Veredito de Far Cry 6

15/10/2021 - POSTADO POR EM Jogos

O novo título da franquia chegou com tudo, prometendo muita ação, conflitos políticos e um vilão inesquecível. Mas será que o jogo da Ubisoft cumpre tudo isso mesmo? Recebemos o game gratuitamente do estúdio e tivemos a oportunidade de testar cada detalhe para mostrar aqui se realmente vale a pena jogar ou não! 

Confira o nosso veredito agora e descubra. 

P.S: Esta matéria não contém spoilers.

P.S: O jogo está disponível para PC, Xbox One, Xbox Series S/X, PS4 e PS5.

História 

Porque choras, Brasil? Em Far Cry 6, vivemos uma ditadura sem limites liderada pelo “El Presidente” Antón Castillo, que assume Yara com o papel de salvar todos e acaba seguindo o caminho de toda gente ruim: governar com muito autoritarismo, mentira e sangue nas mãos. Lembrou alguém para vocês? 

O vilão não tem limites e elimina qualquer pessoa para alcançar seus objetivos. E, um bom exemplo disso, é o regime de escravidão imposto às pessoas mais pobres para que fabriquem remédios que podem curar o câncer. Mas é aquela coisa, cai no golpe quem quer! 

Do outro lado da história, temos o nosso personagem: Dani Rojas, que pode ser tanto homem como mulher, seguindo a mesma lógica de Assassins Creed: Valhalla (2020). Logo no começo do jogo, passamos por algumas dificuldades e chegamos à única solução possível: entrar numa revolução para tirar Castillo do poder. E para isso, só muita bala e bomba para deixar Yara livre da ditadura.

Imagem: Divulgação

Mundo de Far Cry 

Se você conhece e joga os títulos da franquia, já sabe muito bem o que vai encontrar em Far Cry 6. O jogo segue a fórmula dos seus antecessores e fica tímido no quesito inovação

Claro, temos grandes cidades, belos cenários, diferentes veículos, mas isso é o que todos querem num mundo aberto de 2021? Senti que o título jogou seguro e acabou não arriscando em novas dinâmicas

Por exemplo: As cidades são grandes, mas ainda falta muita vida. Os NPCs só estão ali para ocupar um espaço e acabam criando uma atmosfera de cidade fantasma. Falta mais gente viva e missões secundárias divertidas ali. 

E sim, preciso reforçar que o jogo é bonito. Em alguns momentos da minha jogatina, tive que parar só para apreciar o cenário, principalmente os rios e as selvas. 

Ah..e temos uma coisa massa que preciso comentar aqui. Quando você está dirigindo qualquer veículo, é possível escutar músicas pelo rádio, e agora temos até músicas conhecidas como Havana, da Camila Cabello. É sensacional quando o nosso personagem fica cantando as músicas e entrando no ritmo. 

Outra ponto da experiência de Far Cry 6 é a construção de acampamentos, uma marca registrada nos jogos da Ubisoft. Podemos criar lojinhas e espaços para comprar e vender itens. 

Imagem: Divulgação

Sensações e performance

Logo de cara tenho que deixar registrado aqui que joguei o título no PS5. E claro, que adorei a função de vibração e efeito de gatilhos presentes no DualSense. Espero que cada vez mais seja explorada pelos os estúdios, porque a minha experiência foi sensacional. É incrível dirigir um carro e sentir a diferença entre dirigir numa rua lisinha e uma rua completamente esburacada. Todo o controle tem vibrações que passam a ideia de estar naquele espaço e tornam a vivência do mundo ainda mais completa, principalmente em tempos de pandemia. 

Além disso, os gatilhos são fenomenais e deixam tudo mais mágico. Se você usar uma metralhadora, o controle age de uma forma mais leve, mas se você usa uma escopeta o controle fica mais pesado e com botões mais intensos. Só quem tem um PS5 vai entender de fato do que estou falando. 

Em relação à performance do título, encontrei apenas bugs simples, e nada que interferisse na minha jogatina. Digo isso principalmente porque geral adora falar que jogo da Ubisoft é bugado e cheio de problemas, mas não vi nada disso acontecer em Far Cry 6. Foi uma grata surpresa que espero rever nos próximos jogos. 

