Análise de Assassin’s Creed Mirage

04/10/2023 - POSTADO POR EM Jogos
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A franquia Assassin’s Creed está de volta com lançamento de Assassin’s Creed Mirage para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X | S, Xbox One e PC, via Epic Games Store e Ubisoft Store.

Este novo capítulo promete oferecer uma experiência única aos jogadores, e, nesta análise, vamos mergulhar fundo para descobrir se realmente faz por merecer ou se é apenas conversa vazia da Ordem dos Assassinos. Acompanhe

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História clichê

O título explora a origem de Basim, um personagem que começa sua jornada como ladrão e nutre o desejo de ingressar nos Ocultos. Sua evolução na história é marcada por escolhas impulsivas que definem sua personalidade ao longo do jogo. No entanto, a narrativa não consegue se destacar, deixando o desenvolvimento de Basim para o final, privando os jogadores de uma apreciação mais profunda de sua complexidade.

Não vou mentir para vocês: a forma como a narrativa principal é contada torna a jornada bem maçante e repleta de clichês. O começo, por exemplo, tem um tutorial que pode afastar muita gente, porque é lento e não consegue prender atenção. E para quem é fã, pode ficar ainda mais chato, já que não há tanta inovação que justifique um tutorial tão longo. Como o jogo tem um escopo mais focado, era esperado que a história também fosse melhor trabalhada, pena que isso não acontece.

Por outro lado, o jogo consegue garantir missões secundárias mais divertidas do que vimos nos capítulos anteriores da franquia. O estúdio introduz contratos que melhoram a qualidade das missões, proporcionando mini-histórias e recompensas exclusivas, incluindo pontos de habilidades e roupas. A seção de investigação permite que os jogadores reúnam informações sobre os membros da Ordem e outros personagens relacionados, adicionando profundidade à narrativa.

Bagdá envolvente

Assassin’s Creed Mirage nos presenteia com a cidade de Bagdá no século IX, uma localização inédita na série. A Ubisoft optou por diminuir o escopo e focar em detalhes, oferecendo aos jogadores uma Bagdá vibrante, repleta de vida, mercadores, viajantes, palácios e subúrbios. A cidade foi meticulosamente recriada, desde seus imensos portões e muros até os desertos e oásis circundantes, proporcionando uma experiência imersiva em um ambiente árido. Inclusive, essa abordagem elimina a necessidade de missões repetitivas, tornando a exploração da localidade um prazer.

O foco em um único lugar também beneficiou as mecânicas de parkour do jogo. Cada estrutura foi projetada com cuidado para permitir que o jogador navegue com precisão. Essa atenção ao detalhe é um marco notável, fazendo com que o parkour seja uma experiência gratificante e desafiadora, algo que não era visto desde o jogo Unity.

Imagem de Assassin’s Creed Mirage

Jogabilidade com altos e baixos

Mirage retorna às raízes da franquia com um foco renovado na jogabilidade furtiva. Elementos como arbustos, paredes e carroças com feno são reintroduzidos, incentivando os jogadores a planejar suas abordagens com cuidado.

O sistema de percepção dos inimigos, que aumenta à medida que o jogador elimina alvos ou é descoberto, acrescenta uma camada extra de desafio e realismo. Estratégias como subornar ou contratar mercenários para distrair os guardas proporcionam variedade às missões. Sem dúvidas, esse é o ponto alto da jogabilidade e deve agradar todos os jogadores das antigas!

No entanto, o que tem de bom na furtividade tem de ruim na pancadaria. Mirage adota um sistema de combate travado e desajeitado em comparação com os jogos mais recentes da série, tornando as batalhas menos atraentes.

Pra mim, isso pesou negativamente, porque sempre curti o combate direto e a execução ficou ruim. Como bem sabemos que nem toda hora temos paciência ou mesmo tempo para agir furtivamente.

Gráficos e som de sempre

Uma das primeiras considerações a serem feitas é que Assassin’s Creed Mirage mantém os gráficos da geração anterior. Isso significa que, embora o jogo possua algumas paisagens impressionantes e detalhes bem pensados, ele não atinge os padrões visuais estabelecidos pelos títulos mais recentes do mercado.

As expressões faciais dos personagens podem parecer subdesenvolvidas e carecer de emoção, enquanto os cenários têm seus momentos de grandeza, mas não são consistentemente deslumbrantes. Portanto, se você espera um salto visual significativo em relação aos jogos anteriores da série, pode se sentir um pouco desapontado.

Por outro lado, a atmosfera sonora é uma das áreas em que o jogo se destaca. A trilha sonora e os efeitos combinam-se para criar uma experiência imersiva que transporta os jogadores para o Oriente Médio do século IX.

A trilha sonora é rica em instrumentos e melodias que se encaixam perfeitamente no ambiente histórico e cultural do jogo. Além disso, a dublagem em português e a localização em árabe contribuem para uma compreensão mais profunda da história, além de manter a qualidade da franquia em termos de áudio.

Imagem de Assassin's Creed Mirage
Imagem de Assassin’s Creed Mirage

Performance satisfatória

Em termos de desempenho técnico, Assassin’s Creed Mirage oferece uma experiência sólida na maioria das plataformas em que foi lançado, apresentando somente alguns pequenos bugs que não atrapalham a experiência geral. Os tempos de carregamento são geralmente curtos, proporcionando uma jogabilidade fluida e imersiva.

É importante notar apenas que o desempenho pode variar dependendo da plataforma e das configurações do sistema. Jogadores em consoles de última geração, como o PlayStation 5 e o Xbox Series X, provavelmente desfrutarão de uma experiência mais suave, assim como visualmente aprimorada em comparação com aqueles que jogam em consoles mais antigos ou em PCs com configurações mais modestas.

Imagem de Assassin’s Creed Mirage

Veredito

Assassin’s Creed Mirage é uma volta às raízes da franquia, oferecendo uma Bagdá exuberante, com jogabilidade furtiva refinada, mas uma história clichê sobre a origem de Basim.

Embora alguns elementos tenham retrocedido, como o combate e tempo de jogo (20h – 25h), a experiência geral ainda oferece uma aventura interessante que deve atrair mais fãs de longa do que aqueles jogadores “recentes” que vieram de Origins (2017). A dica que dou é: aguarde uma boa promoção de final de ano para comprar, e assim terá um melhor custo-benefício.

Pontos positivos:

  • Som de qualidade
  • Ambientação rica em detalhes
  • Missões secundárias divertidas
  • Localizado em português brasileiro
  • Modo furtivo massa

Pontos negativos:

  • Modo combate ruim
  • História clichê
  • Jogo com duração entre 20h e 25h
  • Gráficos de geração passada

NOTA: 8/10