The Boys: Veredito das HQs 10 e 11

09/01/2021 - POSTADO POR EM HQs/Livros

Continuando a nossa série de vereditos das HQs de The Boys, vamos falar de mais dois volumes que estão cada vez mais próximos do fim da saga. Se você perdeu os vereditos anteriores, confira as edições 1 a 3 aqui, 4 a 6 aqui e 7 a 9 aqui antes de continuar. O texto a seguir contém SPOILERS

The Boys #10: Pau Pra Toda Obra

Depois de conhecer o passado de alguns personagens nos números anteriores, chegou a hora de saber mais sobre Billy Butcher. Ainda que soubéssemos mais dele do que dos outros personagens, não havia sido apresentado com tantos detalhes o passado do líder e como ele chegou a ser quem é hoje.

O volume começa a acompanhar desde a adolescência de Billy até praticamente os tempos atuais. Butcher poderia ter traçado um caminho completamente diferente, se metendo em problemas violentos, se não fosse por Becky, sua falecida esposa.

É fato que Billy não teve uma vida nada fácil, já que durante a juventude ele viu seu pai espancar frequentemente sua mãe e isso o levou a questionar sobre o que seria de sua personalidade. O rapaz reflete se ele seria como seu progenitor caso não tivesse conhecido Becky. Além disso, finalmente podemos ter uma dimensão real e entender porque ele a ama tanto.

Billy estava bem machucado, resultado de mais uma briga, quando conheceu Becky em um metrô. A partir daí, é possível notar que alguns traços de sua personalidade raivosa e explosiva mudam completamente, passando a ser uma pessoa mais compreensiva, e até mesmo generosa, porém sem perder a essência de quem ele é.

Tudo ia bem na vida de Billy, até o fatídico momento em que Homelander estuprou sua esposa e a engravidou de um super bebê. É a partir daí que conhecemos toda a sede de vingança dele e entendemos melhor o “ódio” que ele sente, principalmente na cena em que ele estraçalha a criança após o nascimento – o que leva Becky a morte.

Imagem: Divulgação

Veredito

O volume 10 é talvez um dos melhores títulos, não só porque aborda um dos personagens mais intrigantes e favoritos do público, mas por causa da maestria como é feito. A HQ é mais uma de flashback, porém não é nada chata nem clichê, mesmo nos momentos em que supostamente corria mais riscos de se tornar enfadonha.

Os diálogos não são tão curtos, mas se mostram interessantes por causa do teor do conteúdo, principalmente por não ser tão expositivo e não subestimar o leitor. Na verdade, a medida em que são lidos, um deles é uma espécie de surpresa e nos intriga.

As cenas que pedem dinamismo são de tirar o fôlego, tendo momentos em que é possível ficar completamente imerso na trama e esquecer o mundo lá fora. Parte disso é graças à arte do volume, que, mesmo sendo provavelmente o título mais violento, consegue ser também o mais bonito visualmente falando. 

Por ter muitas informações e um ritmo um tanto acelerado, em alguns pontos, principalmente no final, o volume se torna um pouco corrido. Não chega, contudo, a ser um grande grande problema e pode até passar despercebido por alguns leitores.  

Pontos Positivos:

  • Narrativa fluída;
  • Diálogos excelentes; 
  • Arte bem executada;
  • Cenas dinâmicas;
  • Arco surpreendente.

Ponto Negativo:

  • O fim poderia ter sido um pouco menos corrido.

Nota: 10

The Boys #11: No Topo da Colina Com as Mil Espadas de Mil Homens

Os Boys estão se preparando para o tão esperado confronto final e, enquanto isso, Homelander prepara toda sua equipe, os Sete, para colocá-los contra o exército norte-americano.  Como se não bastasse, o super também manda uma equipe para atacar os “mocinhos”, o que gera uma grande tensão.

A Vought começa a criar situações em que o conflito entre os dois lados, os Sete e os Boys, pareça impossível de não acontecer. A companhia orquestra ações que causam um verdadeiro caos.

O conflito vai parar em um dos lugares mais inesperados e icônicos dos Estados Unidos, a Casa Branca. É exatamente lá que Billy se prepara para a luta com Homelander. Parece um tanto inusitado, mas além de tudo isso, somos apresentados a um plano da Vought para tirar o presidente norte-americano. 

A trama política não para por aí. À medida em que a narrativa vai avançando, vemos o Leite Materno mostrando para Hughie suas investigações e expondo toda a sujeira e corrupção que envolvem o mundo político e a Vought. Nesta edição, vemos ainda o final de Black Noir, que apesar de não ser o centro da edição, tem certa relevância na narrativa – além de ser um personagem interessante por seus poderes e background.  

Imagem: Divulgação

Veredito

Esta edição tem mais ação que as anteriores, já que as outras funcionam como uma espécie de preparação para o clímax da história inteira. Em No Topo da Colina Com Mil Espadas de Mil Homens o leitor já deve ter todas as informações que foram apresentadas nos flashbacks para conseguir avançar sua leitura.

Toda a narrativa política da HQ faz sentido, apesar de em certos momentos parecer bem absurda, já que ela apresenta elementos que entretém e interessam ao leitor. Além disso, no universo de The Boys, tudo é possível. Isso acontece principalmente porque Garth Ennis soube como contar a história, mostrando detalhes para dar a veracidade necessária.

O arco de Hughie é um pouco cansativo, mas não chega a ser algo desnecessário ou “retirável” da trama. Na verdade, o que falta é o dinamismo que fomos acostumados em Pau Pra Toda Obra. Novamente, temos uma edição com cenas bem violentas durante as lutas e, principalmente aqui, ficamos empolgados para saber o desfecho da saga.

Pontos Positivos:

  • Momentos de ação imersivos;
  • Clímax bem construído;
  • Lutas empolgantes

Pontos Negativos:

  • Momentos lentos que não combinam com o dinamismo que vinha sendo construído;

Nota: 9,5