR EM Séries

Imagine uma série que se passa em plena Coréia medieval, durante a dinastia Joseon (1392 – 1897), e que conta a história de um reino abalado por dúvidas, traições, interesses e uma epidemia de zumbis. Isso mesmo, zumbis! É nesse contexto que “Kingdom”, produção sul-coreana da Netflix, se desenvolve: apostando numa forma inovadora de utilizar os mortos-vivos dentro de uma série de tv.

Bem mais do que apenas zumbis

Apesar de se tratar de uma série com zumbis, nem de longe esse é o único fator de “Kingdom”. A produção utiliza os comedores de carne humana, apenas como um dos elementos que incrementam sua trama. O foco principal é, na verdade, uma disputa pelo poder da monarquia, travada principalmente pelo príncipe herdeiro, Chang (Ju Ji-Hoon), primogênito do rei, mas filho de uma concubina, e do pai da atual rainha. Atuando como uma espécie de chefe de estado, Hak Jo (Seung-yong Ryoo) quer fazer de seu neto, o filho que a jovem monarca está esperando, o sucessor do trono.  

Em meio a esse conflito, surge a dúvida se o rei, que contraiu varíola, ainda está vivo ou não. Deste modo, Chang, temendo pela saúde do pai e sem saber notícias suas, parte em busca do último médico que teve contato com ele e acaba esbarrando no estranho surto de uma nova doença que irá colocar o país em risco.

Analisando por esse prisma, a produção inova ao utilizar os zumbis como um pano de fundo em uma trama que fala muito mais sobre poder e honra, além das tradições de uma das maiores dinastias já existentes na Coréia. Tudo isso pontuado por uma empolgante dose de sangue e carnificina.

Foto: Divulgação

Produção de tirar o fôlego

As cenas estão muito bem produzidas, a fotografia e os cenários nos inserem naturalmente dentro do período em que se passa a história. Os figurinos são de encher os olhos e mostram bem a diferença entre os níveis sociais da época. O elenco é bem afinado e consegue passar com verdade cada personagem, fazendo com que tenhamos empatia por uns e detestemos outros. Destaque para um rosto já conhecido dos amantes das produções Netflix: Bae Doona, a Sun de Sense8.

Com cenas que nos levam a uma tensão gigantesca, apesar de não necessariamente criar medo e nem ter tantos sustos, mesmo assim nos fazem remexer na poltrona. “Kingdom” é uma ótima pedida para quem quer maratonar uma série um pouco diferente daquilo que comumente vemos no mundo dos mortos-vivos.

Foto: Divulgação

Veredito

Apesar de o gênero zumbi já estar meio batido, “Kingdom” consegue se utilizar dos mortos-vivos de uma forma muito agradável. A produção traz a já esperada carnificina, mas com um toque muito diferente do habitual, devido ao contexto em que foi inserida na trama.

A série tem somente 6 episódios em sua primeira temporada, com aproximadamente 55 minutos cada um, mas que passam num piscar de olhos. O final é deixado em aberto para uma provável continuação, uma vez que muitas dúvidas que foram lançadas ainda precisam ser respondidas, além da última cena, em que só faltou colocarem “continua…”.

Foto: Divulgação