Lista: Os 5 melhores jogos de Tomb Raider

19/09/2018 - POSTADO POR EM Jogos

Em outubro de 1996, o universo dos jogos eletrônicos se transformava definitivamente.  A princípio sozinha numa caverna de difícil acesso, uma jovem de shorts curtos, regata turquesa e botas de cano alto corria, determinada, com uma mochila nas costas e um par de pistolas prateadas, presas em cada lado das pernas. Lara Croft é a arqueóloga mais renomada do mundo.

Com anos de experiência, a franquia que leva o nome do que ela realmente faz, Tomb Raider já percorreu altos e baixos em plataformas como desde o primeiro Playstation até a última geração de computadores e Xbox, além de outros consoles menores, como Game Boy Advance e Dreamcast.

A partir do lançamento neste setembro de “Shadow of the Tomb Raider”, resolvemos listar, salientando que se trata de uma questão de opinião, as melhores experiências da série que enlaçou um monte de marmanjos e influenciou gerações de gamers do sexo feminino a se posicionar como público legítimo e possibilitador de espaços democráticos num lugar costumeiramente habitado por rapazes.

Em “Last Revelation”, Lara acaba por despertar o deus das trevas, Seth, e precisa encontrar um meio de detê-lo. Imagem: Divulgação

5 ▪ Tomb Raider: The Last Revelation (1999)

O quarto trabalho da sucessão merece seu devido reconhecimento, pois foi o primeiro a apresentar proposta diferente dos demais. Toda a aventura se passa em um lugar apenas: o antigo Egito. A britânica se envolve numa trama sinistra com um dos antagonistas mais desafiadores de sua trajetória: Werner Von Croy, arqueólogo amigo da família que foi tutor da menina Croft em sua primeira expedição longe de casa. Também foi aqui que tivemos a oportunidade de conhecer o passado da garota, quando aos 16 anos se viu numa encruzilhada que acabaria por definir o rumo da própria história.

O jogo mostrava uma personagem bem mais madura, sisuda até e experiente, antecipando a despedida de Lara do Playstation 1, com cenas de animação bem produzidas e diferentes dos títulos anteriores. As fases eram extensas, e daquela vez era possível inclusive revisitar alguns cenários para avançar na história. Mesmo com uma só temática, o ambiente não enjoa e os quebra-cabeças são inteligentes. A própria trama de “Last Revelation” é muito instigante, e não há uma alma viva que não tenha ficado angustiado com o final deste excerto.

A arqueóloga inglesa recebeu um visual bem diferente dos anteriores em “Tomb Raider: Legend”. Imagem: Divulgação

4 ▪ Tomb Raider: Legend (2006)

Depois da falta de empatia pela continuação de “Last Revelation” — o sem novidades “Tomb Raider Chronicles” (2000) — e do desastre que foi o sexto jogo, “Angel of Darkness” (2003), o Playstation 2 parecia ter sido eleito como o túmulo que sepultaria Lara Croft para sempre. A Core Design entregava os pontos com dois games pouco populares, mesmo com a controvérsia de defensores atuais desse último. Uma nova desenvolvedora, porém, acertou em cheio ao revigorar a definição de quem deveria ser a heroína com “Tomb Raider: Legend”. É pertinente lembrar que foi aqui que o criador da concepção inicial da personagem, Toby Gard, voltou à equipe de desenvolvimento desde que deixara o projeto nas mãos alheias, em 1997.

A norte americana Crystal Dynamics entrega uma dinâmica repleta de boas inovações, com gráficos melhorados, habilidades atléticas desenvolvidas e uma repaginada considerável no visual da aventureira. Apesar das cutscenes serem bem toscas, a história deste capítulo tratou com ineditismo Amelia Croft, que faleceu em um acidente de avião nas montanhas do Himalaia quando Lara tinha apenas nove anos. A morte da mãe seria revisitada de maneira meio surreal em “Tomb Raider: Underworld” (2008), mas somente em 2015 é que o assunto seria resgatado com o realismo adequado, em uma missão paralela da Mansão Croft que talvez seja o maior trunfo de “Rise of the Tomb Raider” (2015).

