Entrevista: Conversamos com o jogador de League of Legends Kami

12/08/2018 - POSTADO POR and EM Jogos

Apesar de andar afastado do cenário competitivo e sem previsão de volta, o jogador de League of Legends Gabriel “Kami” Bohm ainda é tido como um dos principais nomes do e-sport brasileiro. Com uma fanbase fiel e inabalável, o jovem de 22 anos foi contratado pela PaiN Gaming em 2011 e segue no clube até então, atualmente integrando a comissão técnica da equipe.

Consagrado entre os fãs de League of Legends, Kami tem a multa rescisória mais cara do cenário: R$ 1,2 milhão. Seu canal do YouTube, com vídeos exclusivos de gameplays em Summoner’s Rift, soma mais de 335 mil inscritos. Há quem diga até que ele já foi o melhor jogador de LoL do Brasil, tanto no geral quanto em sua role (função) específica, a mid laner.     

Atualmente dedicando-se a streams, participando de eventos e fazendo aulas de aviação – uma grande paixão do jogador já conhecida entre os fãs e o público – Kami esteve no Sana 2018, em Fortaleza, para um bate-papo com o público, e conversou com a gente sobre o cenário atual de LoL, a futura profissão de piloto, os desafios como pro-player e até aposentadoria.

Kami – Qual o maior desafio que você já enfrentou nesse tempo de gamer?

Acho que o maior desafio pessoal foi quando tive que tomar a decisão de ir para São Paulo para virar profissional. Morava em Florianópolis, então, fui muito novo para São Paulo, em 2013. Foi uma decisão muito bem pensada, toda a família apoiou muito, mas aí foi o momento que realmente tive que pensar: “quero isso para a minha vida mesmo? Tem futuro?” Porque na época não tinha tudo que tem hoje em dia, era um negócio meio incerto, mas graças a Deus deu tudo certo, foi o ano que ganhei o Campeonato Brasileiro de League of Legends.

Kami – O que você acha do atual cenário de LoL?

Fico triste em ver que o Brasil não está indo tão bem no cenário mundial de LoL, mas acho que tem muito potencial para crescer ainda e precisa cuidar de alguns problemas. Acho que falta um pouco de profissionalismo dos jogadores, mas fico feliz de ver o quão grande a nossa região está, tantos veículos disputando para transmitir as partidas, partidas passando na TV, então é um cenário que ganhou credibilidade muito rápido, e que com certeza vai continuar crescendo. A gente só precisa que o nosso time comece a ganhar.

Kami – Você tem uma paixão por aviação. Como isso começou?

Começou porque eu morria de medo de andar de avião e era uma situação chata porque a gente tinha que viajar para os campeonatos. A gente ganhava para caramba e viajava bastante, e pensei: “não posso ficar com medo desse negócio toda vez que for viajar, senão, vou morrer bem cedinho”. Então comecei a pesquisar sobre e fui me apaixonando aos pouquinhos pelo âmbito inteiro da aviação, não só por avião, pela profissão como um todo e decidi que queria virar piloto no futuro. Estou tocando esse projeto a parte enquanto faço os streams. E muita gente me pergunta: “quando você virar piloto você vai parar de fazer as lives, você vai parar de jogar?” Não, eu não vou, inclusive faço mais live agora do que quando era pro player. Super dá pra conciliar e é muito bacana porque você consegue traçar paralelos entre a aviação e um jogo competitivo. Mas não vou parar de fazer live e sim, pretendo tocar esse projeto, não sei exatamente quando porque eu não me aposentei oficialmente, então tá meio que em aberto, não sei se vou voltar a jogar ou não.

Foto: Daniel Costa