ANÁLISE: A verdade ainda está no Arquivo X

08/01/2018 - POSTADO POR EM Séries

 

Em janeiro de 2016, os fãs de “Arquivo X” puderam ver os lendários agentes especiais do FBI, Fox Mulder e Dana Scully, voltarem à ação depois de oito anos desde que o último filme da saga foi lançado: “Arquivo X – Eu quero acreditar” (2008). A série original havia sido cancelada em 2002, totalizando 202 episódios e mais um longa, localizado entre a quinta e sexta temporadas.

Com um evento limitado de seis partes, o criador da série, Chris Carter, acabou entregando aos fãs um final mais do que aberto. Simplesmente optou por reservar apenas ao primeiro e último capítulos dessa “temporada especial” à mitologia original do seriado, e em abril do ano passado foi anunciado pela FOX que mais uma temporada viria para provavelmente dar conclusão à história.

Nesta quarta-feira (10/1), “Arquivo X” retorna para sua 11ª temporada com estreia na FOX de dois episódios seguidos, mas já assistimos ao piloto e temos muito o que discutir.

 ALERTA DE SPOILER

Não quer saber ainda o que diabos aconteceu na premiere desta temporada de “Arquivo X”? Então recomendamos voltar após assistir ao episódio, pois o texto a seguir contém verdadeiros e impactantes spoilers.

Nossa luta

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Se você não gostou dos eventos ocorridos no final da temporada anterior, talvez tenha sorte porque nada daquilo realmente aconteceu… pelo menos não ainda. Diferente do que todos esperávamos, ao invés de começar do cliffhanger deixado com Mulder à beira da morte e um objeto voador não identificado pairando sobre a cabeça de Scully, o revival parte de um Fox perfeitamente saudável esperando por notícias de Dana, que está atualmente hospitalizada e sofreu um derrame em algum momento anterior.

Ao longo do episódio, embora a ficha demore um pouco a cair, ficamos sabendo que todo aquele fim catastrófico da temporada passada foi um apurado de visões que Scully teve, aparentemente conectadas ao seu filho meio extraterrestre, como previsões de um futuro possível. Conclusão: a história por trás do vírus Spartan pode ainda se tornar realidade se a dupla de agentes não impedir os planos apocalípticos do Canceroso, também conhecido como o Homem Fumante.

Confie em ninguém

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A única coisa que Dana consegue dizer por meio de seu cérebro danificado é dirigida ao pai de seu filho, Mulder, mas desvendada pelo parceiro do FBI, Walter Skinner. Pelo que parece, as pessoas mais especiais podem transmitir por Código Morse mensagens nas tomografias tiradas em hospitais: “Encontre ele”, é o que Scully pede.

A partir daí, Fox começa sua busca pela verdade, seja lá ela qual for. Somos levados a acreditar que ao final do episódio ele vai confrontar o Canceroso de alguma forma, mesmo que dessa vez esteja livre do vírus que o derrubou na visão de Scully. O que ele encontra, porém, após uma longa viagem perseguindo seu inimigo, é uma dupla de outros possíveis conspiratórios.

Enquanto isso, aquele cara de quem gostamos muito, que sempre esteve lá para apoiar Mulder e Scully em suas jornadas loucas, o diretor assistente Skinner, parece lutar contra sua própria integridade. Ele é abordado pelo vilão, o Homem dos Cigarros, que de fato está trabalhando com a agente Monica Reyes. A gente também gostava dela, lembra?

Acredite na mentira

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Tudo ainda parece muito confuso, mas quem oferece mais informações nesse primeiro episódio, surpreendentemente, é o Canceroso, aquele que sempre falou em enigmas e que nunca revelava seus propósitos. Aliás, a abertura do episódio é ele quem faz, em uma excelente exposição de sua influência maligna sob diversos líderes e eventos do mundo real, desde a viagem do homem à Lua ao Holocausto ou do assassinato do presidente John F. Kennedy à eleição de Trump.

O demônio encarnado também procura pelo bendito filho da agente Scully, William, e acaba entregando uma revelação ainda mais catastrófica do que a reviravolta do início do episódio: 17 anos atrás, o Canceroso drogou e ele mesmo engravidou Dana Scully, em suas próprias palavras, “com ciência, para criar a primeira criança super humana”.

E agora?

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Após essa bomba que nos deixou extremamente desconfortáveis, vemos um garoto que possivelmente é o próprio William, o menino que todos procuram e ninguém jamais viu. Ah, se você não se lembra, Dana e Fox concordam que o garoto deve ser entregue à adoção, desde que nasceu, para sua própria segurança.

O tema do menino meio alienígena já havia sido colocado em pauta na temporada anterior como algo que ainda hoje inquieta bastante sua mãe, Scully, e o que nos levaram a crer é que ele traria a única salvação do vírus que promete destruir a humanidade aos poucos. Pelo que já sabemos a partir de declarações do criador da série e como indicado pela própria Dana ao aceitar que Fox e ela devem continuar trabalhando nos Arquivos X, os oito próximos episódios vão funcionar apenas com os famosos “Monstros da Semana”, que consistem em histórias de casos independentes, misturando suspense, comédia, ficção científica e ação, a fórmula clássica pela qual “Arquivo X” ficou conhecida.

Também devemos ver mais dos novos agentes Miller e Einstein, interpretados por Robbie Amell e Lauren Ambrose e introduzidos na temporada anterior como contrapartes aos personagens principais. E embora Gillian Anderson, atriz que interpreta a segunda protagonista, já tenha revelado que não fará mais contrato para continuar, ainda é cedo para concluirmos qualquer coisa. Por enquanto, só nos resta aproveitar enquanto dura esta temporada, que promete entregar senão tudo, pelo menos boa parte da verdade que está lá fora. Você acredita que acabou?