Em termos de não só história mas também jogabilidade, era uma importante contribuição que a nova produtora recebia para, anos depois, reiniciar a narrativa de uma vez por todas.

Ao todo, “Lara Croft Go” apresenta sete diferentes fases, e a última promete fortes referências aos jogos clássicos. Imagem: Divulgação

3 ▪ Lara Croft Go (2015)

No ápice da produção dos jogos da trilogia conhecida como “Sobrevivente”, a Square Enix baseada em Montréal discretamente também trabalhava num projeto bastante cuidadoso e elaborado para os clientes de Android, iOS e Windows Phone. O mobile consiste numa cadeia de quebra-cabeças por turnos que equilibra bem o raciocínio lógico com diversão.

Com a simples técnica de arrastar o dedo pelo monitor do celular ou tablet, o objetivo é tão claro quanto a usabilidade. Lara precisa passar da entrada do ambiente para a saída, atravessando em passos calculados no mais clássico estilo Tomb Raider: com o emprego de alavancas e botões na parede, sem deixar de antes coletar peças de artefatos escondidas no quadro.

O minigame possui trilha sonora belíssima e um visual cativante, homenageando os originais desde os figurinos que se desbloqueia e o menu com os itens girando na tela. Nem mesmo a mansão foi esquecida!

Os personagens coadjuvantes do reboot da série são tão cativantes quando a própria Lara deste jogo. Imagem: Divulgação

2 ▪ Tomb Raider (2013)

Por mais difícil que seja eleger o segundo colocado neste ranking entre aquele que deu continuidade à história de origem, “Rise of the Tomb Raider”, há certa segurança em destacar o que revitalizou com coragem e muita sensibilidade a imagem da personagem mais icônica da cultura popular dos video games. Embora possamos ver a protagonista de fato sendo uma verdadeira saqueadora de tumbas no segundo e não apenas se tornando uma, é no primeiro que fomos apresentados a tantas cenas épicas que deram o tom da nova trilogia.

Na luta para ajudar seus amigos do naufrágio na misteriosa ilha de Yamatai, presenciamos o crescimento de uma personagem cheia de altruísmo, compaixão e medo, características que já não lhe são muito familiares. Essa Nova Lara acabou recebendo muitas críticas dos fãs que esperavam grandes referências aos clássicos do final da década de 1990, mas é inquestionável a revolução que representa este momento definidor, a começar da arma que acompanha Croft do começo até o fim da jornada: um arco e flecha. Não obstante, o ato final da luta contra o vilão vai fazer uma homenagem digna de deixar os cabelos da nuca arrepiados.

Talvez a maior qualidade de “Tomb Raider II” seja justamente a dificuldade interposta na passagem de fases. Imagem: Divulgação

1 ▪ Tomb Raider II: The Dagger of Xian (1997)

Se você perguntar a um(a) fã de carteirinha da srta. Croft qual foi o artefato ou a relíquia mais emblemática de toda a saga até agora, muito provavelmente essa pessoa responderá: a Adaga de Xian. O segundo game da série foi lançado originalmente em 1997 para PC e Playstation e até hoje é o que representa maior popularidade entre admiradores. A trama diz respeito à mística arma que teria pertencido ao Imperador da China e motiva a britânica a buscá-la em lugares diversos como a Grande Muralha, os canais de Veneza e o sopés congelados do Tibete.

Em termos de jogabilidade, é ainda baseado no primeiro da franquia, mas inclui alguns movimentos atualizados, arsenal ampliado, novas opções de veículos (quem não se lembra da lancha e dos violinos?), inimigos até dizer chega e fases mais complexas. Além disso, a mulher ficou mais esbelta, com o rosto redesenhado, e foi aqui que ganhou a famosa trança longa e esvoaçante do cabelo acaju.

Todas essas novidades, a própria variedade de cenários e a dificuldade contribuíram para torná-lo o mais relevante investimento da saga. Não é à toa que foi o único clássico a ganhar um remake (sensacional) feito por fã com o motor gráfico Unreal Engine 4. A demo do usuário conhecido como Nicobass pode ser baixada aqui e já ganhou trailer oficial no Youtube.