Concord, o novo título da Firewalk Studios, chega como uma tentativa da Sony de se inserir no competitivo gênero de hero shooters. Desde seu anúncio para PS5 e PC, gerou expectativas devido aos gráficos e ao universo promissor, mas também levantou dúvidas por competir com gigantes estabelecidos como Overwatch e Valorant. Então, onde Concord se posiciona? Vamos descobrir.
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História
O universo de Concord impressiona à primeira vista. Ambientado em um futuro distante, o jogo nos apresenta aos Freegunners, mercenários espaciais que exploram galáxias em busca de fama e liberdade. A construção do mundo é rica, com diversos planetas e raças alienígenas, e as cinemáticas são de alta qualidade, quase como assistir a um filme animado.
No entanto, a história acaba relegada ao fundo, escondida em um sistema de arquivos chamado Galactic Guide. Apesar de ser interessante ler sobre os personagens e locais, a narrativa não se sustenta como um fator relevante durante a jogatina. Isso é uma pena, pois o potencial de desenvolvimento do enredo é claramente subutilizado.
Elenco
Os personagens, conhecidos como Freegunners, representam uma tentativa ambiciosa de criar guerreiros espaciais diversificados em um universo vasto e intergaláctico. Essa proposta esbarra em problemas significativos no design visual e na falta de originalidade, lembrando a personagens de outros títulos populares como Overwatch, Apex Legends e Borderlands.
Cada Freegunner desempenha um papel específico em combate, seja como atacante, defensor ou suporte, com habilidades próprias e um arsenal único. No entanto, o jogo falha em oferecer um tutorial claro para apresentar essas funções, o que torna a curva de aprendizado confusa e frustrante. Além disso, a ausência de habilidades definitivas, presentes em outros hero shooters, reduz a intensidade e a imprevisibilidade das batalhas, fazendo com que os personagens não sejam tão empolgantes quanto poderiam ser.
Apesar da tentativa de inserir algum contexto por meio do Galactic Guide, que contém textos sobre o passado dos personagens, essa abordagem se mostra rasa e desconectada da experiência principal do jogo. Se Concord deseja se destacar no gênero, precisará investir mais em dar profundidade e carisma aos seus personagens, além de melhorar o equilíbrio e o impacto de suas habilidades durante as partidas.
Gameplay
Ao mergulhar no gameplay de Concord, é inevitável sentir uma familiaridade com outros hero shooters. O jogo oferece três modos principais: Brawl, Rivalry e Takeover. No Brawl, a ação é mais direta, focada em eliminar a equipe adversária. Já em Rivalry, há duas variações: Cargo Run, onde é necessário plantar bombas e defender áreas, e Clash Point, que foca na captura de zonas. Takeover, por sua vez, envolve a captura de pontos específicos, exigindo maior coordenação de equipe.
Embora o jogo apresente um sistema de combate sólido, falta-lhe a agilidade e intensidade de títulos como Overwatch ou Apex Legends. O ritmo mais lento e a mecânica de cura esparsa podem frustrar jogadores que buscam uma experiência frenética. Além disso, o balanceamento entre as classes de personagens parece inadequado, com algumas habilidades se destacando enquanto outras se sentem ineficazes.
Gráficos
Se há um ponto em que Concord brilha, é nos visuais. Os gráficos são lindamente renderizados, os cenários têm uma riqueza de detalhes e as cinemáticas destacam-se como uma das melhores realizações técnicas do jogo. As animações de entrada nas batalhas, com as naves aterrissando nos planetas, são particularmente impressionantes.
Preço
Um dos maiores problemas enfrentados é seu modelo de preços, que, para muitos jogadores, pode parecer inadequado para o que o jogo oferece. Lançado com um preço inicial na faixa dos R$ 200, Concord entra em um mercado competitivo onde muitos dos seus principais rivais, como Overwatch 2, Valorant e Apex Legends, seguem o modelo free-to-play. Essa discrepância já cria uma barreira significativa para a entrada de novos jogadores, que podem optar por alternativas gratuitas com igual ou maior qualidade.
Além do custo inicial elevado, jogadores de PS5 ainda precisam de uma assinatura do PlayStation Plus para acessar o jogo, aumentando ainda mais o valor para participar da experiência completa. Esse modelo pay-to-play, combinado com microtransações de cosméticos dentro do jogo, gera uma sensação de que o título está pedindo demais em um cenário onde jogos gratuitos têm atraído multidões, mantendo os custos baixos ou opcionais.
Para se sustentar em um mercado tão competitivo, o jogo precisará reavaliar sua estratégia de preços, seja tornando-se mais acessível, seja oferecendo um valor agregado que justifique seu custo, algo que o beta não demonstrou ser capaz de fazer até o momento.
Veredito
Concord é um jogo que claramente tem potencial, mas que luta para se destacar em um gênero lotado. O universo criado pela Firewalk Studios é rico e os gráficos são um ponto forte, mas a falta de uma narrativa envolvente e o gameplay desequilibrado enfraquecem a experiência.
Com um preço elevado, microtransações e a obrigatoriedade de uma assinatura PlayStation Plus, Concord terá dificuldades em competir com jogos gratuitos que já dominam o mercado. A não ser que grandes melhorias sejam feitas após o lançamento, é difícil vê-lo se tornando um sucesso de longo prazo.
Pontos Positivos
- Gráficos impressionantes
- Universo interessante
Pontos Negativos
- Preço elevado
- Personagens genéricos
- Gameplay lento
- Narrativa desconexa
- Desbalanceamento de classes