The Boys: Veredito das Hqs 4 a 6

02/10/2020 - POSTADO POR and EM HQs/Livros

Dando continuidade à nossa cobertura da série de hqs de The Boys, publicadas aqui pela Devir, chegou a hora de falar de mais três volumes encadernados: do quarto ao sexto. Antes de continuar a ler o texto, confira antes o nosso primeiro veredito.

Lembramos, a quem é sensível a esse tipo de conteúdo, que os quadrinhos tem cenas de violência e sexo explícito, além de fazer uso de uma linguagem de baixo calão, tendo a classificação indicativa de +18. Confira agora o que achamos das edições.

Um Breve Resumo

Nos primeiros números, somos apresentados à dois grupos completamente antagônicos: os Sete e os Boys, seus principais personagens e conflitos. Logo no início, vemos um brutal acidente que funciona como gatilho para reunião de Billy Butcher e seus colegas para vigiar e se vingar dos famosos super heróis.

Enquanto Butcher recrutava os integrantes, os Sete, que estavam desfalcados, deram as boas-vindas à sua nova integrante, Annie, ou como é chamada, Starlight. Aparentemente, a garota deveria estar honrada, mas logo ela descobriu que aquele não era um lugar de verdadeiro heroísmo, observando de perto o lado mais corrompido de seus companheiros e se tornando cética quanto à sua própria carreira.

Do outro lado temos Hughie, recém-recrutado por Butcher, ele se junta aos Boys para vingar sua namorada, que fora assassinada pelo herói A-Train. Mas o rapaz também não se sente totalmente integrado ao grupo, se chocando com os atos brutais que eles cometem e questionando-se sobre a sua participação naquilo tudo.

The Boys #4: Hora de Partir

Billy é encarregado de investigar o suícidio de Silver Kincaid, heroína de um grupo que faz sátira aos X-Men. Para isso, Hughie se infiltra em algo parecido com uma divisão da equipe, G-Wiz, com o objetivo de plantar uma escuta na mansão dos G-Men. O rapaz, então, incorpora o codinome Gaita de Fole.

Hughie não é um dos melhores nomes para se infiltrar, tendo causado verdadeiros estragos em missões passadas, preocupando os Boys e especialmente Billy. O escocês não é o único que está na missão, Leite Materno passa a investigar o perfil psicológico da falecida Kincaid e tentar achar alguma pista que possa elucidar o mistério, já que o ato foi cometido em público. 

Os G-Wiz, apesar de toda perversão sexual, não chega nem perto do grupo dos Sete no quesito maldade ou mesmo crueldade. Existe uma amizade próxima entre eles, além disso aparentemente, suas personalidades ainda não são tão corrompidas (pelo menos ainda) como a equipe “top”, no caso, os G-Men

A grande questão do grupo é que a quantidade de subequipes e o marketing envolvido nelas rende bilhões à Vought America, mas até eles já têm noção de que os G-Men são uma bomba prestes a explodir, com diversos esqueletos escondidos no armário.

Imagem: Divulgação

The Boys #5: Herogasm 

Quando a ameaça é grande, os heróis de todas as equipes precisam se unir, sendo o chamado crossover. É bem isso que se acontece nessa edição de The Boys. Os Sete e as outras equipes de super heróis se reúnem para enfrentar um novo ataque a Terra. Antes disso, os G-Men já tinham sido atacados, sendo o gatilho para a reunião.

Apesar de gerar uma grande preocupação na população sobre a suposta ameaça, os heróis foram se reunir em uma ilha para o evento conhecido como Herogasm, como uma espécie de folga para que eles possam usar drogas e fazer sexo livremente entre si, sendo o perigo uma farsa. Enquanto isso, Annie tem mais uma decepção, já que ela acreditava que essa seria uma grande missão que poderia até mesmo ser o fim da humanidade.

