Continuando a nossa saga sobre as hqs de The Boys vamos falar aqui sobre mais três volumes. A situação se complica cada vez mais para os Boys e os Supers conforme nos aproximamos do fim da série de quadrinhos. Se você perdeu os vereditos anteriores confira das edições 4 a 6 aqui, e das edições 1 a 3 aqui.

The Boys #7: Os Inocentes

Em Os Inocentes vemos a evolução do relacionamento entre Hughie e Annie, além da eventual descoberta do romance por Billy. O líder dos Boys passa a desconfiar que o seu novo membro é um infiltrado da Vought e o manda em uma missão sem propósito para que possa ficar de olho em seus movimentos.

O título do volume parece se referir justamente à equipe que Hughie é mandado para investigar. Conhecidos como Super Hiper, eles são um grupo menor de heróis que só atuam localmente e ficam de fora dos esquemas da Vough, vendo o seu dia a dia percebemos que não passam de um bando de inocentes que querem verdadeiramente fazer o bem, o que vai contra a maioria dos conceitos estabelecidos para os Supers.

Enquanto isso Homelander e Starlight participam de um evento religioso, no qual o líder dos Sete aproveita para fazer uma reunião com dezenas de super-heróis e revelar detalhes de um misterioso plano. Aparentemente ele deseja usar seu poder e influência para se afastar do controle da Vought.

Depois da situação envolvendo os Super Hiper, Hughie desabafa com Annie sobre seu passado e a garota revela ser uma heroína. Ele fica horrorizado com a revelação e foge dela. Para piorar tudo, Butcher mostra a ele um vídeo que contém a “iniciação” de Starlight nos Sete, dessa maneira Hughie se volta contra a namorada, a humilhando em uma cena difícil de acompanhar e a abandona.

The Boys #8: O Rapaz Escocês 

Depois da decepção que sofreu com a revelação de Annie, Hughie decide voltar à sua terra natal para tentar colocar as ideias no lugar. Ele reencontra seus pais, assim como alguns amigos de infância, Horace e Big Bobby, porém nem todas as lembranças que vem até ele são boas. 

Hughie, que nunca deixa para trás sua vontade de fazer justiça, acaba se envolvendo com bandidos locais, colocando seus amigos em risco também. Além disso, o rapaz acaba se confidenciando com o misterioso Alastair Vigors, que lhe dá conselhos sobre os problemas que deixou nos Estados Unidos e aqueles que já tinha na Escócia. 

A parte mais relevante do arco, além de todas as reflexões que Hughie é obrigado a fazer, é a presença de Annie no lugar, que o seguiu até sua cidade natal para o confrontar. Mesmo com toda a raiva e recusa do rapaz em a ouvir, a garota joga em sua cara as atitudes babacas e machistas que ele teve em relação ao abuso que ela sofreu. No fim, Hughie percebe seus erros e se desculpa, porém o relacionamento já não é mais o mesmo.

The Boys #9: Montanha Russa

O momento mais esperado do enredo finalmente está chegando, o encontro entre os Boys e os Sete, resultando em um conflito de efeitos devastadores. Além disso, a repercussão do combate toma proporções gigantescas, o que acaba gerando rumores de todos os tipos, para ambos os lados.

Histórias antigas também surgirão nesta edição, principalmente relacionadas ao “comandante” do grupo, Mallory, fazendo Hughie descobrir mais sobre as operações secretas do passado, de pelo menos uns 60 anos antes daquele momento. É claro que praticamente nada é bom, muitas das ações não são nada honrosas para a equipe.  

O passado de todos os personagens dos Boys é revelado de uma forma sem rodeios, bem detalhada e repleta de acontecimentos. Porém, não ficamos apenas com os “mocinhos”, mas também temos mais noção sobre os Supers e suas origens, além de todas as engrenagens e artimanhas políticas envolvidas para sustentar as versões criadas. 

Veredito

Analisando as três hqs percebemos que não podemos dar um veredito único, já que elas têm qualidades narrativas distintas. Enquanto o volume sete apresenta uma boa trama, é interessante e intriga o leitor, não podemos dizer o mesmo do número oito. Em Os Inocentes, nós acompanhamos uma investigação, ficamos intrigados de desde as primeiras páginas até a última, além ter um enredo fluído e diálogos realmente interessantes.

Quanto ao Rapaz Escocêz, termos uma narrativa nada fluída, além de se perder com muita facilidade por não se tornar tão atraente para o leitor em certos momentos. Porém, aqui temos um grande problema, ela é uma das hqs mais importante para o desenvolvimento da trama, não podendo ser excluída de forma alguma, mas certamente pode ser considerada a prova de fogo de toda a série de quadrinhos.

Dos três volumes, podemos concluir que o melhor deles é o nove ou a Montanha Russa. Ela representa a parte de transição para o final, prepara o leitor para entender o que virá pela frente e se aproximar mais dos personagens. Mesmo sendo uma narrativa cheia de diálogos, ela não é nada entediante, na verdade ela retoma o sentimento do volume sete que faz o leitor ficar intrigado e querer saber o que virá na próxima página e até nos números seguintes. 

Pontos positivos

• Crescimento de personagens
• Aproximação da trama com o leitor
• Flashbacks muito bem utilizados
• Momentos de tensão e dinamismo bem criados

Pontos negativos

• Falta de fluidez do número oito pode atrapalhar o entendimento do leitor da trama
• Alguns diálogos são muito extensos
• Muitos “rodeios”, demorando a chegar no ponto de interesse

NOTA: 8