Na versão de PS5, também notei e adorei as telas de loading, que são praticamente instantâneas. Aqui, de fato, as viagens rápidas do jogo são rápidas mesmo, e tudo funciona de forma prática e simples. Precisa ir para outro lado da ilha? Em 10 segundos, você chega lá. 

Imagem: Divulgação

A polêmica do galo!

Novo jogo, novas polêmicas. Desta vez, o título da Ubisoft está sendo bastante comentado nas redes sociais devido à minigame bem específico. Sim, estamos falando da rixa de galos, onde podemos selecionar uma ave e brigar pelo pódio no ringue. A dinâmica é uma satira e referência direta a Street Fighter (1987- ) e Tekken (1994- ), sendo possível customizar o galo e deixar como um visual bem Ryu ou Ken

Mesmo sendo ilegal em diversos lugares, a Ubisoft optou por trazer o joguinho devido a cultura e história de Cuba, que serviu de referência para desenvolver o universo de Yara. Quem não curtiu nenhum pouco foi a PETA, associação defensora do tratamento ético de animais.

A instituição lançou até um comunicado reprovando essa escolha do estúdio e pedindo a remoção do minigame de Far Cry 6. “Galos usados em brigas de galos são equipados com esporas afiadas que rasgam carne e ossos, causando ferimentos agonizantes e fatais. PETA Latino exorta a Ubisoft a substituir este mini game repreensível por um que não glorifique a crueldade”, afirmou Alicia Aguayo, gerente sênior da PETA Latino.

Até o momento, o joguinho segue disponível e deve render muito papo nas redes sociais. E aí, o que acham da discussão?

Imagem: Divulgação

Bons chefes ou chefes ruins?

Interpretado por Giancarlo Esposito, de The Boys (2019- ) e The Mandalorian (2019- ), Antón Castillo é o grande vilão e ditador da história. O personagem sempre está presente com cenas de impacto e relevância para o desenvolvimento da trama. Apesar de toda a crueldade, você deve se apaixonar facilmente e buscar cada vez mais informações sobre a história desse rival. Cada cutscene prenderá sua atenção e responderá perguntas como: “o que lhe motiva?” e “porque deseja curar o câncer?”. 

Assim como outros jogos, também temos os “coleguinhas” (rsrs) do vilão para ajudar na sua causa do mal: Sean Mckay, Almirante Benítez, Maria Marquesa, Dr. Edgar Reyes e General José Castillo. Como este é um veredito sem spoilers, não vou poder dar grandes detalhes do desfecho de cada um, mas posso dizer que não foi mais satisfatório do que o de Far Cry 5

No seu antecessor, temos sempre chefes com grande impacto e cada um com sua dinâmica, com muito tiro e porrada. Inclusive, me lembrou muito Resident Evil 7 (2017) e por isso gostei demais. 

Porém, em Far Cry 6, temos vilões que não possuem um final tão digno, onde basicamente tudo se encerra numa cutscene. Pra mim, como fã da franquia, foi um pouco frustrante, principalmente porque queremos embates mais diretos com os chefes, mas não é isso que encontramos exatamente em Far Cry 6. Queremos sangue e não cutscenes! (rsrs)

Imagem: Divulgação

Veredito 

Depois de falar tudo isso, podemos dizer se o jogo vale a pena ou não? Far Cry 6 é sim um jogo bom para quem ama esse universo desenvolvido pela Ubisoft, mas também é o auge dessa fórmula. O próximo jogo tem mais do que nunca um grande desafio de chegar com algo que inove e chame atenção dos fãs. Não basta mais trazer cidades fantasmas ou novos vilões com referências aos anteriores. É preciso fazer algo novo e arriscar. 

E aqui vai uma dica do Daniboy: Espere as promos de Black Friday e tente pegar o jogo no valor mais barato, afinal estamos falando de um título onde sua versão base custa R$ 299. A Ubisoft é excelente em promoções, e se eu fosse você esperaria mais um pouco para curtir esse novo capítulo da franquia. 

Pontos positivos

– Gráficos sensacionais

– Ação desenfreada  

– Sem problema de performance

– No PS5, função de vibração e efeito de gatilhos disponíveis 


Pontos negativos

– Vilões com finais cheios de cutscene

– Fórmula no limite 

– Mundo aberto sem grandes inovações

 NOTA: 8.5