TUDO SOBRE O GUIA DO MOCHILEIRO DAS GALÁXIAS

19/05/2020 - POSTADO POR and EM Filmes E HQs/Livros

Você já escutou a frase “Não entre em pânico” ou “Até mais, e obrigado pelos peixes”? Se você é muito jovem, provavelmente sabe muito pouco sobre “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, saga de livros criada por Douglas Adams em 1978  e originalmente transmitida  como um programa pela rádio britânica BBC. 

A obra teve um grande impacto na cultura nerd, inspirando inúmeros artistas, filmes e personagens. Sendo tão icônica, a saga ganhou tem até uma data especial de comemoração, conhecida como Dia da Toalha ou Dia do Orgulho Nerd.

Quem foi Douglas Adams?

Douglas Adams nasceu em 1952, na Inglaterra. Era um entusiasta da tecnologia, gostava de robôs, computadores e câmeras, além de ter um legado como ativista ambiental. Trabalhou escrevendo esquetes para a série de televisão do grupo de humor nonsense britânico Monty Python. Em seus textos de ficção científica, é perceptível como ele sabia conduzir o tema de forma leve e criticar o que deveria ser criticado.

Na década de 1970, Adams passou grande parte do seu tempo fazendo viagens como mochileiro pela Europa até Istambul, por esse motivo, muitos fãs acreditam que daí surgiu a inspiração para a obra que o consagrou. Em 1977, ele conhece um dos grandes nomes da rádio BBC e assim nasceu “O Guia do Mochileiro das Galáxias”. O áudio original encontra-se disponível no YouTube.

Em 2001, Douglas sofre um ataque cardíaco e morre, deixando a obra incompleta “O Salmão da Dúvida”, que mesmo assim foi publicada e contém vários ensaios, contos e um romance incompleto em 2002. O título faz referência ao mito irlandês “Salmão da Sabedoria”.

Foto: Divulgação

“O Guia do Mochileiro das Galáxias” na literatura

No princípio, a ideia era apenas uma série para rádio, mas o sucesso foi estrondoso, tornando-se um verdadeiro sucesso internacional. Logo foi adaptado para literatura, sendo uma coletânea de cinco livros originalmente: “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, “O Restaurante no Fim do Universo”, “A Vida, o Universo e Tudo Mais”, “Até mais, e Obrigado pelos Peixes!” e “Praticamente inofensiva”. Porém alguns incluem o romance escrito por Eoin Colfer, “E Tem Outra Coisa…”, na coleção.

O enredo acompanha o inglês Arthur Dent, dono de uma personalidade cansada e meio de saco cheio da vida, até que é comunicado que sua casa será destruída e no lugar irá passar uma estrada intergalática. Dent embarca numa aventura no mínimo inusitada pelo universo e descobre que a humanidade era considerada uma das formas de vida mais ”desconsiderável” da galáxia.  

O tema principal dos textos são os problemas pertinentes na vida cotidiana, como burocracias e a substituição do capital humano pelas máquinas. Apesar de ter sido escrito no fim dos anos 1970, a obra de Douglas é claramente atual e pertinente, tudo é abordado de forma leve, simples e com humor com características nitidamente britânicas. 

Foto: Divulgação

A adaptação para o cinema

A ideia de trazer o Guia para as telonas partiu do próprio Douglas Adams, que chegou a escrever possíveis roteiros para o longa. Porém, foram várias negociações que demandaram bastante tempo e a Walt Disney Studios só deu o pontapé inicial da produção em 2003, quando o escritor já era falecido. Com isso, infelizmente o autor nunca pôde ver seu filme.

Na adaptação para o cinema contamos com Martin Freeman (Watson, de “Sherlock”) como Arthur Dent, e Zooey Deschanel (Summer, de “500 Dias Com Ela”) como Trillian e Alan Rickman (Snape, da saga “Harry Potter”), na voz do androide paranoide Marvin. A versão cinematográfica deixou a desejar e as bilheterias ficaram abaixo do esperado, limando a possibilidade de uma sequência, que realmente nunca aconteceu.

Apesar de a história assemelhar-se com a do livro, ela destoa em momentos cruciais. Sendo Adams ateu convicto e isso influenciar diretamente nas críticas contidas na sua escrita, o filme faz uma maquiagem por cima desse aspecto, provavelmente com o intuito de evitar polêmicas e abocanhar um pouco mais de público.

Mas, calma, pois muita coisa funcionou bem na versão cinematográfica. Foi introduzido um narrador que, juntamente com incríveis animações minimalistas, tornou mais prática a explicação de certos elementos da história e combinou muito bem com o bom humor de Adams.

Outro ponto forte do longa é o Marvin. Tendo um pouco mais de destaque que nos livros, o robô maníaco depressivo protagoniza os momentos mais divertidos do filme. Além disso, Douglas Adams criou um personagem especialmente para o filme, o excêntrico líder religioso Humma Kaluva, que foi interpretado por ninguém menos que John Malkovich (“O Retorno do Talentoso Ripley”).

Foto: Divulgação

Não esqueça a sua toalha

Adams descreve a toalha como “um elemento fundamental de qualquer mochileiro espacial, podendo ser usado de diferentes formas em vários locais do espaço, o que a tornava um item básico de sobrevivência”.

No dia 25 de maio é comemorado o “Dia da Toalha”. Essa foi uma homenagem dos fãs de Adams, após seu falecimento, que faz referência a sua famosa “trilogia de cinco livros”. A primeira vez que esse dia foi comemorado ocorreu em 2001 e desde então é possível encontrar nerds de vários lugares andando por aí com uma toalha a mostra de alguma forma nesse dia, seja pendurada no ombro, ou até como uma capa ou turbante.

Em decorrência da estreia da saga Star Wars com o “Episódio IV: Uma Nova Esperança”, em 1977, essa data foi escolhida também para celebrar o “Dia do Orgulho Nerd” e, hoje em dia, os dois eventos acabam ocorrendo, de certa forma, em conjunto.

Foto: Divulgação