5 motivos para assistir O Caso Evandro

15/07/2021 - POSTADO POR EM Séries

Um crime ainda sem solução já há quase três décadas e que levou ao julgamento mais longo do Brasil, a morte do menino Evandro Caetano, no Paraná, surpreendeu o país. 

Em 2018, o podcast Projeto Humanos trouxe as diversas conexões entre o caso com a política da época, as etapas da investigação, as especulações dos possíveis culpados e etc, em mais de 70 horas de conteúdo. 

A adaptação para outra mídia veio na forma da minissérie documental da Globoplay, lançada em maio de 2021 e que ganhou um novo episódio na última semana. Com a participação do jornalista Ivan Mizanzuk, responsável pelo podcast de sucesso, a obra reacendeu o caso e mostrou novidades para a investigação que ainda repercutem. 

Reunimos 5 motivos para você investir seu tempo nos nove episódios da produção. Confira abaixo.

Precursor no Brasil

Esta é a primeira adaptação brasileira de um podcast para uma produção na televisão. As conversas entre as partes iniciaram antes mesmo de Ivan publicar o piloto, há 3 anos.

Nisso foi decido que a minissérie repetiria o comportamento do podcast, lançando seus episódios semanalmente e mexendo com a ansiedade do público.

Imagem: Divulgação

Aula de jornalismo

Um dos destaques da obra é seu cuidado com a apuração, checagem dos fatos e o tratamento com as várias fontes durante as descobertas das informações. 

Um exemplo clássico de jornalismo de fôlego, questionador e que ainda contesta a própria ética da imprensa brasileira das décadas passadas, quando os holofotes estavam voltados para o caso.

Imagem: Divulgação

Entendendo o tabuleiro

Além de uma aula de jornalismo, O Caso Evandro não se apressa em revelar as diversas partes chocantes da investigação sobre o crime. O público é apresentado com paciência ao cenário político do estado do Paraná na época do ocorrido, com foco na cidade de Guaratuba, onde Evandro foi encontrado.

As dezenas de personagens envolvidas são conectadas na enorme rede do caso, com a maioria participando como entrevistado. Todas as peças são organizadas sem confusão, ressaltando também o ótimo trabalho de montagem documental, que não cai no tédio de informações repetidas.

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Crítica aos mecanismos estatais

A minissérie não se limita ao crime ou às intrigas pessoais entre a família da vítima e dos acusados por assassinato. A obra questiona com firmeza as falhas durante os processos de investigação da Polícia Militar do Paraná na época, sem medo de citar nomes dos agentes responsáveis pelo caso de Evandro e de outras crianças que desapareceram no começo dos anos 1990.

Também entendemos melhor o funcionamento da máquina judiciária brasileira, desde a disputa de narrativas entre os advogados de defesa e da acusação até o peso que traz ao processo envolver religiões de matriz africana como justificativa de culpa. Uma versão que escancara um preconceito nacional e que definiu a alcunha do caso como “Bruxas de Guaratuba“.

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Consequências no presente

A repercussão da minissérie da Globoplay foi tão grande que um episódio extra foi lançado, trazendo novidades sobre o destino dos acusados do crime. Inclusive com uma emocionante entrevista de um deles, antes escondido por medo, que acrescentou agora sua versão dos fatos ao documentário, como antes havia feito no podcast.

O advogado de defesa de duas das acusadas também revelou que levará ao caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos, para pedir a condenação do Estado por ato de tortura das autoridades.

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