A reunião na ilha serviu não só como férias para os heróis, mas também como pretexto para que produtos licenciados dos supers, em especial hqs, sejam produzidos e virem verdadeiros sucessos de vendas.

As duas principais equipes de heróis, os Sete e os Compensadores, se encontram, em especial Homelander e Soldier Boy (Jovem Soldado). Além disso, a liderança da Vought se reúne para decidir o que deverá ser feito para destruir os Boys, já que eles estão se mostrando um verdadeiro estorvo.

Uma curiosidade é que essa é a primeira vez que Soldier Boy aparece na trama em The Boys. Ele também deverá aparecer na já confirmada terceira temporada do seriado do Prime Video, sendo interpretado pelo ator Jensen Ackles. Poucos detalhes foram dados e não sabemos ainda como será a participação dele na série.

Imagem: Divulgação

The Boys #6: A Sociedade da Autopreservação 

Essa edição mostra expressivamente a Vought tentando se livrar dos Boys, mandando grupos de heróis atrás deles. O primeiro não consegue ter êxito, mas o segundo dá mais trabalho para o grupo. São enviados a Liga da Revanche, uma clara referência aos Vingadores, da qual Soldier Boy é um dos participantes, e seu líder, Trovoada (Stormfront), consegue mandar a Fêmea para o hospital.

Trovoada é um heróis que vem desde a Segunda Guerra Mundial, o primeiro em que o Composto V conseguiu ser ministrado com êxito. Ele tem uma forte influência nazista e distribui falas extremamentes racistas durante o volume. Dotado de grandes poderes, acaba sendo uma das maiores ameaças enfrentadas pelos Boys até o momento.

Nesse meio tempo a Vought está trabalhando em uma reformulação no visual dos Sete, quem mais sofre nesse processo é Starlight, que tem seu uniforme drasticamente reduzido, parecendo mais com algo que uma stripper vestiria do que uma heroína. O time de marketing também tenta mudar sua origem nos quadrinhos, colocando-a como uma vítima de estupro para torná-la mais “sexy”. Annie se revolta com a situação e recusa-se a fazer parte disso. 

Outro ponto importante da edição é o novo momento de interação que acontece entre Hughie e os Boys. Percebendo que o rapaz está duvidoso com toda a situação, Butcher incentiva seus companheiros a conversarem com ele e se abrirem mais sobre o passado, dessa maneira vemos o que levou L.M, Francês e a Fêmea a se juntarem à equipe. 

Imagem: Divulgação

Veredito

O arco do compilado Hora de Partir não é tão fluído quanto os outros, além de algumas soluções parecem simples demais. Em contrapartida, é interessante observar que os personagens secundários ainda sim são bastante importantes para a construção do enredo.

Quanto a Herogasm, o enredo, até então, é o mais interessante e possui viradas que fazem sentido. Além disso, vemos que a engrenagem da Vaugh é bem mais articulada e inteligente que imaginamos. Os cortes que intercalam os acontecimentos fazem sentido e ajudam a deixar o leitor mais imerso na trama.

Em Sociedade da Autopreservação somos apresentados a um novo grupo de heróis e conhecemos um pouco mais sobre o seu passado e a relação com o Composto V. Também é interessante saber sobre o que os Boys faziam antes de se juntar ao grupo e como isso interferiu em quem eles são hoje. 

O arco da Annie neste volume é o mais problemático. Apesar dos seus questionamentos, ela ainda é tratada de forma muito sexualizada, e mesmo que a hq se proponha a fazer uma crítica a esse tipo de situação que acontece nos quadrinhos, ainda assim é uma exposição desnecessária da personagem, que não parece ter tanto desenvolvimento quanto poderia.

Pontos positivos

  • Destaque para personagens secundários
  • Trama imersiva
  • Novas informações sobre o passado dos heróis e dos Boys

Pontos negativos

  • Alguns enredos pouco fluidos e de solução simples
  • Excesso de sexualização das personagens femininas

NOTA: 8,5